tag:blogger.com,1999:blog-32367151711167604302024-03-19T14:36:38.229-07:00Priscila UranoPriscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.comBlogger290125tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-36132466370311395022016-09-01T10:49:00.001-07:002016-09-01T10:49:42.905-07:00Quando o sertão parece o mar...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieBBPegAoAtnRA0DlxYAwJ5hIfvcNEhe-KWcxkfSwWP33cLHi453G7p_b6Xx1IXJaaaebmTw2Qqax6rBba99z2G0LM7cLdlxpEbKMP28a47oa0ew_Ddztsc3nHD4C62cinxWMa2kwLu5w/s1600/Vi%25C3%25A7osa-do-Cear%25C3%25A1-.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieBBPegAoAtnRA0DlxYAwJ5hIfvcNEhe-KWcxkfSwWP33cLHi453G7p_b6Xx1IXJaaaebmTw2Qqax6rBba99z2G0LM7cLdlxpEbKMP28a47oa0ew_Ddztsc3nHD4C62cinxWMa2kwLu5w/s320/Vi%25C3%25A7osa-do-Cear%25C3%25A1-.jpg" width="320" /></a><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">"Oh! que saudades que tenho</span><br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">Da aurora da minha vida,</span><br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">Da minha infância querida</span><br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">Que os anos não trazem mais!</span><br />
<br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">Que amor, que sonhos, que flores,</span><br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">Naquelas tardes fagueiras</span><br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">À sombra das bananeiras,</span><br style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;" /><span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 16px; line-height: 20.8px;">Debaixo dos laranjais!"</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Quando eu soube, na manhã desta terça-feira, que minha avó tinha partido, por incrível que pareça, foram nesses versos de Casimiro de Abreu que eu pensei. Quando eu era pequena, talvez tivesse os oito anos que o poeta mais ingênuo do Romantismo Brasileiro menciona, minha avó me ensinava incessantemente essas linhas. Eu, menina de apartamento, não poderia associar minha infância tão eletrônica da década de oitenta a bananeiras e laranjais. Tampouco sabia o que significava fagueiras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mais tarde, na faculdade, recebi com imenso carinho as lições sobre Casimiro. Achava-o já até meio íntimo. Como se partilhássemos um passado em comum. Uma piada interna. Eu ria, confidente dele, das suas parcas tentativas de explicar sentimentos e sensações que não conhecia. Morreu tão jovem. Aos 23. Queria falar de amor e de sexo, ossos do ofício de poeta. Mas era tão menino que seus poemas mais bonitos eram sobre suas brincadeiras infantis. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Casimiro me parecia ingênuo e inocente, jamais alcançou a eloquência de um Álvares de Azevedo, mas arrebatou o coração de minha avó. Na medida em que eu crescia, eu entendia, que ela e ele tinham muito mais coisas em comum do que eu compreendia naquelas tardes de repetição. Primeiro, obviamente, que a infância evocada em "Meus oito anos" não era a minha, nunca poderia ser. Era a dela. E aquelas palavras tão lindas, repetidas cadentemente pela voz de uma criança, certamente a faziam retornar para a aurora da sua vida. Fico feliz de ter proporcionado esse retorno de alguma forma.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, minha avó escrevia versos, com a letra mais primorosa que conhecia, pois fora a perfeição da caligrafia aquilo que ela mais absorveu dos seus poucos anos de escola. Minha avó era tímida. Recusava-se a falar em público. Em casa, entretanto, no meio dos seus, sempre estava disponível para um bom papo. Assim como, na sua intimidade, mantinha um caderno com versos. Ela pouco nos mostrava esse objeto secretíssimo. Tinha vergonha. Quem não teria? Seus versos eram janelas de sua alma, palavras que a boca não dizia, que as obrigações não permitiam, mas que o coração palpitava até jogar no papel.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Herdei dela o gosto pelas palavras, por essa forma aqui de dizer, esse meio de comunicação em que ninguém interrompe e as ideias fluem. Dizem que é coisa dos Fontenele. Que seja! Nomes são tão irrelevantes quanto a passagem do tempo. Na verdade, a única coisa importante e que faz algum sentido nessa vida é o amor. E, ainda assim, nós somos muito pequenos para entendê-lo em sua plenitude. Meninos que somos, assim como o poeta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas cada experiência é um passo que se dá em direção ao entendimento. E eu vou guardar para sempre a longa caminhada que tive com minha avó. Sempre vou me lembrar, que eu sou uma mulher absoluta. Ela sempre me dizia isso quando eu chegava depois das dez em casa depois do estudo, do esporte ou de namoros. Que eu não dependia de ninguém. Era mais pejorativo do que empoderamento feminino, acreditem. Mas isso ficou em mim. Tive tempo para digerir essa ideia e a aceitei. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, lá no fundo, eu sei que a dona Luíza admirava esse meu ímpeto de descobrir o mundo e ser independente, ela só não queria que eu me machucasse ou que metesse os pés pelas mãos. Tanto que, numa de nossas conversas na hora da Malhação, ela me disse uma vez: "Priscila, se eu ligar para você e você estiver em uma situação que não queira me contar, não se incomode, pode mentir. Eu só estou ligando para saber que você está bem". Entendi a mensagem rigorosamente. Entendi também que amar é permitir e aceitar as diferenças. Nunca decepcionei minha avó nesse sentido.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muito obrigada pelo título, vó. E saiba que seu pouco estudo e suas inúmeras limitações sociais de ontem permitiram que uma mulher como eu pudesse se sentir orgulhosa para abrir a boca e falar. Aqui. em uma sala de aula. No meio da rua. #somostodasabsolutas</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Outra coisa que pretendo levar comigo são as longas histórias sobre a infância e a adolescência dela. Minha avó foi pobre de só ter um sapato que ela usava furado na sola para ir à missa. Por conta disso, era difícil, mesmo anos depois das vacas magras terem passado, fazê-la livrar-se de vidros vazios de perfume. Para quem não sabe, perfumes na penteadeira eram sinal de status nos tempos de guerra, o Iphone da época. Mesmo assim, sempre que me falava do passado, não era nunca a pobreza que sobressaía. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gosto muito de uma imagem mental que ela descrevia, quando o sertão parecia o mar. Infelizmente, embora tenha conhecido as paisagens, nunca vi o fenômeno. Minha avó dizia que quando era moça, ela e as negras preparavam o almoço dos trabalhadores, se não me engana a memória, esses homens lidavam com as carnaúbas. Antes de descer a serra levando a comida, ela gostava de observar lá do alto a ilusão que a neblina da Ibiapaba causava cobrindo o sertão seco lá embaixo, como se fosse um imenso mar. Segundo ela, era mais bonito que o próprio mar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meu desejo sincero é que ela tenha passado por lá e tenha visto mais uma vez essa beleza que Deus criou para todos nós antes de encontrar os seus. Tanta gente que (me perdoem o bom-humor) já estava morta de saudades dela. Os seus pais, os irmãos aos quais ela era devota, sua primogênita, amigos queridos de uma existência inteira e até a negra amada que a criou a quem ela chamava Mãe Neném. Tenho certeza que teve festa. Com quindim e acordeom tocando: Quem foi, quem foi que comeu cuscuz, foi, foi, foi, foi, foi o João da Cruz! Ficou faltando somente o parceiro... Que ainda está sob os nossos cuidados por aqui. Vamos aguentar sua rabugice por mais um tempo. Se Deus permitir. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enquanto isso, nós continuamos na carne. Mais unidos do que ontem. Cientes do privilégio que foi a convivência. Desses anos bônus da presença dela que serviram para colocar tudo no lugar e garantir que estivéssemos bem para enfrentar essa breve despedida. É certo que um dia a gente se encontra de novo. Hoje a saudade dói um pouquinho, mas a alegria de ver todo o amor plantado florescendo é ainda maior. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Foi o velório mais lindo em que já estive. Não que eu tenha ido a muitos. Mas a sensação era tão real de dever cumprido que dava para tocar. Ninguém ali dentro tinha outro interesse que não fosse o gostar e o querer bem. E nos permeava a certeza de que a sua hora realmente chegara. Vai com Deus, meu amor. Você não deixou para trás nem sequer um pingo de revolta. Arcou com todos os seus compromissos. E, quando eu me for, que eu tenha o prazer de seguir os passos teus. Porque amar, vó, sua última lição, é estar pronto para deixar a vida seguir seu curso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Termino meu texto com um escritor que me arrebatou bem mais que Casimiro, Guimarães Rosa. Ele diz assim "O mundo é mágico. As pessoas não morrem, ficam encantadas". E, repito as palavras da prima Carol, agora o seu encanto está em todo o lugar, basta ter os olhos para ver, os ouvidos para ouvir e o coração infantil "que os anos não trazem mais" para compreender essa mágica.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-58830699109900316042016-08-30T00:00:00.000-07:002016-08-30T00:00:17.071-07:00Receita: EmpadaQueridos amigos, desculpem-me pelo abandono, mas o retorno às aulas tirou meu chão. Ainda estou me readaptando à rotina. Tanto chego cansada demais, quanto não tenho tido lá muita inspiração para qualquer coisa.<br />
<br />
Além disso, ando fascinada demais com o desempenho de Do Seu Lado no wattpad. Não faz nem um mês que cheguei por lá e a obra já tem mais de mil visualizações. Sei que o sonho completo de todo escritor é ganhar dinheiro com o que escreve, mas ser lida já é maravilhoso. Aos poucos, vou conquistando mais leitores e isso me deixa quase tão feliz quanto.<br />
<br />
Se você tem wattpad, clica <a href="https://www.wattpad.com/user/PriscilaUrano" target="_blank">aqui</a> e me encontra por lá. Você tanto vai poder ler Do Seu Lado quanto vai poder trocar umas figurinhas comigo. Que tal? Se você não faz ideia do que é wattpad, dá uma olhadinha nos meus posts anteriores. Eu explico mais ou menos. Tá <a href="http://priscilaurano.blogspot.com.br/2016/08/wattpad.html" target="_blank">aqui</a> o link do post sobe o wattpad.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgObODaUtGbQw84haVwHQEd8f_9EE1RD3EmSSRyUb2O-wDk1xbfP5biXchL0Et66mplVdA0ulCg8L50AKyXHMd1xOoU7SVarXAo4mUcefMvOwhzAuPcuRM_0XK0vMlBujKVI7iPGZi2b-M/s1600/20160714_163347%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgObODaUtGbQw84haVwHQEd8f_9EE1RD3EmSSRyUb2O-wDk1xbfP5biXchL0Et66mplVdA0ulCg8L50AKyXHMd1xOoU7SVarXAo4mUcefMvOwhzAuPcuRM_0XK0vMlBujKVI7iPGZi2b-M/s320/20160714_163347%25281%2529.jpg" width="180" /></a>Por conta de tudo, essa semana os posts são curtos e objetivos. Sobre coisas que ando fazendo ou que fiz nessas últimas férias. E uma dessas coisas, foi empada.<br />
<br />
Empada é uma comida que é tão facinha de fazer, mas que parece elaborada. Na verdade, parece que dá trabalho. Eu nem acho que dê. Mas talvez seja porque eu tenha as ferramentas certas. Sei lá! Vocês me dizem o que acham a respeito das famigeradas empadinhas.<br />
<br />
Eu, particularmente, gosto dessas comidas em que se coloca a mão na massa para fazer. Sinto imenso prazer em amassar e moldar. Então, sempre que sinto vontade de fazer algo que leve um pouco mais de preparação para fazer, penso em receitas que envolvam essas tarefas.<br />
<br />
A receita, devo confessar, não é minha. Apenas procurei no youtube uma que fosse extremamente simples. Vocês podem assistir ao mesmo vídeo que eu. Vou deixá-lo aqui no post em algum lugar.<br />
<br />
Segui as orientações da fofa da Dona Lourdes, mas fiz apenas meia receita, porque não queria passar o restante das minhas férias comendo empada. Meia receita deu oito empadas dessas da foto. Bom demais para o jantar e ainda serve para congelar e levar para o trabalho.<br />
<br />
Receita completa:<br />
400 g de farinha de trigo<br />
200 g de margarina<br />
2 gemas<br />
50 ml de água<br />
sal<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisqlOLKI5ETMqZ1cFvmhfCZdQa8bd43PxAAExpJwG3ydq5o1Pi6spQ-4xiknJ_MWFex4CTSeY17Uy-3V4KskMWulb_EEEAkin9cTbR2apyJyKixK8NoLsMvzmMU-7_KMBW2H3egOYsj6I/s1600/20160829_150632.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisqlOLKI5ETMqZ1cFvmhfCZdQa8bd43PxAAExpJwG3ydq5o1Pi6spQ-4xiknJ_MWFex4CTSeY17Uy-3V4KskMWulb_EEEAkin9cTbR2apyJyKixK8NoLsMvzmMU-7_KMBW2H3egOYsj6I/s320/20160829_150632.jpg" width="180" /></a>Mistura tudo isso numa tigela até dar o ponto de massa podre. Desgrudando das mãos. Aí leva para a geladeira por uns 15 minutos para a margarina endurecer um pouco e deixar moldar a massa. coloca nas formas. Recheia. Cobre com massa. E passa (pincela) uma gema com um pouco de leite por cima. Esse detalhe é que ajuda a empada a fechar, além de retirar as imperfeições. Deixa assar no forno (200 graus) por meia hora e está prontíssima!<br />
<br />
No meu caso, não uso essas forminhas de metal. Nem tenho delas para falar a verdade. Uso minha inseparável forma de silicone, que uso do cupcake à empada. Na foto, ela está até suja, de tanto que a requisito.<br />
<br />
Com relação ao recheio, use o que lhe der na telha. Eu já fiz de palmito. Ficou ótimo! Mas, a tradicional é de frango, né? Não perco meu tempo preparando um frango só para isso. Geralmente, eu pego a sobra do jantar (quando é frango), passo no mixer mesmo e deixo em um pote no congelador. Quando dá vontade, só descongelo, dou uma reforçada no tempero, acrescento milho ou requeijão. E está pronto o recheio.<br />
<br />
Espero que vocês façam em casa.<br />
<br />
Se a sua criança for maiorzinha, ela vai adorar ajudar. Afinal, a receita não leva ingredientes perigosos e parece massinha de modelar. Experimente convidá-la para essa brincadeira.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/XQg4gOwdtQQ/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/XQg4gOwdtQQ?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />
<br />Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-14357243403745140032016-08-11T00:00:00.000-07:002016-08-11T00:00:17.624-07:00Cocô no Trono<div style="text-align: justify;">
Aqui em casa estamos no delicado momento do desfralde. É muita pressão por parte da sociedade para que as crianças sejam iguais e façam tudo do mesmo jeito e ao mesmo tempo. Bem, eu sou do time que acredita que ninguém, em seu pleno estado de saúde, chegará aos vinte e dois anos usando fraldas (para exagerar). Então, podemos sim esperar pelo tempo da criança.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW-oqdjdhbIa4MJxsJQBgO9U_cv8K6or6d_X2rqBjA1sYcGNakO7Z6rch1J0uRTh0n5lLWmcyZQPgnVNBtCR0ccb5MJ8JDtBvOQpqPTCAbLs1i_GZlbPfd0OLLOKZ1RnMsXJ2j1d-WqC0/s1600/porco.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjW-oqdjdhbIa4MJxsJQBgO9U_cv8K6or6d_X2rqBjA1sYcGNakO7Z6rch1J0uRTh0n5lLWmcyZQPgnVNBtCR0ccb5MJ8JDtBvOQpqPTCAbLs1i_GZlbPfd0OLLOKZ1RnMsXJ2j1d-WqC0/s320/porco.jpg" width="320" /></a>Bia reage medianamente bem ao processo como um todo. Embora ainda apresente dificuldades para abandonar o que está fazendo para ir ao banheiro, o que gera certa resistência. Entretanto, na escola, dizem as professoras que já se sente bem à vontade. Bom... Estamos caminhando. E, quando ela conseguir, trarei um post mais específico sobre isso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No momento, indico um dos livros que estamos usando por aqui: <i>Cocô no Trono</i> de Benoit Charlat, lançada no Brasil pela Companhia das Letras. Trata-se da história de um pintinho curioso a respeito do trono. Ele tem certo medo da privada e a forma que encontra de superar esse medo é observar o cocô dos animais que já sabem ir ao banheiro sozinhos. O pintinho se diverte com as personalidades dos animais e com os diferentes tipos de cocô.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFtSGmu31jl8XV2dG7BM1FZK_8eHNW80qYU5QWjJeWfAK0WzQsICsvaZRS_F-koq2r7UmZ3IaJxkLgCr2XLUi0Y1Bv7h5f9R7EQea3EMQjtHNtN6ZKdnPAkMAUAH9bkMg9rcchTbY8Lzk/s1600/ccoco.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFtSGmu31jl8XV2dG7BM1FZK_8eHNW80qYU5QWjJeWfAK0WzQsICsvaZRS_F-koq2r7UmZ3IaJxkLgCr2XLUi0Y1Bv7h5f9R7EQea3EMQjtHNtN6ZKdnPAkMAUAH9bkMg9rcchTbY8Lzk/s1600/ccoco.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
O livro tem ilustrações coloridas e um texto divertido, próprio para familiarizar a criança com o ambiente e a rotina do banheiro. Ao final, uma surpresa, o pintinho, é claro, aceita o desafio de usar o trono e a criança pode apertar um botão e ouvir o barulhinho da descarga.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Indico demais. A Bia escuta a história com atenção. É um assunto que vem interessando a ela. Acho que qualquer ferramenta que facilite a vida dos pais é válida. Cocô no Trono é uma forma de aproximar a criança da sua nova realidade. Além disso, a meninada percebe que não é o único a enfrentar o medo do trono. E é bom encontrar alguém em quem se inspirar e ter afinidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, se você tem uma criança nesse processo de desfralde, é uma bela dica de leitura.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-13607489420729457862016-08-10T00:00:00.000-07:002016-08-10T00:00:33.728-07:00Capítulo 6 <div style="text-align: justify;">
Gente, quarta feira é dia de capítulo de Do Seu Lado no youtube. E também capítulo novo no Wattpad. Então, corre lá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i9.ytimg.com/vi/a7BB6yRzdsE/default.jpg?sqp=CLSeor0F&rs=AOn4CLCIoTKYOaBpwpMTxvFA2NtSWvGnQQ" src="https://www.youtube.com/embed/a7BB6yRzdsE?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-82011652792172233892016-08-09T00:00:00.000-07:002016-08-09T00:00:08.908-07:00Atividade: presente do papai<div style="text-align: justify;">
Nesse domingo, é dia dos pais. A Bia tem um pai muito bacana que adora estar com ela, então, nada mais justo que nós preparássemos uma surpresa especial. No caso, o presente já foi entregue, tanto porque o papai precisava do perfume quanto para que a sugestão de atividade pudesse vir logo aqui para o blog.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9EzdatM24iXONXr2I3Y3oeFDO6-UloU0i5VWOHNMQlXN6mQfbNLQIlr18PKC_yyP-nI8C_5lVfjSXZgu7uGDDN0OpOAkynFkGxOqKV3Vu8dZXUY8NcIKClWL27WQOaq4CMZohyMpoGU/s1600/20160727_075534.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9EzdatM24iXONXr2I3Y3oeFDO6-UloU0i5VWOHNMQlXN6mQfbNLQIlr18PKC_yyP-nI8C_5lVfjSXZgu7uGDDN0OpOAkynFkGxOqKV3Vu8dZXUY8NcIKClWL27WQOaq4CMZohyMpoGU/s320/20160727_075534.jpg" width="320" /></a>Resolvi preparar uma caixa para guardar o presente do papai e para depois servir na organização de documentos e pequenezas. O presente mesmo foi um perfume. Graças a Deus, o pai da Bia é um homem muito cheiroso. Portanto, ele sempre precisa de perfumes</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acabou que, quando estive na loja de produtos de artesanato, acabei achando uns enfeites de celular. Um urso grande e uma ursinha toda enfeitada. Achei muito bonitinho. Passei cola quente nas costas da ursinha e a colei no colo do ursão. Deixei um elástico de cabelo para manter os dois juntos até a cola secar e ficou um bonito enfeite para o retrovisor do carro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXQ9HsvT6BhSXCYJJRe3KMGhwtazhM-cyHLk4Lr299EIWaCMF5w-vu7VQc2ZoP6FOJ5ZT4nWh4qFJOB_aaIscSITUeC8zi_fu1FcbD0VGgAOw3kysZddDVpHpdBmsFfrKXces5MXdTZa8/s1600/20160727_074153.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXQ9HsvT6BhSXCYJJRe3KMGhwtazhM-cyHLk4Lr299EIWaCMF5w-vu7VQc2ZoP6FOJ5ZT4nWh4qFJOB_aaIscSITUeC8zi_fu1FcbD0VGgAOw3kysZddDVpHpdBmsFfrKXces5MXdTZa8/s320/20160727_074153.jpg" width="320" /></a>Para a caixa, nós vamos precisar de:</div>
<div style="text-align: justify;">
1 caixa de mdf - Já comprei uma lixada, só passei um paninho úmido para tirar a poeira;</div>
<div style="text-align: justify;">
Tinta acrílica para artesanato de duas cores - Escolhi azul e rosa para fazer esse lance menino e menina, pai e filha;</div>
<div style="text-align: justify;">
Pincel grosso para a caixa</div>
<div style="text-align: justify;">
Pincel fino para a mão</div>
<div style="text-align: justify;">
Canetinhas coloridas</div>
<div style="text-align: justify;">
Verniz Vitral - Também para artesanato em madeira.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Modo de fazer:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhotA646NbHDo8P54HyEQgMM2B69Qce69Fi8Vn580JeULV5teIbkcZKuBcu5CSCBDngfBWdR_lLJ72S0yya4iyPdYpGn3TQpnATbbenxH4hFsRf2A4hyM43t1hTV2idittE4zjGIQvi-YA/s1600/20160727_100327.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhotA646NbHDo8P54HyEQgMM2B69Qce69Fi8Vn580JeULV5teIbkcZKuBcu5CSCBDngfBWdR_lLJ72S0yya4iyPdYpGn3TQpnATbbenxH4hFsRf2A4hyM43t1hTV2idittE4zjGIQvi-YA/s320/20160727_100327.jpg" width="320" /></a>Limpei a caixinha com um pano úmido. E passei uma camada de tinta azul. Essa não é uma tinta solúvel em água, então, não é bom deixar crianças pequenas brincando livremente com ela, como se faz com a tinta guache, pois a sujeira pode se tornar definitiva. </div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Deixei secar por umas duas horinhas. Na verdade, seca bem rápido, mas achei melhor esperar um pouco. Apenas uma mão de tinta foi suficiente para deixar a caixa uniforme no meu caso, mas você pode precisar de duas ou mais mãos para atingir a cor necessária.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3z4mdAsL4aTrdPZS2KuZQStNoFgA7ZM9g6hwIv61hrsxL7tKBaoo2TZByr16N1hJYLqpKaYe9WhjqMSfN8bY7aaKB6s4bBo51XjaqkR4JcDFppB0uQnVWblRwwTBJL3ygaQrzXzZA7Jg/s1600/20160727_100633.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3z4mdAsL4aTrdPZS2KuZQStNoFgA7ZM9g6hwIv61hrsxL7tKBaoo2TZByr16N1hJYLqpKaYe9WhjqMSfN8bY7aaKB6s4bBo51XjaqkR4JcDFppB0uQnVWblRwwTBJL3ygaQrzXzZA7Jg/s320/20160727_100633.jpg" width="320" /></a>Depois, foi a hora de pintar as mãozinhas da Bia. Quando ela era pequena, era um sacrifício abrir as mãos, mas agora, depois de tantas atividades na escolinha, ela adora e colabora muito. Passei a tinta rosa. Carimbei a mão dela bem aberta na caixa e imediatamente limpei o restante da tinta antes que secasse. Como eu disse, essa tinta não é solúvel em água, se secasse, eu ia precisar de querosene para limpar. Por isso mesmo, já deixei os lencinhos umedecidos ali do lado para limpar imediatamente.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfJVmj9Y2fRshIWTtuODqfoNjswha2y1_wQXtV0d4SztbA34edglA4ZDcm0nGLfx6YAkwKatcUPrb-LnVyJFBTlAykPCfE2F6AxrIxQX7sDuwMof9K7YruMQF8ilgkcTnmCUc-p6XPj3c/s1600/20160727_101010.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfJVmj9Y2fRshIWTtuODqfoNjswha2y1_wQXtV0d4SztbA34edglA4ZDcm0nGLfx6YAkwKatcUPrb-LnVyJFBTlAykPCfE2F6AxrIxQX7sDuwMof9K7YruMQF8ilgkcTnmCUc-p6XPj3c/s320/20160727_101010.jpg" width="320" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Mais uma rodada de secagem e chegou a hora da canetinha, enquanto eu fazia o contorno das mãos da Bia com canetinha, ela enfeitava a caixa com seus desenhos. Achei bonitinho porque ela levou a atividade muito a sério depois que eu disse que era um presente para o papai. Como diz um dos desenhos favoritos da Bia, Daniel Tigre, "fazer alguma coisa é uma forma de dizer 'Te amo'". E ela comprou a ideia mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRRXtXn9z_yfWb984DQLb4cJhvj8_N4ES5t-Sb2pUeXiZp6tIM3ZLGXNuuUSNSMui1mnvU8x9VB-2PUYwPVKIbJRVdj8vysxlShMRFAOywlPI167BM5aHczwE2AWldqJ0fuRC84YkPvH8/s1600/20160727_102116.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRRXtXn9z_yfWb984DQLb4cJhvj8_N4ES5t-Sb2pUeXiZp6tIM3ZLGXNuuUSNSMui1mnvU8x9VB-2PUYwPVKIbJRVdj8vysxlShMRFAOywlPI167BM5aHczwE2AWldqJ0fuRC84YkPvH8/s320/20160727_102116.jpg" width="320" /></a>Peguei os desenhos dela na caixa e passei o verniz. Sem o verniz, com o tempo, os desenhos sumiriam e assim como a marquinha das mãos. e nós não queremos isso, afinal, quero olhar para aquelas mãozinhas miúdas daqui a quinze anos e me lembrar dessa fofura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tive, entretanto, um problema para limpar o verniz do meu potinho, do pincel e das mãos, pois não tinha solventes a base de petróleo. E como eu disse, os produtos não são solúveis na água. Mas, no final, deu tudo certo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkmCLSmZIWgKZj4KnLtsQDFanrMph3O2TyBzSATzzcJ6SWL9AM4Jj7iAAFW22oSEX2L-v-6t6HERdUrwOm8cz4W19iNrNUKfsdrMK1b7nADItEF__AgqW4jKUfz2GTWi4V9cIbByFD-JM/s1600/20160727_101329.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgkmCLSmZIWgKZj4KnLtsQDFanrMph3O2TyBzSATzzcJ6SWL9AM4Jj7iAAFW22oSEX2L-v-6t6HERdUrwOm8cz4W19iNrNUKfsdrMK1b7nADItEF__AgqW4jKUfz2GTWi4V9cIbByFD-JM/s320/20160727_101329.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Veja como ficou a tampa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Espero que a sugestão seja válida. Até a próxima!</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-83231465216501968062016-08-08T04:43:00.002-07:002016-08-08T04:43:22.900-07:00Wattpad<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGOGdoXtohE5_sqgOhkrLkOuelEoxfW7HCUjMj6Irz0DY9RgFMXfqyg1cnpynQLM5-C0oPHC5avAwKlwhx4y6TkqgyS4GFUqI8nkhhrxI86fpCMvaRFMT7hj9yaVl_67V67_kc5Z9tYDo/s1600/wattpad.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGOGdoXtohE5_sqgOhkrLkOuelEoxfW7HCUjMj6Irz0DY9RgFMXfqyg1cnpynQLM5-C0oPHC5avAwKlwhx4y6TkqgyS4GFUqI8nkhhrxI86fpCMvaRFMT7hj9yaVl_67V67_kc5Z9tYDo/s320/wattpad.jpg" width="320" /></a>Oi, pessoal,<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
hoje vim partilhar com vocês minha última descoberta desse mundo digital: o Wattpad. Confesso que me senti até um pouco traída pelo meu alunado que já sabia o que era e nunca me informou que existia um negócio desses. Trata-se de um aplicativo inventado por um canadense (ninguém esperava que os americanos inventassem algo que favorecesse a leitura) onde milhares de escritores do mundo inteiro partilham suas obras de maneira gratuita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho procurado, desde que resolvi me jogar nessa vida de escrever, uma plataforma que me aproximasse do público. Nesse mundo de facilidades digitais, eu achava incrível como era complicado acessar esse público leitor. E olha que eu já tinha plena consciência de que ele existia. Porque, com tanto youtuber fazendo sucesso por aí, dá na gente uma desconfiança de que essa geração não lê. Isso é uma falácia. Os inúmeros livros lançados anualmente para o público jovem desdizem essa hipótese. A questão é mais sobre onde encontrá-los do que sobre se existem ou não.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fato é que, dentre todas as redes sociais, existe uma para escritores e leitores. Oremos. E essa rede é o wattpad (existem outras também). Lá, as pessoas podem deixar suas obras, completas ou apenas capítulos para degustação e outras pessoas leem, votam e comentam, uma interação direta com o autor.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
São mais de 40 milhões de usuário em todo o planeta. Cerca de 800 mil brasileiros. Na sua grande maioria, adolescentes. Uma vez que o livro sem ser de papel ainda é tabu por aqui, é natural que sejam os mais novos a experimentar uma plataforma diferente. Então, pode-se concluir que o Wattpad já é um sucesso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde semana passada, coloquei capítulos do meu primeiro livro lá. Até o momento, são 170 visualizações em sete capítulos. Muito mais gente do que consegui mostrar nesses anos que venho batalhando divulgação. Estou encantada com a possibilidade de conquistar leitores do Brasil inteiro. E quem sabe até chamar a atenção de alguma editora e conseguir publicá-lo em livro físico.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A publicação de sucesso do Wattpad, aliás, é uma constante. Obras com milhões de visualizações ganham suas versões impressas. Afinal, a publicação é um negócio e a plataforma demonstra para a editora a parte mais complicada dessa relação de consumo, um livro com grande aceitação por parte do público significa que tem gente interessada e que ele venderá nas livrarias.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou adorando a experiência e aconselho demais. Tudo que você precisa fazer é baixar o aplicativo no seu celular, ou acessar o site do wattpad pelo computador mesmo, usando inclusive os dados do facebook. É rápido e fácil. Você logo começa a ler. Aí é só fuçar as centenas de obras dividias pelos assuntos até encontrar algo que lhe agrade. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Entretanto, sinto-me no dever de avisar que o wattpad é uma plataforma democrática. Nessa palavra democrática, encaixamos escritores iniciantes. Muitos deles tão adolescentes quanto os seus leitores. Em historinhas muitas vezes sem nexo ou que são apenas cópias de livros que eles gostaram com outros nomes. Não imagine que vai encontrar um Jorge Amado ou um Graciliano. Estou falando de livro adolescente de livraria. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E mesmo nesse gênero, é difícil encontrar algo interessante, tanto do ponto de vista estrutural, ou seja, histórias com coerência do início ao fim (coisa bem complicada para a mente imediatista adolescente) quanto da parte gramatical. Vai por mim, minha alma de linguista compreende completamente as confusões entre fala e escrita, mas meu cérebro de leitora já gera um preconceito logo de cara quando a historinha começa, bem na sinopse, com um "concerteza você vai se emocionar".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desde que comecei na semana passada, já li uns três livros e iniciei muitos outros os quais não tive estômago para continuar. Procuro indicações no google e, às vezes, arrisco uma recomendação que o próprio programa faz, baseado no que você já leu. O número de porcaria é grande. Mas encontrei pessoas que realmente escrevem bem. Criativas e lúcidas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha primeira indicação do wattpad para vocês é Eu, Cupido de uma menina chamada JuliaBT. Uma historinha sem pretensões, como ela mesma define, mas muito divertida. É sobre uma garota que por um acaso do destino acaba quebrando a mão de um cupido e, por conta disso, precisa tomar o lugar dele por um mês. Envolvente e bem escrito. Experimenta.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, caso você escolha adentrar nesse universo do Wattpad, por favor, me encontra por lá. E vai ler Do Seu Lado. Vou deixar o link <a href="https://www.wattpad.com/story/80393688-do-seu-lado" target="_blank">aqui</a>.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Até!</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-13001903604049232122016-08-04T00:00:00.000-07:002016-08-04T00:00:36.694-07:00Férias em casa<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZutRS7mCdum8RZW5vJrfM_YJfL4ywUicTX1sOzlBtfc8aL7Ydeiehp-av4jMt1RCvzLveWInWOQVhpDOdkZUuW0CO7E-uLcy5ll4U_5M9Ocnn4Ayuf0Bls3rAPUjGnRbYSdY_AH6nr8/s1600/20160726_101501.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcZutRS7mCdum8RZW5vJrfM_YJfL4ywUicTX1sOzlBtfc8aL7Ydeiehp-av4jMt1RCvzLveWInWOQVhpDOdkZUuW0CO7E-uLcy5ll4U_5M9Ocnn4Ayuf0Bls3rAPUjGnRbYSdY_AH6nr8/s320/20160726_101501.jpg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Pintar</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Esse ano o dinheiro não deu para viajar. Não teve reajuste de salário. Os carros quebraram. O ar-condicionado também. E, para completar, greve. Resultado, férias em casa. Passei dias inteiros com a pequena dentro de casa, eu e ela. Nem por isso foi uma experiência menos agradável. Cansativa talvez.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre que estou com a minha filha, eu penso que aquele momento é único e que ele vai passar (os bons e os ruins). Outro dia em pensava em como seria quando ela não mamasse mais, hoje, estamos trabalhando o desfralde e daqui a pouco ela já vai estar lendo por conta própria. Temos que aproveitar esse instante da vida em que ela faz tanta questão da nossa presença. Em que nós somos as pessoas mais especiais do mundo. Atitude que ela traduz todas as vezes em que nos vê após uma curta separação.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dizem por aí que os dois anos são uma fase difícil. A adolescência da infância. Vai por mim. Sei o quanto pode ser complicado. Mas, ao mesmo tempo, com bastante paciência e um pouco de compreensão da fase como um todo, suas atitudes como pai vão ficando mais coerentes e consistentes. Eu, pelo menos, estou apostando nisso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCyM39Rm3Nvgdv1V5VSiwphckwfU76SF75CJ3gH7hZG09iMl0k5F3p24007WD2KqtlTXv-5Ja8ozpXk6Z9rB37nj4EUe6YDyLKhQKFKxGMGQjiKEpwVvSGnYQBlTKSYJID53_BsEKdFBY/s1600/20160727_081908.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCyM39Rm3Nvgdv1V5VSiwphckwfU76SF75CJ3gH7hZG09iMl0k5F3p24007WD2KqtlTXv-5Ja8ozpXk6Z9rB37nj4EUe6YDyLKhQKFKxGMGQjiKEpwVvSGnYQBlTKSYJID53_BsEKdFBY/s320/20160727_081908.jpg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Banho de piscina</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Aos dois anos, a criança se dá conta de que não é uma parte de você. Ela se percebe como um indivíduo, com gostos e vontades próprias. Por conta disso, comer vira uma luta, pois as preferências são várias e daqui que você descubra... Bia, por exemplo, criou uma aversão ao tom vermelho dos molhos que ninguém sabe dizer de onde veio. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, eles começam a pensar que podem escolher o horário, modificando a rotina ao seu bel prazer. Então, é brincar para sempre, comer somente se necessário, tomar banho nem pensar e dormir nunca. E, para cada intervenção paterna, um escândalo de proporções catastróficas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Primeira dica super difícil de cumprir: não se abale com choro. Dê colo. Console. Diga que está com ele e que entende. Mas seja firme. Menino precisa de disciplina. Menino não pode fazer o que quer na hora que quer. Se você não ensinar, a vida ensina. Já dizia minha avó. Para falar a verdade, menino nem sabe o que quer... Quem nunca ficou balançando uma criança exausta que lutava com todas as forças para não dormir que atire a primeira pedra. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É normal testar limites. Saber onde ele termina e onde você começa. Mas, não se iluda, a criança precisa que você delimite o seu mundo, que lhe imponha fronteiras. Pois, como você mesmo vai perceber (talvez perto dos quarenta), um mundo em que você mesmo é o próprio limite pode ser assustador. E pode gerar inseguranças mil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSzftBo1rWHXQa67Ic1tqdE-YkJi8bQFUM2TkCQPNXjOXNtpI-htY3Obkb05rniyUIiTkPmPilI9De6k0P5QfU1hOQwZ7x2EdinQpxjZmiEJ5hC0f1nMAnCi3paCDIXlYN1XHC-BCdcR8/s1600/20160728_091439.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSzftBo1rWHXQa67Ic1tqdE-YkJi8bQFUM2TkCQPNXjOXNtpI-htY3Obkb05rniyUIiTkPmPilI9De6k0P5QfU1hOQwZ7x2EdinQpxjZmiEJ5hC0f1nMAnCi3paCDIXlYN1XHC-BCdcR8/s320/20160728_091439.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chá de mentirinha em frente de casa</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Tenho entendido que, com relação a crianças, mais vale se antecipar e planejar. Os dias em que eu simplesmente estava cansada e decidia deixar rolar eram os piores em termos de comportamento. Crianças da idade da minha filha precisam ser instigadas a fazer coisas diferentes. A palavra certa é orientação. Sem orientação, elas vão fazer o que sempre fazem e, em pouco tempo, ficarão entediadas com a repetição constante. O tédio é a oficina do diabo, gente. Aí, eles começam a traquinar. E não sobra um bibelô sequer sobre a mesa. O que eu estou querendo dizer é: planeje atividades para as suas crianças e, principalmente, brinque com elas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não precisa ser nada elaborado. Às vezes, passo um tempão pensando em uma coisa, imaginando como a Beatriz vai se divertir com isso e com aquilo e tudo mais. No final, tudo que ela quer é que sentemos com ela e comamos comida imaginária que ela faz nos seus brinquedos. Que estejamos presentes. Sem celulares, sem televisão, sem almoço para fazer. E, nessas férias, foi isso que eu fiz. Planejei duas atividades por dia. Uma pela manhã e outra pela tarde. Um momentinho em que eu me sentava com ela e brincava, exclusivamente com ela. Por cerca de uma hora.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJwUYtPIJfGzZGLiGsubZBZtHZO-S9L3QCVOY9rYIzO0sNOuXatrGyIrwM6ru6u8FpAPPgi9PXYIu3JTWAkiNZWzBCh1JwmW1zIdkze5T1JRaGXE69Ct1kNhcGwST6FBx6D8ymmn3Iq5I/s1600/20160728_095501.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJwUYtPIJfGzZGLiGsubZBZtHZO-S9L3QCVOY9rYIzO0sNOuXatrGyIrwM6ru6u8FpAPPgi9PXYIu3JTWAkiNZWzBCh1JwmW1zIdkze5T1JRaGXE69Ct1kNhcGwST6FBx6D8ymmn3Iq5I/s320/20160728_095501.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Banho de bacia com balões de água</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Eu dava a proposta da brincadeira. Banho de piscina. Piquenique em frente de casa. Pintura. Mas era ela quem conduzia o percurso da alegria. Repetíamos o que ela gostava e criávamos coisas novas a partir dali. Era um tempo incrivelmente bem gasto. Depois dessa dose exclusiva de atenção, a rotina ficava bem mais fácil. A energia baixava e ela se entregava ao cansaço para dali a poucas horas recomeçar novamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fizemos vários programas nessas férias. Dentro de casa e fora dela. Vocês vão acompanhar algumas das nossas atividades aqui no blog. Por enquanto, quero deixar apenas um recado para você que está passando por uma fase difícil com seus filhos, achando que fazem certas coisas de propósito para lhe tirar do sério e que a sua vida está mais complicada que a dos outros pais de alguma maneira. Você não está sozinho. Ser pai e mãe é cansativo mesmo. Dá trabalho mesmo. E você chora às vezes sim, com pena de si mesmo e de tudo que você perdeu escolhendo esse caminho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas aí você se lembra daquele sorriso pela manhã. E de como é ruim quando eles estão quietinhos porque estão doentes. E que eles são a oportunidade de voltar a ser criança um pouco. Percebe nessa hora que a brincadeira é o melhor remédio. Então, brinque. Um pouquinho que seja, mas brinque. Coma comida imaginária. Pinte borboletas no seu rosto. Tome banho de piscina como se não houvesse amanhã, como se a piscina fosse deixar de existir. Porque um dia, o que eles estão descobrindo hoje realmente vai se tornar realidade e eles serão pessoas totalmente separadas de você. Nesse dia, o que restará de melhor entre vocês, serão esses momentos de felicidade explícita que vocês construíram e que não sairão da cabeça nunca mais.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-55331560732965126862016-08-03T00:00:00.000-07:002016-08-03T00:00:23.494-07:00Do Seu Lado - Capítulo 4<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/BGrs-kd8g5c/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/BGrs-kd8g5c?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />
Capítulo 4, gente.<br />
<br />Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-19695071228193857812016-08-02T00:00:00.000-07:002016-08-02T00:00:21.796-07:00Pipoca de micro-ondas caseira<div style="text-align: justify;">
Hoje a preguiça tá grande e a vontade de escrever tá pouca. Resultado, vamos de receita.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de ser uma coisa relativamente comum, percebi que muita gente ainda não sabe que dá para fazer pipoca no micro-ondas sem comprar aqueles saquinhos com o cheiro (e com o gosto também) péssimo. Ninguém merece aquele ranço de gordura que fica no final. E o cheiro de chulé que impregna em tudo. Na escola em que trabalho, por exemplo, existe uma campanha contra a pipoca fedorenta de micro-ondas desde que a sala dos professores foi aterrorizada por pipocas sabor queijo, mas deixa essa história para outro dia...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, o menu de hoje conta com uma receita dificílima. Essa, até o mais incapaz entre os incapazes consegue fazer. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos precisar de:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
água</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
sal</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
milho de pipoca</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
recipiente de vidro alto (resistente ao calor do micro-ondas. Os vagabundos vão trincar ou explodir. Tô só avisando...)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
plástico filme - (Tem quem use só aquelas tampinhas plásticas próprias para micro-ondas, feitas para não deixar respingos de molho escapar)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Aí é o seguinte, coloca o milho no recipiente de vidro já pensando que a pipoca, quando estourar, vai precisar de espaço, por isso o recipiente precisa ser alto. Costumo colocar milho o suficiente para esconder o fundo, mas faço em potes pequenos, só o bastante para um lanche da tarde.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC75QQMjyQ52yGV4rWOUS8qdeVHQrNQHganDXwCIDhhoCdwqdFUgr_Dbv7Kuh_UC7R0YhEKnaLNyGlxm_wy1hqB2AqJeEED8fQof9TuY3tio4af-n9AJf-isKDVyoc7Vph9LMoK9Z2hGw/s1600/20160730_212048.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC75QQMjyQ52yGV4rWOUS8qdeVHQrNQHganDXwCIDhhoCdwqdFUgr_Dbv7Kuh_UC7R0YhEKnaLNyGlxm_wy1hqB2AqJeEED8fQof9TuY3tio4af-n9AJf-isKDVyoc7Vph9LMoK9Z2hGw/s320/20160730_212048.jpg" width="320" /></a>Então, coloque a água. Uma colher de sopa resolve, mas se for muita pipoca, uma tigela grande, por exemplo, melhor colocar um pouco mais, duas colheres talvez (receita bem precisa, não é não?).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Adicione o sal. Aconselham uma colher de café. Mas eu nem gosto muito de sal. Boto só umas pitadinhas mesmo. E misture tudo para umidificar os grãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Agora é só cobrir o recipiente com plástico filme. Não se esqueça de fazer um pequeno furo para o ar quente passar ou então é capaz de o plástico derreter com tanta quentura.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Suuuper difícil e gourmet, depois disso, é colocar o potinho no micro-ondas e apertar o botãozinho da pipoca. Caso o seu aparelho seja miserável e nem tenha botão de pipoca, coloca na potência mais alta e põe uns cinco minutos. Fica de olho, quando o espaço entre um estouro e outro de pipoca for superior a três segundos, é hora de parar ou a pipoca queima.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não coloque seu vidrinho em contato direto com uma superfície molhada ou fria. Ele pode trincar (Vai por mim, já fiz isso um par de vezes). E tire o plástico com cuidado. O vapor da pipoca queima.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Está pronto. Aproveite. Além de fácil. É rápido. Suja pouca coisa. E muito saudável. pipoca por sis ó já é um excelente alimento, sem gordura, então, é um sucesso!!!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/DCx7Ignfq2c/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/DCx7Ignfq2c?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
Deixo para vocês também um vídeo sobre as quinze vantagens de se comer pipoca.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-48164278608981058122016-08-01T05:00:00.001-07:002016-08-01T05:00:31.286-07:00Vida e Morte<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnmfI0OpSBCN9ZPmA6l_LdLpz2DlyBbppGceMQonMs4tJDXW2SHRYyI8XamrBP9ksw8w0PYZK4KQEE7SzqIoW7zlS_JcD-MArwibxvQxH_6fr7K57zFL9F_TaYtij227exZTMtzhYIGSo/s1600/13697157_10153805877572607_7459010940809436863_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnmfI0OpSBCN9ZPmA6l_LdLpz2DlyBbppGceMQonMs4tJDXW2SHRYyI8XamrBP9ksw8w0PYZK4KQEE7SzqIoW7zlS_JcD-MArwibxvQxH_6fr7K57zFL9F_TaYtij227exZTMtzhYIGSo/s320/13697157_10153805877572607_7459010940809436863_n.jpg" width="320" /></a>Acredito que nascemos e morremos várias vezes, sempre com a finalidade de aprender, sempre na intenção de melhorar. Para além do que é fé e do que é religião, é fácil perceber, observando a vida seguir seu curso, que tudo é cíclico. Algo tem que terminar para uma coisa nova começar. Ou seja, cada dia é uma oportunidade nova de nascer e cada noite que chega é também um pouco de morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Carpe Diem. É uma mensagem antiga. Aproveite o tempo. Você que acredita na imortalidade da alma e você que acredita na finitude do corpo. No final, a ideia vale para os dois. Aproveite. Cresça e apareça. Faça da sua vida uma experiência incrível. Pois é impossível vivê-la novamente da mesma forma. Escolha adequadamente todas as pessoas que vão permanecer na sua jornada, já que você não pode determinar quem surgirá no seu caminho... </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O acaso é sim uma ferramenta do destino, mas é o livre arbítrio quem estabelece essa permanência. Esse querer bem que distância alguma afasta. Essa necessidade de estar junto mesmo quando não compartilhamos os mesmos ideais. O que estou tentando dizer é que a máxima de que "os amigos são a família que você escolhe" é verdadeira, na mesma proporção que a família são amigos que você não escolhe. Mas que o coração acolhe...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUxPWI4Yu3p36j7eBCJQU0gYN_kGed7LYiPCw-62ZE1yqtrpizchYiAho4ctOk26e5gt_2bxR1YLX1s0RqaXCr5LfFfMv6MS0juvo870F7Vnazd8DgruwQwnp6Zz_xx5aePPUxwiP-uvI/s1600/10993395_10152721315802607_1959125863068118030_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUxPWI4Yu3p36j7eBCJQU0gYN_kGed7LYiPCw-62ZE1yqtrpizchYiAho4ctOk26e5gt_2bxR1YLX1s0RqaXCr5LfFfMv6MS0juvo870F7Vnazd8DgruwQwnp6Zz_xx5aePPUxwiP-uvI/s320/10993395_10152721315802607_1959125863068118030_n.jpg" width="320" /></a>Quando essa pessoa de lancheira aí entrou na minha vida, tinham me dito que eu ia ficar no canto. E de fato, por causa dela, eu precisei dividir meu quarto, por causa dela, minhas bonecas foram riscadas e, por causa dela, eu não podia mais ser criancinha, já que era a vez dela de ser. Admito que eu preferia outro irmão. Os meninos são tão mais fáceis de lidar, tão mais simples emocionalmente... Mas quando eu a vi naquela maternidade, eu entendi que não podia ser diferente. E foi um amor tão grande que só fui entender muitos anos depois, quando eu fui mãe de verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha irmã é tanta coisa minha que a palavra amiga não define. Somos pessoas completamente diferentes, eu sou de Áries e ela é de Aquário, isso já diz tanta coisa. Temos muito em comum também e até enxergo o quanto de mim ela absorveu pela convivência, mas a verdade é que a probabilidade de nós sequer nos conhecermos se não fôssemos irmãs é imensa. Eu sou do dia, ela é da noite. Eu jogava bola e ela caça Pokémon. Eu dançava gafieira e ela apresenta painel de cultura geek no SANA. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eu fico cá comigo pensando o quanto eu não teria perdido....</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa é a criadora do menino-peixe, a pessoa que mandava cartão-postal pelo videocassete, a garota que organizava as suas Barbies para visitarem o Ken na penitenciária. Definitivamente, essa pessoa aí nunca foi uma qualquer. E eu fico feliz de ser uma das personagens principais da história dela e não mais uma das pessoas que ficam babando quando a escutam falar. Não sou mais um like nas fotos que ela posta. E sou, muitas vezes a chata que passa sermão e que a lembra que o mundo é maior do que o espaço cozinha-cama-computador e que tem um universo de possibilidades lá fora esperando por ela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcvRvhsyozc0nV3zSlguhKKrSvIdK33ptW7hq6_Xe58TP59UWXKImlHuyGb6LKXgOoda0x97MFwOzH6iWPlTtWL_nwy4viliSmyOPBr9woxjT1S_10fhYodgTtW0LrEQv9kzrYGlgzD3Q/s1600/13726673_10153796722472607_7742449048280227408_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcvRvhsyozc0nV3zSlguhKKrSvIdK33ptW7hq6_Xe58TP59UWXKImlHuyGb6LKXgOoda0x97MFwOzH6iWPlTtWL_nwy4viliSmyOPBr9woxjT1S_10fhYodgTtW0LrEQv9kzrYGlgzD3Q/s320/13726673_10153796722472607_7742449048280227408_n.jpg" width="320" /></a>Até as pessoas incríveis, como todos vão concordar que ela é, acreditam às vezes que não são capazes. E isso não é defeito. Falhar, aliás, não é defeito, embora ninguém fale sobre as próprias falhas e os próprios erros, eles estão lá para fazer de nós o que somos da mesma maneira que fazem as conquistas. Sentir não é defeito. Admitir-se imperfeito é válido e muito corajoso. Rir de si mesmo é bom (até certo ponto). E seguir caminhos diferentes dos que lhe foram traçados é uma prova de coragem... Estou esperando ansiosamente pelo que está por vir, já que ela escolheu um caminho tão diferente do meu. E, com toda certeza, está morrendo de medo do próximo passo, já que esse ciclo se fecha. E todo ciclo que termina é uma morte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje morre a Thaís universitária. A Thaís que achava que não ia conseguir. A Thaís que se escondia detrás de uma porção de coisas, principalmente do próprio corpo. Você conseguiu. Cumpriu essa etapa. Pagou a última moeda do que todos esperavam de você. Está formada. Nasce hoje uma adulta, mesmo a contragosto. Nasce a Thaís profissional. A garota que já começa a mostrar seu talento nos figurinos por aí, que pensa em seguir a academia e mostrar suas ideias empoderadas para mais gente. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quero que saiba que continuo aqui para os cagaços e para os conselhos, para fazer churros e ler (bem de vez em quando) aqueles livros tristes que você me aconselha. Quero que saiba que agora é a sua vez de ser referência para a Bia e que essa é uma responsabilidade que você vai tirar de letra sendo apenas você mesma. Sucesso! Lembre-se que sempre que conseguir um objetivo implica em falhar algumas vezes e que do chão ninguém passa. E é com os pés no chão que todos nós enfrentamos essa longa caminhada que é viver...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-56295753374345109322016-07-30T00:00:00.000-07:002016-07-30T00:00:13.425-07:00Do Seu Lado - Capítulo 3Oi, gente,<br />
<div style="text-align: justify;">
hoje estou comunicando a postagem do terceiro capítulo de Do Seu Lado no Youtube. Para quem não sabe, resolvi publicar meu primeiro livro no youtube. Está em formato de slides. Estou publicando os capítulo às quartas e aos sábados. Deem uma passadinha por lá.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Olhaí:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/RWUp9IljLn0/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/RWUp9IljLn0?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse capítulo, a vida de Malu começa realmente a mudar. Pois o filho do seu padrasto, um rapaz chamado Antonio, vem passar as férias de final de ano com eles. Antonio é incrível. De tão divertido, vai ganhar a amizade de Malu e despertar o interesse de suas colegas de escola. E talvez esse interesse dê início às mudanças que a moça tanto espera que aconteçam...</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-27648977712236706432016-07-28T00:00:00.000-07:002016-07-28T00:00:06.707-07:00Cachorros Não Dançam Balé<div style="text-align: justify;">
Bia finalmente está entrando no clima das historinhas. Ela já consegue acompanhar um enredo com começo, meio e fim. Por isso, está na hora de dar o gás na leitura dessa biblioteca infantil que venho construindo desde que descobri que estava grávida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrJALDQAirwi4W-VCzuCOLLvlHnGp2B5m8KCYcEde-wdEQXjjYvMMKWy_li7OGGa3wiDdAzxO1fRKtpT4rjQucbXMQ1l5sh1n2-HlxELRvMH2tpP3bsD13mI_TkEpHlbn7a2Dp2Q8YBV8/s1600/cachorros.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrJALDQAirwi4W-VCzuCOLLvlHnGp2B5m8KCYcEde-wdEQXjjYvMMKWy_li7OGGa3wiDdAzxO1fRKtpT4rjQucbXMQ1l5sh1n2-HlxELRvMH2tpP3bsD13mI_TkEpHlbn7a2Dp2Q8YBV8/s320/cachorros.jpg" width="320" /></a>Essa semana, experimentamos o delicioso <i>Cachorros Não Dançam Balé</i>, de Anna Kemp. Com ilustrações de Sara Olgivie. Editora Paz e Terra. Lembro-me que comprei esse livro em uma das minhas buscas em livrarias. Geralmente, compro os meus livros pela internet, o preço é bem mais em conta, mas, em se tratando de infantis, adoro lê-los e folhear. Sempre acabo comprando alguma coisa ou pelo preço ou pelo encantamento. Foi o caso de Cachorros Não Dançam Balé. As ilustrações são muito fofas e a história inusitada traz uma mensagem importante.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O livro é a história de um cachorro chamado Filé (se você acompanha o blog, já percebeu que a utilização de animais é comum nos livros infantis. O animal diminui o impacto das emoções mais fortes). Filé é o bichinho de estimação de uma esperta menininha. Ela logo percebe que seu cachorro é diferente dos outros, ele não gosta de apanhar a bola, mas fica fascinado por pessoas dançando na televisão. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A menininha aceita de cara a paixão do cachorrinho pelo balé e até a vontade que ele sente de usar tutu. Já o pai da garota não aceita que o bichinho a acompanhe nas aulas de dança, nem aceita que cachorros queiram dançar balé. Filé faz todas essas coisas escondido. Sem se importar muito com o que os outros vão dizer. E como tem censura nesse livro. As pessoas na parada de ônibus, a família, a ´professora de balé, ninguém aceita que um cachorro queira dançar balé.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Minha filha, que anda muito empática com os personagens, pedia para acabar com a leitura todas as vezes que alguém desacreditava o cachorrinho. Tanto orgulho dela que já percebe o que é certo e errado. Precisei dizer para ela que no final ia ficar tudo bem. E fica mesmo. Filé se apresenta num grande balé e as pessoas estranham no começo, mas ele é tão talentoso que o livro acaba com muitos aplausos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Achei o livro ótimo. É sobre vencer desafios e sobre aceitar diferenças. Não podemos deixar de perceber que, facilmente, poderíamos trocar o cachorro Filé por um menininho. Um menino diferente. Que não somente gosta de dançar. O que por si só já seria audacioso, mas um menino que faz questão de usar tutu. Um menino diferente de outros meninos. Entendeu do que o livro trata?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Note que a menininha aceitou facilmente os gostos do cachorrinho e quem foi o primeiro que implicou? O pai. A figura masculina. Além disso, a autora faz questão de mostrar que o cachorrinho não gosta apenas da dança. Gosta de balé. O estilo mais associado ao feminino. E gosta de usar tutu. Não é preciso usar tutu para dançar, não é mesmo?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É um tema forte. Disfarçado por personificações e ilustrações fofinhas. Claro que é uma metáfora para todo os tipos de diferenças. Mas talvez seja uma excelente porta para abrir o diálogo entre um pai que não aceita que cachorros dancem balé e um filho que não gosta de fazer as mesmas coisas dos outros menininhos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-75828627973759679742016-07-27T00:00:00.000-07:002016-07-27T00:00:20.039-07:00Do Seu Lado - Capítulo 2<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i9.ytimg.com/vi/IiMk3o4FzYo/default.jpg?sqp=CJDA2LwF&rs=AOn4CLDNOoc4_NEmpKdDOWx8dI5zVuXlyg" src="https://www.youtube.com/embed/IiMk3o4FzYo?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Oi, gente,</div>
<div style="text-align: justify;">
hoje estou deixando no meu canal mais um capítulo do meu primeiro livro. Ainda estou caminhando nesse negócio de vídeo e de canal. Se tiver um tempinho, vai lá, lê, se inscreve, compartilha. Aquele negócio todo de youtuber...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse é um capítulo que mostra mais a personagem principal através da sua convivência familiar. Nos meus livros, pais e filhos compartilham características. E vocês vão perceber, com a passagem dos capítulos, como a personalidade de Malu vai sendo moldada a partir dos seus pais: Helena e Fernando.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mil beijos e espero que gostem...</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-81905471561112172462016-07-26T00:00:00.000-07:002016-07-26T00:00:09.993-07:00Hipocrisia, eu quero uma para viver...<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJnWpC-uv7-JOoIWY45JpBJeqRAvqdC9aQyI3ze4zTjl7G10gxuMH1gcOtOw0XWQLYwWkqYUoH_qan4LqMCRy8b7EBhxx8g93KQGBX7_2oT9edWwvyh6mvdIkrkdCzA8X78Ip21qH7BWc/s1600/lgbt.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJnWpC-uv7-JOoIWY45JpBJeqRAvqdC9aQyI3ze4zTjl7G10gxuMH1gcOtOw0XWQLYwWkqYUoH_qan4LqMCRy8b7EBhxx8g93KQGBX7_2oT9edWwvyh6mvdIkrkdCzA8X78Ip21qH7BWc/s320/lgbt.jpg" width="320" /></a>Hoje vou escrever um post em um molde que não gosto muito, principalmente porque não verifiquei as fontes (não por falta de tentativa), mas é incrível como num mundo com tantas informações, algumas coisas, aquelas que "não interessam ser mostradas", simplesmente somem. Neste sábado, na minha timeline, apareceu um depoimento de um jovem, depoimento provavelmente curtido por algum dos meus alunos. Eu estava meio ocupada, meio fazendo mil tarefas ao mesmo tempo no computador e não reparei direito no post, li por cima.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tratava-se de um relato de violência. O jovem relatava ter sido agredido, por estar beijando seu parceiro, em plena Praça da Gentilândia no Benfica. Para quem é de fora, que fique claro, que o bairro (e essa praça em específico) é um conhecido reduto LGBTS. Assim como a Pracinha em frente ao shopping Aldeota era um conhecido reduto de pessoas que gostam de animes e cultura geek. Assim como o Condomínio Uirapuru é conhecido por promover eventos religiosos. E, na minha cabeça, se você não gosta do que acontece nesses lugares, simplesmente não vá. Porém...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas o melhor (se é que dá para usar essa palavra nesse contexto) está por vir. Os agressores. Nada mais nada menos que vendedores de drogas. Isso mesmo. Os traficantes locais bateram no casal. Diz-se, aliás, que isso está virando prática comum do lugar. Não é lindo? Traficantes preocupados com a moral e os bons costumes? Provavelmente, tementes a Deus. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes que as cabeças toscas comecem a raciocinar, vamos esclarecer alguns fatores. Você, preconceituoso de carteirinha, vai dizer: mas a culpa é dos viados que usam drogas. Perdidos. Merecem mesmo. E blá, blá, blá... Vomitando imbecilidades sem fim. Gays e héteros usam drogas. Aliás, para e pensa, que tipo de atendimento ao cliente é esse por parte do tráfico: eu vendo para você e eu te bato. Não acho que seja um marketing eficiente. Acho que é melhor o pague um leve dois ou até o chiclete com a figurinha, mas vou deixar você tentar encontrar desculpas para isso...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQrzCtv4BJUE3bNQYwiFYJN9QI3G9CQ5KxBX6rcjfkqhkirQQKPtSZw_0dPy4f6elB-a17xjhE8XW1bqwzSt2pkdqtC3oDy_8zSdZKZ4hyHlkD3YrXJ14z51JEj9-A0QXkSx-5cxNe4Oc/s1600/lgbt+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQrzCtv4BJUE3bNQYwiFYJN9QI3G9CQ5KxBX6rcjfkqhkirQQKPtSZw_0dPy4f6elB-a17xjhE8XW1bqwzSt2pkdqtC3oDy_8zSdZKZ4hyHlkD3YrXJ14z51JEj9-A0QXkSx-5cxNe4Oc/s320/lgbt+2.jpg" width="320" /></a>Na minha cabeça, o que une droga e homossexualismo é uma coisa só: a lixeira social. O lugar onde jogamos tudo aquilo que o "cidadão de bem" não quer ver. Pois, cerceados de sua liberdade de ir e vir, os homossexuais precisam de espaços que os aceitem. Infelizmente, hoje em dia, esses lugares são guetos escuros, na calada da noite, escondidos por n subterfúgios, lugares onde nem a polícia faz questão de chegar. E a droga, como tudo mais que não presta, também circula por lugares assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Falta um pouco de raciocínio dedutivo aí, gente, estamos misturando causas e efeitos. Gay não é igual a droga. Gay não é igual a promiscuidade. Embora existam gays que usem drogas e existam gays promíscuos. Mas, na verdade, o que é que <b>eu</b> tenho a ver com isso? Nada. A questão desse post, por sinal, passa mais por essa inversão de valores. É o traficante ensinando moral. É a violência reprimindo o amor. E tudo isso regado por um egoísmo imenso. Afinal, jogamos essas pessoas nos guetos. E até nos guetos, eles apanham. Até nos guetos eles morrem. E parece que isso é o certo a se fazer pelo bem comum.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Mesmo que o relato não seja verdade. Os números da violência contra a comunidade LBTS são alarmantes. E a sociedade tem lutas muito mais importantes a vencer do que ir contra os direitos básicos dos homossexuais e outras definições. Direitos que qualquer cidadão tem. Enquanto houver houver lacicismo, pelo menos. E Deus permita que isso continue a existir, porque da última vez que religião e justiça se misturaram foram mil anos de trevas e escuridão. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A luta contra o consumo de drogas. A legalização. A conscientização da juventude. O acesso aos centros de apoio. A violência gerada por esse câncer social que é a droga. Tudo isso é tão mais relevante do que dois rapazes se beijando em uma praça. E, ainda assim, essas bandeiras de ódio explícito continuam a ser erguidas e heróis fascistas surgem com cada vez mais força, amparados apenas pela raiva e pelo egoísmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A idiotia é o mal do século, sem sombra de dúvida. Enquanto escrevo, penso naqueles que colocarão o homossexualismo e o vício no mesmo patamar. Acusando-me de hipócrita. Afinal, "duvido que ela queira que a filha veja dois homens se beijando". Em primeiro lugar, não me incomodo um milímetro com dois homens se beijando na frente da minha filha, contanto que se mantenha o decoro, isso vale para casais de qualquer natureza, inclusive para héteros como eu e o pai dela e cachorros grudados no meio da rua. E, ainda assim, caso ela veja algo "inapropriado para a idade", tudo é oportunidade para diálogo e conversa. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em segundo lugar, de certa forma, o pensamento preconceituoso tem alguma lógica, pois existe mesmo uma relação entre vício e homossexualismo. Tanto o viciado como o gay não tem saúde. Saúde, se tomamos por base a OMS (organização sanitária vinculada à Organização das Nações Unidas), seria <span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2px;"> </span><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 16px; line-height: 19.2px;">“estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente a ausência de enfermidade ou invalidez”. </span>Por esse ponto de vista, viciados e homossexuais estão no mesmo barco, pois dependem do poder público para alcançar essa saúde de bem-estar físico, mental e social. E, definitivamente, nenhum desses dois grupos e suas interseções merecem a lixeira social em prol de um "cidadão de bem", categoria, aliás, que eu nem acredito que exista de fato.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-28291382038119141992016-07-25T05:34:00.002-07:002016-07-25T05:34:51.216-07:00Micaretinha do Shopping RioMar<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2z4VSkpGJ3qR5jDXkhO3r4ofYThFOingHOmUr6GuOnlPU8nULCmVYpBFTJ_5gctnBT6o1puuDOZAlHTxRPDZyIDffUwXN9AJ6SdVJuyMSWQyEU2vH84HPsR16Rp1n_FWGhHCbyrvIBCs/s1600/micaretinha.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2z4VSkpGJ3qR5jDXkhO3r4ofYThFOingHOmUr6GuOnlPU8nULCmVYpBFTJ_5gctnBT6o1puuDOZAlHTxRPDZyIDffUwXN9AJ6SdVJuyMSWQyEU2vH84HPsR16Rp1n_FWGhHCbyrvIBCs/s320/micaretinha.jpg" width="213" /></a>Ontem, por coincidência, a pequena acordou mais cedo do soninho da tarde. Provavelmente por conta da quebra do nosso ar-condicionado. Aqui em casa, estamos todos morrendo de saudades dele. Quase entendo a raiva que a nossa classe média alta tem de pobre em avião, afinal, luxo é uma droga mesmo, depois que você se acostuma com ele...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, a gama de possibilidades para o domingo à tarde se abriu, pois, em geral, não conseguimos fazer programas antes das cinco pela logística do cochilo da tarde da Bia. Como em todos os finais de semana, olhei a programação infantil no grupo do Facebook - Programação Infantil de Fortaleza (peça para se inscrever <a href="https://www.facebook.com/groups/263743847065267/?fref=ts" target="_blank">aqui</a>). E vi a proposta da Micaretinha do Shopping RioMar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse evento, pelo que entendi, tinha relação com o Fortal (carnaval fora de hora que já comemora 25 anos na cidade). Acho que a ideia era incluir as crianças e os pais foliões nesse clima de carnaval fora de época, férias e celebração da alegria.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, nós estamos sempre dispostos a topar coisas novas, embora eu e meu marido sejamos bem pouco chegados a axé, mas, como era uma coisa infantil, resolvemos experimentar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O evento estava fofo. Trio elétrico em som possível de conviver. O local foi o estacionamento do shopping que fica na parte da sombra. Tinha pouca gente e havia segurança e barraquinhas para suprir a s necessidades básicas como líquidos e comidinhas. a brisa estava batendo e o ambiente estava gostoso. Certamente, o shopping teve uma bela iniciativa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Infelizmente, entretanto, apesar da seleção de axés ter sido escolhida para as crianças, ou seja, o que ouvi era axé das antigas (tipo: "vou dar a volta no mundo, eu vou, vou ver o mundo girar" e "Alô paixão, alô doçura"), nada de duplo sentido, o que definitivamente exige esforço da escolha da playlist, ainda assim, era axé. E só axé. </div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Z8jwR1jILi04Nhaw2qUTSGuzxDyOtWh5etK_2Gi3TR4D8SMlZUp9YwmBZ8Th8UT8gWY5lsl5Zh_LX-8i0ypFo_ET_99Xhbj9oQZPHpgMSfuF96vi24tdmTWG912sEfuw2t_OjBuii-U/s1600/20160724_165111.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Z8jwR1jILi04Nhaw2qUTSGuzxDyOtWh5etK_2Gi3TR4D8SMlZUp9YwmBZ8Th8UT8gWY5lsl5Zh_LX-8i0ypFo_ET_99Xhbj9oQZPHpgMSfuF96vi24tdmTWG912sEfuw2t_OjBuii-U/s320/20160724_165111.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu esperava uma musiquinha infantil, mas também não fiquei tempo suficiente no evento para saber se rolou ou não. Até deve ter rolado em algum momento. O caso é que a minha pequena não curtiu muito. Tampouco o pai dela. E eu, que geralmente sou a que insiste para tentarmos um pouco mais a atividade nova, também não ia ficar lutando para ouvir axé.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Preferimos o tradicional passeio no shopping. Taí a nossa foto fingindo que estamos adorando o programa e que curtimos todas as músicas. Mas a verdade é que a gente demorou mais para chegar no local, já que o estacionamento em que deixamos nosso carro era do outro lado do shopping do que ouvindo o trio elétrico. Nada contra, viu, gente. Só não é mesmo o nosso estilo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Falando nisso, teve um tempo na minha vida que eu fui no Fortal. Nem gostava muito. Achava sempre puro a xixi. Depois, passei a detestar o Fortal. Porque eu não ia, mas minha vida era cerceada pela mobilidade urbana da área em que eu morava, perto da Avenida Beira-mar, onde o evento acontecia. Hoje, que o Fortal se mudou para a Cidade Fortal, eu quase que o adoro. Nas mesmas proporções que gosto do Halleluya. Deus conserve esses dois eventos. E, para completar, nesse fim de semana, ainda teve o Encontro de Mulheres Pague Menos. Resultado: cidade vazia, lugar para estacionar, serviço bom. Afinal, Fortaleza inteira estava nesses eventos. E foi ótimo não estar em nenhum deles. Adoro a cidade assim, cada um na sua, fazendo o que quer, sem falar mal das escolhas e das opções de lazer dos outros.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-1068324785156766492016-07-23T06:26:00.000-07:002016-07-23T06:26:27.757-07:00Projeto Novo<div style="text-align: justify;">
Tem coisas na vida que é preciso ter coragem para fazer. Começar um livro, por exemplo. Mostrá-lo para alguém. Deixar que alguém veja o que você escreveu. Que compartilhe das suas ideias. Ou pior, que discorde delas. Quem lê acha que, de maneira inocente, estamos em todas as palavras, em todas as atitudes dos personagens. Particularmente, não concordo. Acho que escrever é também um exercício de empatia, uma forma de se enxergar pelos olhos de outros. Mas isso não vem ao caso hoje.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Estou escrevendo para falar dessa sensação de covardia quando estamos diante de algo novo. Quando nos propomos a tentar. Enfim, quando colocamos a cara a tapa. A primeira coisa que vem à mente é o medo do vazio e da solidão. Enquanto escrevo no meu quarto, não vejo os rostos de ninguém. E penso nas palavras jogadas no universo, como se não houvesse resposta. Como se eu falasse sozinha. Todos os dias, eu crio coragem para compartilhar meus links no facebook, sempre pensando se estou incomodando alguém com essa propaganda de mim mesma. Daí eu penso que é difícil que eu incomode mais do que as notícias nacionais e clico em "compartilhar".</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda espero os comentários no post. Ainda espero ansiosamente pelas pessoas que se inscrevem no blog. É um exercício muito bom de paciência para o ego. Tenho que me conformar que sou apenas um grãozinho de areia nessa imensa praia chamada internet. O sucesso não chega fácil. O sucesso não é para qualquer um. Atinjo poucas pessoas. E a consciência disso me faz pensar em desistir às vezes. Por outro lado, quando comecei, o blog tinha tão poucas visualizações diárias. Não passava de dez, na verdade. Quase todas minhas. E hoje, todo dia as visitas giram em torno de sessenta (bem mais que isso de vez em quando). Sessenta pessoas que gastam o seu precioso tempo para saber o que eu estou dizendo. Quase duas salas de aula. Para ler. Coisa que não é comum.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sei que muitos são meus alunos. E que gostam de ver uma outra faceta da minha vida exposta. Afinal, aceitar uma licenciatura é o mesmo que assinar um contrato para participar de um Big Brother eterno, em que só a morte é capaz de te eliminar. Aluno adora e sempre vai adorar saber da vida de professor. Como se a gente tivesse um tipo diferente de vida. Nem vou entrar nesse mérito...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acontece que, nesse processo, venho arrebatando gente amiga. Que me lê. Que me entente. E que, de alguma forma, se identifica com o que escrevo. E isso é um incentivo grande. Ainda que as proporções sejam pequenas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escolher se expor, em qualquer situação, é uma escolha difícil. Do outro lado da tela, é possível julgar sem identificação. É possível zombar e não sofrer maiores consequências (na maioria das vezes). Então, alguma coisa muito forte tem que motivar essa escolha de se colocar diante do mundo. No meu caso, é o desejo de partilhar meu trabalho e de ser reconhecida por isso um dia. Quero tanto que mais gente leia meus livros, que eu arrisco. Morrendo de medo. E morrendo de vergonha. Que fique claro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E é assim com esse novo projeto. Depois de mais um desprezo, resolvi tentar algo diferente. Vou colocar meu primeiro livro no youtube. Em forma de slides. Um capítulo por semana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Está tosco. Não sou boa de edições. Não sei mexer em programas de vídeo adequadamente. E meu gosto é duvidoso na questão da imagem. Mas estou fazendo o possível.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Além disso, o trabalho é enorme. As ferramentas são complexas. Existem inúmeras questões que envolvem direitos autorais. E transformar uma obra de uma plataforma para outra é sem sombra de dúvidas um trabalho complicadíssimo. Mas eu vou tentar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gostaria muito que vocês vissem. Que me dissessem o que acham da ideia. E que me acompanhassem nessa nova empreitada. Então, lá vai. Porque nenhum caminho, por mais longo que seja, começa sem um primeiro passo...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/yOqgFnQpIaE/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/yOqgFnQpIaE?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-3784403370581466852016-07-22T00:00:00.000-07:002016-07-22T00:00:12.963-07:00RELICÁRIO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioJnwTGRgPtuxv9PY-zEpkhVEKQh2_1V_2cdN8mgrQA2NXITQBsIKJwcnWsENljMBDCwfX9L5IOxvCxzrACs8S-9_OoVcOATIhkbv0T-e5g5Eh3vnGyAtWZecx52xtNJm7yYgTr7GTY44/s1600/cachorroquente.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEioJnwTGRgPtuxv9PY-zEpkhVEKQh2_1V_2cdN8mgrQA2NXITQBsIKJwcnWsENljMBDCwfX9L5IOxvCxzrACs8S-9_OoVcOATIhkbv0T-e5g5Eh3vnGyAtWZecx52xtNJm7yYgTr7GTY44/s320/cachorroquente.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ele tentava manter o foco, enquanto ela
fazia as perguntas. Eram perguntas interessantes sobre empoderamento feminino,
o esporte como ferramenta de desenvolvimento social, preconceito. Joaquim
estava impressionado com a forma elegante e natural com a qual Taís abraçara o
jornalismo. Seu pensamento de profissional estava ali, com ela, interessado em
tudo que dizia. Já seu coração de menino...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Esse batia acelerado. Fugindo desesperado
numa correria louca. Tentando escapar do que aqueles olhos azuis, aqueles
cílios longos, aquela boca perfeita faziam com ele. Joaquim segurava o cabelo
para que a mão não fugisse ao controle. E sorria. Até porque não conseguiria
fazer outra coisa. Taís estava na sua frente. A pessoa que não lhe saiu da
mente por nem um dia sequer. A mulher que ele via refletida na lua.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Não conseguia conter o desespero que a
esperança lhe causava. Taís o procurara. Ela buscara a sua presença. Talvez sua
chance de ser o alvo chegara. Esse pensamento lhe dava tremores e fazia seu
coração disparar. Estava sem ar. Sentia calafrios. E ela perguntava sobre
trabalho, sobre cinema, sobre futebol e carreira. Os olhos de caçadora sempre dentro
dos dele. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Estava tímido. Incapaz. Respondia quase
que mecanicamente. Perguntas tantas vezes feitas. Não era difícil buscar na
memória a resposta padrão. Joaquim era a presa. Sempre fora. Estava acuado pela
presença dela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Taís aproveitara cada segundo do tempo.
Profissional ao extremo. Sorrindo. Perguntando. E, ao mesmo tempo, reagindo aos
sinais que o corpo dele dava. Jota sabia que não eram sinais bons. Ele estava
com medo. E ela farejava o medo em cada hesitação. Quando alguém da produção
gritou “two minutes”, quis morrer. Era pouco tempo para convencê-la a ficar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Taís sorriu mais uma vez. Ela parecia
tranquila, prática e inabalável como sempre. A deusa Ártemis dos seus inúmeros
desenhos. A personagem que marcou a sua vida. Ela respirou fundo e fez sua
última pergunta:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Joaquim, sou uma grande fã dos seus
quadrinhos e essa é mais uma pergunta pessoal do que jornalística... – De
repente, era essa a pergunta que mais o interessava responder. Ele sentou de
forma mais atenta na cadeira. – Seus quadrinhos notadamente colocam as mulheres
em primeiro plano e pouco tratam de relacionamentos amorosos. Eu acho isso
incrível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Acha? – Ele sorriu. – Nem todos os fãs
pensam da mesma forma. Se quer mesmo saber...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Mas, por outro lado, sempre imaginei
que existisse algo mais entre Levi e Diana. E, no entanto, depois que ela sai
do ensino médio, eles simplesmente não se encontram mais. É só isso? – Ele se
divertiu com a expressão do rosto dela. Era uma pergunta de fã. Estava
orgulhoso de tê-la como admiradora. – Eles são perfeitos um para o outro e não
percebem. Nunca vai acontecer? Ou será que o próximo longa será sobre um reencontro?
Você pode me adiantar esse detalhe? – Colocou as mãos juntas como se estivesse
em oração. – Por favor...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Eu adoraria te falar como essa
história termina, Tati. – Criou coragem para tomar uma das suas mãos e
entrelaçar seus dedos nos dela. Apertou forte. Naquele aperto, queria passar um
milhão de sensações. – Mas nem eu sei essa resposta. – Encarou aqueles olhos
azuis com coragem. Desejando que eles se perdessem na escuridão dos seus. Que
entendessem o que estava bem ali, estampado em cada contração dos seus
músculos. – Estou esperando que esses dois me digam o que vai acontecer faz
bastante tempo. E a verdade é que está tudo nas mãos dela, porque ele é idiota
e covarde demais para tentar...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Taís soltou a mão dele e se afastou.
Algo no seu olhar de admiração quebrou. Não era mais a jornalista. Não era mais
a fã. Era ela mesma. Um vislumbre da adolescente determinada faiscou pelo seu
semblante. Jota teve medo de que ela saísse sem sequer se despedir. Ainda sabia
reconhecer que estava zangada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Levi inventa mil desculpas para não se
declarar para Diana. Deve estar dando aula em uma universidade, olhando para
lua e pensando nela. Jamais vai esquecê-la. – Continuou a falar. A coragem
vinha de um lugar que ele mesmo não sabia de onde. – A verdade é que não se
sente capaz de merecer alguém como ela. Nunca achou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ele esperava tudo, menos que ela se
levantasse friamente, agradecesse a entrevista com um aperto de mão formal e
mais nada. Tomou a direção da porta indicada pela produção. Taís nem olhou para
trás. A ponta do salto dela marcava as pontadas de dor no coração de Joaquim.
Ela desprezara a caça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Jota se levantou. Não podia deixar que
ela fosse. Que saísse de sua vida. Não novamente. Aí alguém lhe perguntou se
queria alguma coisa. Se precisava parar e fazer um lanche. Despertou para a
realidade. Tornou a sentar. Colocou a cabeça entre as mãos. Tonto. Covarde. Nunca
fora um garoto covarde. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Mas agora deixava que ela fosse embora,
porque não tinha coragem para ouvir mais um não. Não tinha mais estômago para
que ela destruísse suas esperanças. Ia viver para sempre preso nessa ilusão de
que um dia o quisesse. Estava inerte na sua frente. A presa perfeita. E a deusa
o desprezara. Mais uma vez.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Os minutos foram passando e Joaquim se
deu conta de que não conseguiria continuar o que estava fazendo. Não podia mais
ficar sequer um segundo ali. Não tinha condições de responder nada. Pelo
contrário, precisava era ouvir respostas. Nem deu muitas explicações, pegou sua
carteira e desceu pelas escadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Ligou para Lorena como se a amiga
pudesse resolver tudo em um passe de mágica. Como se ela tivesse todas as
respostas. Ou, pelo menos, o número certo do telefone que ele precisava.
Caminhava pelas ruas sem rumo. A cidade não era a mesma de tantos anos antes.
Estava, sem sombra de dúvidas, perdido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ “A morte é para os que morrem”,
Joaquim. – A voz dela o chamou de volta à realidade e ele se despediu da amiga
imediatamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Taís estava em pé, do lado de uma
barraquinha de cachorro-quente, com um sanduíche na mão. Tirara a camisa do
uniforme e usava uma blusa num tom forte de rosa com as costas completamente
nuas. Era tão linda e, ao mesmo tempo, uma imagem tão insólita com aquele
cachorro–quente nas mãos, que arrancava olhares de admiração de quem passava na
calçada e a percebia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Não sou uma deusa. – Brigou com ele. –
Nunca serei. – Deu uma mordida no sanduíche fazendo a mostarda espirrar no seu
rosto. – Sou uma mulher normal e cheia de defeitos. Aprendi a lidar com isso a
duras penas. – Explicou sem se incomodar de limpar o que estava sujo. – E não
vou abrir mão de uma conquista dessas nem por sua causa...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Nem por minha causa? – Estava tão
feliz que podia ficar ali o dia inteiro. Para ele, Taís e o cachorro-quente
eram mais bonitos que a mais linda obra do Louvre. Sentou em uma banquetinha.
Tati sentou de frente para ele. Ainda zangada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Você tem essa capacidade de arrancar
das minhas entranhas o melhor de mim. – Disse sem tirar os olhos dos dele.
Certeira como uma flecha. – Adoro a pessoa que vejo refletida nos seus olhos e
adoraria descobrir mais sobre ela e sobre nós dois. – O coração de Jota deu um
salto com a expressão “nós dois”. – Mas já estou velha para mais uma furada,
Jota. – Balançou a cabeça com
naturalidade. Deu outra mordida no sanduíche. – Quero parceria. Quero de igual
para igual. Ou então não me interessa... – Taís o encarava com uma verdade que
doía na alma. A sinceridade em estado pleno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Jota a encarou enquanto ela mastigava a
mordida. Esperou que ela tomasse um gole do refresco sem-vergonha que
acompanhava o lanche. Pensava na perfeição de cada traço daquele rosto. A arte
era impressionante, a arte o mantivera vivo, ele era feito de arte. Mas a
realidade sabia ser bem mais surpreendente. Amava a Taís real ainda mais do que
a que conseguira criar na sua cabeça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Eu estava para ter um troço antes de
te ver. – Ela confessou. – Te admiro do fio de cabelo desarrumado ao dedão do
pé dentro desse tênis imundo, sabia? – As palavras jorravam dela impulsionadas
pela raiva. – Queria poder dizer o quanto você significa para mim, o quanto me
ajudou sem nem saber, falar o quanto estudei para fazer essa entrevista para
que você não achasse que eu ainda sou aquela menina burra do ensino médio, queria
agradecer por cada livro da sua lista maravilhosa que eu li, por cada palavra de
incentivo escondida nos seus quadrinhos. Tanta coisa que nem sei... – Estava
realmente zangada. Jota escutava com atenção encostado com os braços em uma
mesa de plástico. – E você me vem com a deusa de novo. Com esses olhos que só
enxergam o melhor em mim. Como se você não pudesse com os meus sentimentos...
Como se eu fosse demais. Você sabe como eu me sinto, Jota? – Mordeu os lábios.
Ele não fazia ideia. – Como se nada que eu tivesse feito e aprendido nesses
anos todos fosse suficiente. – Despejou em cima dele. – Eu nunca serei essa
pessoa que você enxerga. Nunca conseguirei alcançá-la. Ela é inatingível. –
Taís o encarava nervosa. – E você prefere venerar essa deusa a ter coragem para
me enfrentar de verdade. E isso me deixa puta pra caralho! – Jota riu. Ela se
zangou mais ainda. – Tanto. Mais tanto. Que eu tenho vontade de esfregar esse
cachorro-quente na sua cara.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Eu amo você, Taís. – Não precisava
mais de coragem para dizer isso. – Amo de uma forma inconsciente, sem-razão,
fora da lógica. Você se misturou em mim de um jeito que nunca consegui
explicar. Entrou no meu peito e não saiu mais. – Olhava nos olhos dela. – Eu
tenho muito medo do que sinto. Acho que sou capaz de deixar de ser meu tão
idolatrado eu para ser quem você quer que eu seja... Isso me assusta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Por outro lado, não faço questão desse
sentimento se for para ser a única protagonista dessa história. – Pagou o
lanche e se levantou. Joaquim viu a flecha incrível tatuada nas costas dela, no
sentido da espinha. – Quero mais é que o Levi se foda se ele está por aí
sentado numa banquinha de cachorro-quente esperando a Diana tomar a decisão de
voltar e se tornar o grande amor da vida dele... – Taís começou a andar. – Para
mim, Jota, quem não escolhe viver, já está morto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Garanto que Levi está disposto a pegar
um avião agora mesmo e se jogar aos pés dela quantas vezes for necessário até
que Diana o aceite. – Segurou o braço dela.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">─ Joelhos são totalmente dispensáveis. –
Ela o encarou e os olhos deles se entenderam pela primeira vez. – Basta um
beijo. Inesquecível como aquele que trocaram na despedida dele do ensino médio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">Joaquim deslizou as mãos pela cintura
dela e as colocou dentro dos bolsos de trás das calças de Taís. Tati o enlaçou
pelo pescoço. Queria beijá-lo, mas fez questão que ele tomasse a iniciativa.
Jota a abraçou por completo, milhares de emoções explodindo em cada toque e
quando as bocas finalmente se encontraram, ambos já sabiam que aquilo ali era
amor. De verdade. E para sempre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 18pt;">
<br /></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 18pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt;">***<o:p></o:p></span></div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-42488183288952453332016-07-21T00:00:00.000-07:002016-07-21T00:00:15.070-07:00Terminei RelicárioOi, gente,<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
para quem não percebeu, na semana passada, tinha mais um Relicário. O que demorei mais para decidir. Acabei optando por escrever na perspectiva da Laura, afilhada de Maria Lúcia. Foi uma maneira também de contemplar um pouco das emoções de Malu ao chegar no colégio Santa Inês. Laura tem uma história bem parecida com a da madrinha em alguns aspectos. Mas fiz questão de mudar algumas coisas, afinal, cada pessoa é única, e uma história não se escreve do mesmo jeito duas vezes.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Já hoje, na verdade, ontem da perspectiva de vocês, terminei o décimo quinto conto. E com ele encerro meu trabalho com esses personagens. É um conto sobre Joaquim e quem já leu o último livro já deve suspeitar do que se trata. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É incrível pensar que acabou. Estou envolvida com esses personagens desde 2010 e adoro a forma como cresceram. Como encontraram suas peculiaridades. E eu também cresci nesse processo. Estava lendo o primeiro capítulo de Do Seu Lado para mandá-lo para uma seleção e quase nem me reconheço mais ali.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Verdade que começar é sem sombra de dúvidas bem mais difícil que terminar. Depois que a coisa toma ritmo, é simplesmente deixar acontecer naturalmente. Os personagens, uma vez criados, vão respondendo com suas próprias personalidades aos entremeios que crio. Sempre sinto que sou a primeira a ouvir as minhas histórias. Que eles é que criam tudo. Pode acreditar, às vezes, chego a me zangar com as decisões que, na realidade, eu mesma tomo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse clima de despedida, deixei no Clube de Autores a versão em livro de Relicário. A capinha está bonitinha e ele tem formato diferente, estilo pocket. E amanhã o conto estará aqui para quem quiser curtir. Vou arrumar também o blog. colocar todos os links dos livros aí do lado esquerdo de vocês e quem sabe mudar o layout para dar uma mudada de ares. afinal, novas aventuras e personagens me esperam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Falando nisso, estou quase pronta para encarar o desafio de reescrever meu mito favorito: Eros e Psiqué. Estou estudando o assunto e definindo espaços. Ainda não coloquei nenhuma linha no papel, mas já tem alguma coisa na cabeça. Então, esperem por mim.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-54085070037129989042016-07-20T00:00:00.000-07:002016-07-20T00:00:18.632-07:00Atividade: cinema<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBZKSg6rzrt93i8Xjju6EVUw0kX5ByFofK9ZXlgpIRiKAjEpBp2fWoeONRSRCWkOVIlMO9ir0I0-qxGHpfNEDT-qpji7wB2tk3yLZdGKx62dU4Xm6J1LEWMpg1ROxlE7qu3MH4j6rGKus/s1600/received_10153793401077607.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBZKSg6rzrt93i8Xjju6EVUw0kX5ByFofK9ZXlgpIRiKAjEpBp2fWoeONRSRCWkOVIlMO9ir0I0-qxGHpfNEDT-qpji7wB2tk3yLZdGKx62dU4Xm6J1LEWMpg1ROxlE7qu3MH4j6rGKus/s320/received_10153793401077607.jpeg" width="180" /></a><br />
<div style="text-align: justify;">
Mais uma aventura nessa maratona de férias: cinema. Primeira vez da Bia. Primeira vez da Priscila mãe no cinema. Muita tensão envolvida.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eu, particularmente, adoro cinema. E não estou falando de filme de arte não. Até tenho dificuldades de tratar cinema como arte, na verdade, reconheço o valor de um Clint Eastwood, de um cinema francês, mas, na verdade, por gosto, prefiro um pipocão americano de aventura ou uma comédia romântica bem fofa a uma fotografia premiada ou um filme cabeça. Gosto tanto de cinema que é um refúgio quando me sinto ansiosa. Sempre que passei por momentos de estresse, escondi-me por duas horas numa sala de cinema e o filme me protegeu. Foi assim, por exemplo, no dia que saiu o resultado da seleção de mestrado. Eu estava assistindo a um filme quando meu namorado (atual marido) ligou para avisar da aprovação. São momentos em que esqueço o que sou. Vou, inclusive, sozinha. E adoro essa solidão. Uma sessão de terça à tarde na companhia de si mesma é maravilhosa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquJw0sf7q9r5aramxHCV-h91neGKQrY22R0S-agH76UihzU5M7wR39Kt9uBqbhvnhulTnP5oZFtHLpSEBPFYY-p4yehwQbEeVBhGheo12RuKAk6itLBlBl2X8NKix6zl17FHyVWopXcs/s1600/20160713_162804.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgquJw0sf7q9r5aramxHCV-h91neGKQrY22R0S-agH76UihzU5M7wR39Kt9uBqbhvnhulTnP5oZFtHLpSEBPFYY-p4yehwQbEeVBhGheo12RuKAk6itLBlBl2X8NKix6zl17FHyVWopXcs/s320/20160713_162804.jpg" width="180" /></a>Quero muito que a Bia goste de filmes também. Do jeito dela, é claro. Lembro bem de ir ao cinema quando era criança. Era um dos nossos programas de férias. A pipoca e a ansiedade. E ainda a propaganda da gelatina Royal com o Bocão: Abra a boca é Royal. Vi no cinema vários filmes dos Trapalhões e da Xuxa como Os Fantasmas Trapalhões de 1987 e Super Xuxa Contra o Baixo Astral de 1988. Sem falar do inesquecível: Uma Escola Atrapalhada de 1990, com Supla e angélica de par romântico (não viu, veja!).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A questão é: quando devemos levar nossos filhos ao cinema pela primeira vez? Vamos combinar que não é um ambiente simpático para os pequeninos. Escuro. Frio. Som alto. Além disso, minha filha, pelo menos, ainda não acompanha uma hora e meia de história bem sentadinha em uma cadeira nem em casa. Sei que é uma coisa que varia de criança para criança, amigos me relatam a capacidade de concentração para assistir a saga toda de Toy Story. Bia acompanha muito bem episódios de vinte a trinta minutos, oscilando entre andar, sentar e dar umas rodadinhas no meio da sala. Por isso, eu estava bem ansiosa com a reação dela. Realmente me preparei para sair no meio do filme se fosse o caso. Não foi necessário.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAStanJq8FC1vzLaGIISSKucKmF-3oxhz1dY7GIbwxUDqaMYu_QsvVK_Da1mnne8I8gnXEvM1pQwwrEOqtGdEsO7ipMx1Z_shyphenhyphen7tx2jM6Docy5il06yhpfhcq-ccZy4KEMfNpgL5oFJwg/s1600/20160713_162741.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAStanJq8FC1vzLaGIISSKucKmF-3oxhz1dY7GIbwxUDqaMYu_QsvVK_Da1mnne8I8gnXEvM1pQwwrEOqtGdEsO7ipMx1Z_shyphenhyphen7tx2jM6Docy5il06yhpfhcq-ccZy4KEMfNpgL5oFJwg/s320/20160713_162741.jpg" width="320" /></a>Cinema é cinema. Uma experiência totalmente diferente. Tem pipoca. Tem cadeira só para ela. Tem outras crianças. Escolhemos "Prourando Dory" por ser um filme de animais, Bia ama animais, mas bem que eu queria um filme mais curto e menos escuro. Sem falar que Pixar é bastante complexo em termos emocionais e as crianças dessa idade têm problemas nas relações com as emoções.Dizem que A Vida Secreta dos Bichos é melhor nesse sentido, não tinha estreado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxsAdmJ50GXl8RdGbsKqSnnPZ8_j1w50fLLttV-gosnCZRqJqzydNAjVsrcq4tLFQK6iOWRHw9QVbnIQoRshxtga5mg7Uo5skfV0UdSZ-Ww47u9TvASxQahkGPCQ97pVw-P9ThjV3WBiY/s1600/received_10153793401137607.jpeg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxsAdmJ50GXl8RdGbsKqSnnPZ8_j1w50fLLttV-gosnCZRqJqzydNAjVsrcq4tLFQK6iOWRHw9QVbnIQoRshxtga5mg7Uo5skfV0UdSZ-Ww47u9TvASxQahkGPCQ97pVw-P9ThjV3WBiY/s320/received_10153793401137607.jpeg" width="180" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Achou a Dory!</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O caso é que fomos e foi surpreendente. Para começo de conversa, fiz como o nosso amigo Daniel Tigre sugere (conheça o Daniel Tigre <a href="https://www.youtube.com/watch?v=XNllyCx-4Tc" target="_blank">aqui</a>). Ele diz que " se coisas novas vamos fazer, conversamos sobre como vai ser". Desde a semana passada que eu a preparo psicologicamente para o cinema. Expliquei como era e o que faríamos. assistimos aos trailers e Bia já sentou na cadeira conhecendo os personagens pelo nome. Riu bastante na animação que antecede o filme e quando as luzes realmente apagaram de vez, teve ensaio de choro grande. Coloquei ela no colo. Ofereci um paninho e uma chupeta e ela se conformou a enfrentar o medo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As crianças estão sempre te ensinando alguma coisa. Achei que a Bia não fosse se concentrar. Que eu tivesse que sair por causa do escuro ou do som. Tanto que fui no dia da promoção para o prejuízo não ser tão grande. Que nada! Acompanhou e entendeu boa parte da história. Tanto que o choro não foi por causa do escuro, ela chorava quando as personagens passavam por situações emotivas fortes. A parte em que Dory se perde dos pais, por exemplo, teve direito a chorinho. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ela conseguiu ir até o final. Elogiei a coragem. Do meio para o fim, a ansiedade passou e ela até curtiu. Pediu pipoca. Deu risada. Fiquei impressionada. Com ela e com a minha mãe. Que também conseguiu chegar ao final do filme sem dormir. Dona Rosa é conhecida por não terminar os filmes que começa. Pega no sono até num Tarantino. Conseguiu encontrar a Dory. Uma proeza, considerando que o último filme que assistiu no cinema foi Mulan.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acabou sendo uma experiência bacana. Algo pelo qual tínhamos que passar. Tenho certeza que a próxima vez, com a Bia já um pouquinho mais velha, vai ser ainda mais divertido.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-55150751605916613562016-07-19T06:03:00.003-07:002016-07-19T06:03:39.009-07:00Atividade: Coleção Airton Queiroz<div style="text-align: justify;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisULPAv-mFJSKql8MvU1O0rA2CmCgzLzxUQwFCgO_fkpw7ArVLT1X8rfUnzWY94fNvnaTFtRQR57z6LFepbLGdD1L6UACBRmWZEL0XM8B-LqKdvD01gtGtLSSPBxH5mg_kyx-uqaGvZQ8/s1600/IMG-20160717-WA0038.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisULPAv-mFJSKql8MvU1O0rA2CmCgzLzxUQwFCgO_fkpw7ArVLT1X8rfUnzWY94fNvnaTFtRQR57z6LFepbLGdD1L6UACBRmWZEL0XM8B-LqKdvD01gtGtLSSPBxH5mg_kyx-uqaGvZQ8/s200/IMG-20160717-WA0038.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nada menos que um Monet</td></tr>
</tbody></table>
O passeio desse domingo foi maravilhoso em vários sentidos. Infelizmente, não sei se a dor de cabeça provocada por essa TPM maldita me deixará ser fiel às sensações, então, pretendo ser sucinta. A primeira coisa que tenho a dizer a todos os fortalezenses é: vão visitar a exposição. Está incrível. Impecável. Imperdível.<br />
<br />
Para os meus alunos do terceiro ano: <b>VISITAÇÃO OBRIGATÓRIA</b>! Tem um setor inteiro de obras da Semana de Arte Moderna de 22. Di Cavalcanti, Portinari, Anita Malfatti. <b>TEM QUE IR. </b>Oportunidade única.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeA8J_aQ-YIznKrdH-FD08UCxeChhuud_2sh4EV7-1eGLXP7X1G08DfOyBr8qUeY34a1VXGp-XNQ2o1oYhtdziM1LpRktjuG9zzFA2yJYibpyhkRWf0ItWRBAiJg7fwhWbf-98yNWbDzk/s1600/IMG-20160717-WA0014.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeA8J_aQ-YIznKrdH-FD08UCxeChhuud_2sh4EV7-1eGLXP7X1G08DfOyBr8qUeY34a1VXGp-XNQ2o1oYhtdziM1LpRktjuG9zzFA2yJYibpyhkRWf0ItWRBAiJg7fwhWbf-98yNWbDzk/s320/IMG-20160717-WA0014.jpg" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nosso favorito da Beatriz Milhazes</td></tr>
</tbody></table>
A Coleção Airton Queiroz está exposta no Espaço Unifor desde o dia 16 de junho e segundo o site ( consulte <a href="http://www.unifor.br/index.php?option=com_content&view=article&id=8074:colecao-airton-queiroz&catid=227:em-cartaz&Itemid=1175" target="_blank">aqui</a>), ficará disponível até dia 18 de dezembro. Deixarei maiores informações sobre o acesso aqui no final do post. Vamos falar de arte.<br />
<br />
Essa é uma coleção particular, para quem não entende o que significa isso, vamos falar do tamanho da oportunidade que é estar de frente para essas obras. Coleção particular significa que os quadros e as esculturas pertencem a Airton Queiroz, ou seja, ele mostra quando e para quem ele quiser. Não se sabe, portanto, quando será possível contemplar essas obras novamente. É uma oportunidade imperdível.<br />
<br />
E são obras maravilhosas de artistas renomados, tem Aleijadinho, Brecheret, Rubens, Botero, Tarsila, Dali, Miró. 251 maravilhas para serem admiradas de perto. Coleção digna dos melhores museus do mundo. E, antes que a voz da classe trabalhadora se erga para falar mal das injustiças sociais, já que esses quadros podem comprar dezenas de casas populares, deixa que eu explique uma coisinha. No Brasil, temos gente com grandes fortunas, apreciadores de arte, entretanto, são poucos. Gente que invista em arte é raro. Apesar de ser um bom negócio, para fazer dinheiro com arte, é preciso cultura, coisa que é raro no brasileiro, mesmo aquele com grana. O resultado disso é que muitas obras nossas, como o icônico Abaporu da Tarsila, pertencem hoje a colecionadores estrangeiros. São obras que a maioria de nós nunca poderá conhecer de perto. Fico orgulhosa de saber que um cearense foi capaz de reunir uma coleção dessas. Cheia de artistas nacionais. É uma felicidade saber que essas obras vão permanecer aqui. E que outras oportunidades como essa poderão existir. Uma exposição de qualidade, para o grande público e gratuita.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdEpoHVisP5bMZxqa87OUFZ_nWomvTI-70-zMkxQcpclJjL5d4KJb6O2O3cOhLHnXiJZVmFu6aU2pZ0i597rfQwg9DuHnSM1TWHHQEeKVhGWa8UPwLZit7B_KGyRU5D4Vg_D4jMp0acog/s1600/IMG-20160717-WA0018.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdEpoHVisP5bMZxqa87OUFZ_nWomvTI-70-zMkxQcpclJjL5d4KJb6O2O3cOhLHnXiJZVmFu6aU2pZ0i597rfQwg9DuHnSM1TWHHQEeKVhGWa8UPwLZit7B_KGyRU5D4Vg_D4jMp0acog/s200/IMG-20160717-WA0018.jpg" width="150" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.8px; text-align: center;">Botero - o colombiano que adora gordinhos</td></tr>
</tbody></table>
Com relação ao programa infantil, se você me acompanha, sabe que gosto de levar minha filha para exposições de arte. Ach<br />
o realmente que precisamos incentivar e criar nela o gosto pelo erudito, já que o popular entra pelos poros. Nesse domingo, em específico, a Unifor, juntamente com o curso de Terapia Ocupacional, proporcionou uma manhã diferente para as crianças. Nós já queríamos ir para a exposição. quando soubemos da programação, resolvemos participar.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglB8L-POUE2t6IfOjzuLZoFfYrTP9IKMAsSCYl49xcvl_Vlxsp_h-Ml7pKsyS5mqzEoZVrCFeuhnaJk7qPE2gHMUY5cfPOR30S9LhiU2vMuS9T_eHXtv6BUK3zX0Wke3M83EgN34pR4H0/s1600/IMG-20160717-WA0033.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglB8L-POUE2t6IfOjzuLZoFfYrTP9IKMAsSCYl49xcvl_Vlxsp_h-Ml7pKsyS5mqzEoZVrCFeuhnaJk7qPE2gHMUY5cfPOR30S9LhiU2vMuS9T_eHXtv6BUK3zX0Wke3M83EgN34pR4H0/s200/IMG-20160717-WA0033.jpg" width="200" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Quebra-cabeça</td></tr>
</tbody></table>
Havia três momentos diferentes preparados para as crianças. Tinha um material gráfico, um tipo de caça ao tesouro, com curiosidades sobre as obras que as crianças deveriam procurar, muito legal, mas minha filha ainda não lê, então, não deu para gente. Além disso, algumas obras foram transformadas em quebra-cabeças enormes com ímãs para as crianças montarem nas paredes. Muito divertido. Mas cheio. E bem acima das capacidades cognitivas da pequena. E, por fim, depois de ver a exposição, havia um espaço com telas e tintas, as crianças se inspiravam nas obras e faziam suas próprias pinturas. Esse a Bia simplesmente amou. Ganhamos a manhã. Parece que no próximo domingo tem de novo, mas não tenho certeza, é melhor ligar e se informar.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqRAztI9ndyyxB6wthi0PjhSxZ2dVUGT9oOKTP6dlbzKjJigIPGlSe8hPdoYPiPDVGsDfyq_ZNRWFTkbogH3BSRkOeqE9HuoCGH5fyCrv553as4QYYP6-4phDVnew4sVtTLugPSMIpsYE/s1600/IMG-20160717-WA0032.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="150" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqRAztI9ndyyxB6wthi0PjhSxZ2dVUGT9oOKTP6dlbzKjJigIPGlSe8hPdoYPiPDVGsDfyq_ZNRWFTkbogH3BSRkOeqE9HuoCGH5fyCrv553as4QYYP6-4phDVnew4sVtTLugPSMIpsYE/s200/IMG-20160717-WA0032.jpg" width="200" /></a><br />
O Campus da Unifor, por sinal, está aberto nos finais de semana, é um bom lugar para fazer um piquenique ou andar de bicicleta. É arborizado, calçado, plano, seguro, ventilado, cheio de esculturas interessantes para ver, além das emas, que agora passeiam livremente por lá. Ou seja, vale demais a visita. Espero que a universidade continue com essa mente aberta para a comunidade e que novos projetos surjam.<br />
<br />
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><strong style="background-color: white; border: none; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">Exposição Coleção Airton Queiroz</strong><br style="background-color: white; border: none; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; text-align: left;">Abertura: 15 de junho de 2016, às 20h</span><br style="background-color: white; border: none; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; text-align: left;">Visitação: 16 de junho a 18 de dezembro de 2016</span><br style="background-color: white; border: none; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; text-align: left;">Local: Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321)</span><br style="background-color: white; border: none; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;" /><span style="background-color: white; text-align: left;">Mais informações: 3477.3319 </span></span><br style="background-color: white; border: none; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;" /><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><em style="background-color: white; border: none; list-style: none; margin: 0px; padding: 0px; text-align: left;">A visitação é gratuita e pode ser feita de terça a sexta, de 9h às 19h; sábados, de 10h às 18h, e domingos, de 12h às 18h</em></span></div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-66537280683531586602016-07-16T00:00:00.000-07:002016-07-16T00:00:16.981-07:00Relicário<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Tudo é cíclico. Vai e volta. Assim como as marés e o
movimento dos planetas, as histórias tendem a se repetir. Vendo a afilhada
enfrentar a entrada do colégio pela primeira vez, Maria Lúcia reconheceu tanto
de si mesma que até ficou emocionada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">A vida de Laura vinha sendo, desde cedo, uma mistura
equilibrada entre fracassos e conquistas. Exatamente como a vida de todo mundo.
Ela não reclamava. Não por isso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Seu pai a abandonara quando ela nem tinha um ano.
Com quase onze, estava cansada de procurar e insistir. Que seguisse seu
caminho. Estava muito bem apenas com a mãe. Reconhecia o esforço dela, do tanto
que trabalhara para passar de manicure à dona de salão em tão poucos anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Laura sabia o quanto a mãe se esforçava para lhe dar
um futuro melhor. Sabia que Isaura não media sacrifícios para que sua filha
conquistasse tudo que desejava. E era por isso (e também pela ajudinha dos seus
padrinhos, Maria Lúcia e Vinícios) que ela estava ali no Colégio Santa Inês.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Diante daquela construção monumental, Laura ofegava.
Aquele colégio era a porta de entrada para a realização de todos os seus
sonhos. Queria estudar. Naquele momento, queria ser médica. Mas apenas porque
aquela era a carreira que todos diziam que mais precisava de estudos. Laura
estava aberta para um mundo de possibilidades, decidiria de fato quando
conhecesse as opções.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O Colégio Santa Inês era um dos melhores do país.
Dali saíram artistas famosos, saíram cientistas, médicos, políticos, atletas.
Tudo era possível para quem cruzava aquelas portas. Respirou fundo, deu uma
olhada no uniforme para ver se estava tudo no lugar e deu o primeiro passo, com
o pé direito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Nem tudo era como Laura imaginava que fosse. Algumas
coisas eram ainda melhores. O colégio era lindo. Chegava até a esbarrar nas
colunas de tanto que se perdia olhando para os detalhes góticos da construção
antiga. Era tão grande, mas tão grande, que ela gostava de imaginar o quanto de
sua pequena cidade natal caberia ali dentro. Quadra, piscina, teatro, centro de
artes, parquinho de educação infantil, sala de música, laboratório disso,
daquilo e daquilo outro também, coral e jornal. Quantas vidas precisaria para
dar conta de tanta experiência?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Laura era dessas meninas empoderadas com um discurso
cheio de autoestima e relativização da meritocracia. Ainda assim, ela ficou com
medo quando a professora de Geografia, na primeira aula, começou a falar.
Estava acostumada a ser a melhor da turma. Estava naquele colégio com uma bolsa
de estudos. Mas nada a preparara para uma discussão acalorada sobre a atual
configuração dos grandes blocos econômicos. Mal identificava aquele monte de
siglas que seus colegas de sala pareciam conhecer tão bem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Sentiu vontade de chorar, pois como a professora
disse, era apenas uma revisão, aula mesmo, somente no próximo encontro. Quase
uma hora de desespero depois, o professor de Biologia entrou. Ele apresentou a
disciplina que era nova para a turma. Laura respirou mais calma. Pelo menos,
uma novidade para todos, um começo igual a todo mundo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quando o professor disse que ia começar a explicar a
unidade, Laura tirou o seu estojo da Pequena Sereia repleto de canetas e lápis
incríveis que sua madrinha tinha dado. Estava ansiosa para usá-lo. Para
inaugurar seu caderno. Foi então que as luzes se apagaram e o professor começou
a tocar no ar, mexendo com uma lousa interativa. Ele falava sobre os ciclos
biogeoquímicos dos elementos e havia um modelo projetado no ar. Nele, o
oxigênio e o gás carbônico oscilavam entre, nuvens, vulcões, rios e animais.
Laura se desesperava tentando dar conta de copiar tudo até que alguém lhe disse
que o professor ia mandar aquele material por e-mail. E-mail. Laura nunca
precisara de um e-mail na sua escola antiga. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">No intervalo, a ficha tinha caído. Não pertencia àquele
lugar. O seu sanduíche de atum contrastava com os smartphones de última geração.
Aqueles meninos falavam inglês fluentemente, alguns tocavam piano, outros
disputavam campeonatos de equitação, passavam férias na Disney ou em Fernando
de Noronha. Ela mal conhecia a cidade grande e nunca viajara de avião.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Quis realmente voltar para casa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Lembrou-se da madrinha, ela lhe disse como foram difíceis
seus primeiros anos. Não podia imaginar o quanto, mas agora fazia ideia. Malu
lhe dera um estojo da Pequena Sereia. Laura nem gostava de princesas. Aceitou
porque a madrinha lhe dissera ser sua princesa favorita. Porque Ariel sempre
lutou pelo direito de pertencer a mais de um mundo. Agora ela entendia o que
isso significava.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O rosto amigo de Alice a acalentou. Não estava
sozinha. Precisaria fazer bastante esforço, mas conseguiria se encaixar. A
amiga a chamou para o seu parquinho favorito. Alice estudara naquele colégio a
vida inteira. Laura estudava no prédio dos grandes e dos adolescentes. Ela não
deveria mais brincar em parquinhos. Mesmo assim, subiu em um brinquedo de
escalar que parecia uma torre. Ficou lá pendurada. Vendo as outras crianças
mais novas que ela brincarem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Foi quando um garoto da sala dela, um loirinho de
sardas perto no nariz, subiu no brinquedo com tamanha velocidade, fugindo de um
grupo que corria atrás dele, que pisou na sua mão. Laura, por reflexo de se
proteger, acabou se desequilibrando e caiu de costas no chão. O garoto olhou
para ela, meio sem saber o que fazer, mas decidiu continuar correndo do grupo
de amigos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Alice veio em seu socorro. Ajudou Laura a se livrar
de parte da areia. A queda não foi grande, porém, foi feia o suficiente para
que alguns adultos viessem verificar se ela estava bem. Laura ficou com
vergonha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">─ Garoto idiota! – Alice disse. – Você quer ir na
coordenação denunciá-lo? Não se pode correr por aí fazendo parkour como se não
existisse mais ninguém no mundo...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">─ Parkour? – Não sabia nem o que significava, como é
que ia denunciá-lo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">─ Um nome bonito para sair se pendurando nas
coisas...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Laura achou melhor não ir para a direção no primeiro
dia de aula. Não acontecera nada demais. Estava bem. Razoavelmente limpa. E não
precisava de uma inimizade. Preferiu entender que se tratava de um acidente. O
intervalo acabou e ela voltou para a sala.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Esperando na porta. O garoto do Parkour. Estava com
um grupo enorme. Todos pareciam idolatrá-lo. Ele sorriu quando a viu, não era
um sorriso amistoso. Laura estreitou os olhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">─ Você caiu como uma jaca podre. – Todos os
coleguinhas riram da bobagem que ele dissera.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Podia ser uma caipira. Podia ser a menina pobre com
bolsa de estudos. Mas, definitivamente, não fora criada para aguentar desaforo
de menino. Não seria usada. Nem mesmo numa tentativa chula de autoafirmação masculina
infantil. Em um movimento rápido, Laura colocou o antebraço no pescoço do
garoto. Ele quase sufocou. Precisava ficar na ponta dos pés para respirar. Não
esperava o golpe.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">─ Escuta aqui, metidinho, se você quer mostrar um
espetáculo para os seus macaquinhos de auditório. – Ela encarava os outros
garotos que estavam boquiabertos. – Saiba que vai precisar pagar o meu cachê,
porque ninguém nessa sala, e nem nesse colégio vai ser capaz de me prender numa
jaula ou me transformar numa aberração. Entendeu? – Só então ela o soltou. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">O garoto recuperou o fôlego e não tirou mais os
olhos dela. Laura foi para sua carteira e ouviu duas colegas conversarem sobre aquela
baboseira de sempre, sobre como os meninos tratam mal as meninas que eles
gostam para chamar a atenção. Nunca gostara daquilo. Estava na hora das
mulheres recusarem certos tratamentos. Estava na hora de separar carinho de
agressão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Assistiu ao restante das aulas com uma dose extra de
confiança. Ia vencer. Era determinada o bastante para conseguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Na manhã seguinte, completamente espantada, Laura
recebeu um bilhete carinhoso com um pedido de desculpas e uma rosa branca do
garoto que ela agora sabia se chamar Igor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">Porque, afinal, a vida encontra várias formas de se
repetir, mas algumas coisas simplesmente precisam mudar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 17.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center; text-indent: 17.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 150%;">***</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_9VMfOx2gQMRPX7Mqq2xtRuQwb5CQO3ooIrXPj54LF1QSeqRgKuKxayfSeIoZbhHvM_2tv5s-x5z5_Yqor9gnYfOrBVLFcngMrxLQ_COOZyDg2jMJ07KFl1slppB5uEoH3ww40N19MD4/s1600/rosa+branca.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_9VMfOx2gQMRPX7Mqq2xtRuQwb5CQO3ooIrXPj54LF1QSeqRgKuKxayfSeIoZbhHvM_2tv5s-x5z5_Yqor9gnYfOrBVLFcngMrxLQ_COOZyDg2jMJ07KFl1slppB5uEoH3ww40N19MD4/s320/rosa+branca.jpg" width="320" /></a></div>
<o:p></o:p>Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-23708863711634225282016-07-15T00:00:00.000-07:002016-07-15T00:00:11.736-07:00Livros Brinquedo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/cRSU5vwx43I/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/cRSU5vwx43I?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
Quero que vocês assistam a esse vídeo do canal: <a href="https://www.youtube.com/channel/UCIyBJyajKYaG-iPc78M2geg" target="_blank"> Bel para meninas</a> para que a gente possa conversar. Antes de mais nada, não tenho a menor intenção de censurar a menininha. Gosto do canal dela, acho que se trata de uma criança sendo criança, o que é ótimo e adoro o fato da mãe dela dar suporte para esse sonho de ser youtuber. a questão não passa por aí, viu?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQvfnuhV4d89de1s64gUM_fdZvQzGIM08ALCeOectmVuKGG8dR_ATwCGA8dWenpS6pwrFr88DfVyNzkCTlhsanrOqpoxMqsnT4_d1LyRSA4zYaxzs7dO6AKMRFgg8Wd-sd_f7a6l0NABw/s1600/urso+bob.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQvfnuhV4d89de1s64gUM_fdZvQzGIM08ALCeOectmVuKGG8dR_ATwCGA8dWenpS6pwrFr88DfVyNzkCTlhsanrOqpoxMqsnT4_d1LyRSA4zYaxzs7dO6AKMRFgg8Wd-sd_f7a6l0NABw/s1600/urso+bob.jpg" /></a>O que eu gostaria de chamar a atenção para o vídeo da Bel, que por sinal, é bastante articulada e escolheu um tema interessante para o seu vídeo, seguindo seus gostos, é o fato de que todos os livros que ela mostra são, na verdade, brinquedos. Todos os livros vêm com acessórios. Mexem. Fazem coisas. Encaixam. Vestem. Abrem, Enfim, fazem de tudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Acho os livros-brinquedo maravilhosos, gente. Aqui no Brasil, infelizmente, temos uma cultura em que não é elegante se dar livros de presente de aniversário para as crianças. Verdade verdadeiríssima. Tem pai que vai achar que se você está dando livro é porque não quis gastar com nada melhor. Vergonha! Nesse caso, muito provavelmente, a criança não aprendeu a valorizar a leitura. Portanto, um livro brinquedo é um estímulo. Uma forma de aproximação e pode ser muito positiva.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv2lNRBinHjUtWTERdoLjxGLdFxYGadCElkHk_2wTS_iFZSjgamsduClP4OqPL646DDjeW2x4o9OnEY3QrTZZK3zuanbsIw5RTq6NS8bqehXyZFCGQKFTWAmS90CGcNj410pleL-v1wWs/s1600/submarino.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhv2lNRBinHjUtWTERdoLjxGLdFxYGadCElkHk_2wTS_iFZSjgamsduClP4OqPL646DDjeW2x4o9OnEY3QrTZZK3zuanbsIw5RTq6NS8bqehXyZFCGQKFTWAmS90CGcNj410pleL-v1wWs/s320/submarino.jpg" width="320" /></a>Minha filha tem vários livros que são um brinquedo. Desde bebê. Livro que vai no banho e que tem o personagem da história de apertar. Livro de pano com estímulos sensoriais. Livros de abre e fecha. Livros que precisam levantar e puxar abinhas. Os livros para bebês realmente são para brincar. E, hoje em dia, nossos favoritos são Urso Bob em um dia agitado da Ciranda Cultural (nesse livro tem um relógio para a criança marcar as horas do dia que o ursinho faz suas atividades. Além disso, tem abas escondidas. Bia gosta muito, mas ainda não sabe colocar as horas, tá?) e o outro (quem gosta mais desse sou eu, admito) é o Eu sei pilotar submarino da editora Libris (Nesse livro, esse submarino tem um ímã e você o manipula pelas páginas com essa alavanca vermelha no final da capa. Cada página tem um buraco para o submarino passar. Exige bastante coordenação motora e paciência para vencer o desafio).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que me preocupa sobre os livros-brinquedo é a sua escolha exclusiva. Perceba que no vídeo da Bel, por exemplo, em nem sequer um momento ela conta a história dos seus livros favoritos. Eles são meramente objetos que fazem algo divertido e não uma porta para um mundo de fantasia. Mesmo sendo muito articulada, ela não fala dos seus personagens favoritos nem do que mais gostou das histórias. Mais uma vez, não estou aqui perdendo o meu tempo criticando uma menininha agradável, muito menos uma mãe zelosa como a dela. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse post é apenas uma observação relevante sobre as nossas relações de consumo. As crianças têm muitos brinquedos. Desde que a China entrou no mercado de exportações, o brinquedo foi um dos produtos que barateou bastante. Andamos em casas entulhadas de peças coloridas. Ganhar brinquedos ficou tão comum que as crianças nem se interessam muito por eles. Portanto, não precisamos transformar livros em mais brinquedos. As crianças precisam de livros que são livros. Precisam conhecer a leitura e participar dela. Reconhecer a vantagem de imaginar seus personagens e universos fantásticos, admirar as ilustrações dos artistas e, um dia, deixar de precisar dessas ilustrações e ler livros sem figuras.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Filho leitor é uma dádiva. Mas, antes de tudo, é um legado. Transformar a leitura em uma atividade corriqueira e prazerosa é algo que demanda tempo e dedicação por parte dos pais. Em algum momento, na transição entre bebê e criança, eles precisam compreender que o livro não é um objeto como outro qualquer. Tem um mundinho todo particular dentro do livro. E quem vai ensinar isso para a criança é o adulto. Então, não dá para deixar a criança interagir sozinha com o livro sempre, como muitas vezes, muitas crianças fazem com seus brinquedos. O adulto é parte <i>sine qua non </i>do lúdico na leitura nos primeiros anos de vida. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Então, gente, vamos ler para essa criançada!</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-15832367339533485222016-07-14T00:00:00.000-07:002016-07-14T00:00:29.749-07:00Rodízio de Pizza<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgg_iCrzLFpWdvBAfsTQIMzgQxWVtC9BzIb6B3xDWFazICqFVDI8MwNSbYt5g1vfs_ITw5f2_bLrtalkAkBT0Z6rZAQ8Q_tq4xevm7Rw8S8jwYGrh7iBPzaOGh1zj9O3yBG4IKfN7zV-M/s1600/20160625_203509.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgg_iCrzLFpWdvBAfsTQIMzgQxWVtC9BzIb6B3xDWFazICqFVDI8MwNSbYt5g1vfs_ITw5f2_bLrtalkAkBT0Z6rZAQ8Q_tq4xevm7Rw8S8jwYGrh7iBPzaOGh1zj9O3yBG4IKfN7zV-M/s320/20160625_203509.jpg" width="180" /></a>No final de semana, já virou quase um hábito mensal, vamos a um rodízio de massas daqueles que surgiram pela Treze de Maio. A Bia adora macarrão e é a sensação do lugar todas as vezes. Os garçons param para ver sua desenvoltura com a massa. E essa diversão garante uma noite sem interrupções, pois, em geral, ela ainda acorda de noite pedindo leite, mas em dia de macarrão é sono pesado mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Da última vez, em particular, no mesmo espaço que a gente, havia uma daquelas mesas enormes cheias de adolescentes. Esse lugar em que vamos, tem um espaço com ar condicionado e um espaço aberto. Em geral, os adolescentes, que brotam nos rodízios de pizza, escolhem o lugar mais aberto para poderem falar alto e tentar tirar a atenção uns dos outros dos seus respectivos smartphones. Não foi o caso do grupo em questão. Eles tomaram o nosso espaço.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você deve imaginar como foi a noite. O barulho era insuportável. Não que eles conversassem, isso é raro hoje em dia, a questão é que é difícil organizar três ou quatro pessoas e o prato de comida nas fotos que vão para o Insta. Além disso, é realmente complicado ter essa vida dupla e ser interessante pessoalmente por mais de dez minutos e na internet pela 24 horas por dia. Exige esforço. Tem que ser divertido, sexy, mas sem ser vulgar... Afinal, como a pessoa vai reagir se o crush der like? E se colocar o coração ao invés do positivo? E se o crush estiver na mesa e der like? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gente, o negócio mudou muito nesses últimos quinze anos em que tenho tentado ser adulta. Certas coisas, obviamente, continuam as mesmas, pude verificar. Os garçons, por exemplo, continuam sem conseguir sair do campo magnético de uma mesa de adolescentes. Oito pedaços de pizza, não importa o sabor, eles topam da muçarela sem-vergonha à inexplicável pizza de cachorro-quente, é pouco ainda para quem tem um metabolismo tão acelerado. Depois dali, muitos deles vão dar conta de um pacote de Passatempo Recheado enquanto se atualizam sobre as últimas que seus youtubers favoritos aprontaram. Alguns, provavelmente, ainda vão gravar vídeos em casa, sonhando em se tornar o youtuber favorito de alguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3dvJwI7UjUIHKnFRSL1wQEaRDwcjR_k7BGiBBTgiVwinswJwHk-XOAmOoEEWemmEY1tS-velI_xwlUy9Sk78p3q5amasg4GWPTWrLd8mdRloSKdm2fyV6dKomNMAoVX4PqbsZL5n92QI/s1600/20160711_170205.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3dvJwI7UjUIHKnFRSL1wQEaRDwcjR_k7BGiBBTgiVwinswJwHk-XOAmOoEEWemmEY1tS-velI_xwlUy9Sk78p3q5amasg4GWPTWrLd8mdRloSKdm2fyV6dKomNMAoVX4PqbsZL5n92QI/s320/20160711_170205.jpg" width="320" /></a>O fato é que a disputa pela comida se tornou tão acirrada em dado momento que meu marido chegou a se desculpar pela escolha da noite. Afinal, não era justo essa overdose de adolescente, sala de aula e restaurante de fim de semana. Que nada! Eu estava fascinada com aquele material humano exposto na minha frente. Acho incrível como nessa fase da vida lutamos tanto para sermos ao mesmo tempo aceitos e nos destacarmos pelas nossas diferenças e particularidades. O cabelo fica azul ou de qualquer outra cor. O outro malha (só braço) e toma shake de proteína, a mãe que compra, é claro. Aquele ali assiste anime e leva o negócio bem à sério, como se tudo de Miyazaki a Dragonball seja arte em estado puro. Tem o tocador de violão que já aprendeu Pais e Filhos e aquela do Nirvana. Tem aquele que tá lendo As Brumas de Avalon e achando que finalmente adentrou o universo da literatura adulta. E tem o que vai fazer Medicina, o que por si só já é uma garantia de que ele é mais inteligente que todos os outros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwn9vikEgAM9xXcddl9DlS0wwkwA7RCub0gnZ7FKWpQBemMNriP0D0znAhlAcYCpNX3pZ1djuCksMaFr9ghMqHylmcJa_G-2DBdProslrpQU6dm__odOTjtiW4UCEQWWR6BUTN7zobWTM/s1600/20160711_170428.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwn9vikEgAM9xXcddl9DlS0wwkwA7RCub0gnZ7FKWpQBemMNriP0D0znAhlAcYCpNX3pZ1djuCksMaFr9ghMqHylmcJa_G-2DBdProslrpQU6dm__odOTjtiW4UCEQWWR6BUTN7zobWTM/s320/20160711_170428.jpg" width="180" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Em sala de aula, é fabuloso ver, com o passar dos anos, como uns substituem os outros. É como um jogo de cartas marcadas. Basta procurar em que carteira cada cartinha do seu deck sentou nesse ano. Tão diferentes e tão os mesmos. Em seis anos de Liceu, por exemplo, já achei que um menino tinha repetido de ano, quando na verdade era outro, bem parecido. Mas um fazia a vibe vagabundo e o outro era a versão religioso-nerd. Ainda bem que eu tenho a política de não chamar nem o diretor pelo nome em sala. Sou péssima com nomes e pretendo continuar sendo. Isso não significa que eu não me importe com meus alunos. Só acho que amizade com professor não é coisa de colégio. Na escola, eu sou a autoridade. O adulto responsável. E muitos jovens precisam mais disso do que de outro amigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Claro que existem pessoas incríveis nesse mundo e que ficam na sua cabeça para sempre. Mas mesmo elas são variações no espectro de clichês que é a adolescência. E isso tem seu lado positivo. Somos bem mais empáticos com experiências que já vivemos. Como eu ia reclamar daquela galera barulhenta no rodízio se eu era um deles faz tão pouco tempo? Se eu já fui expulsa de um Habib's por cantar parabéns para uma Coca-cola dezoito vezes? Verdade. E o pior é que nem era aniversário dela.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Felizmente, para o nosso jantar, a refeição do grupão já estava mais perto do fim do que do começo. Pudemos acompanhar de perto o dilema dos centavos. "Minha conta deu dezenove reais e trinta sete centavos. Você tem troco para cinquenta?". "Reais?". "Não. Centavos". Deu para sentir o friozinho na espinha daquele que faz a conferência final da conta. Preocupado se todos tinham pagado ou se ia sobrar alguma coisa de alguém para ele. Impressionante como a conta só cai com você naquele dia que você tomou Big Gym porque não tinha grana para a Coca-cola. Naquele dia que você foi a pé para economizar para o rodízio. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não tenho menor saudade dessa parte. Prefiro o atual: "Você vai ser um filho-da-puta se ousar tirar o dinheiro da sua carteira. Deixa que eu pago essa, porra! Não quero nem ver esse dinheiro. Enfia no cu". (Somos amigos de longa data, isso permite esse tratamento carinhoso)</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOeM2riW4gua5A0mLtYDQwUUoVOgAozn4MfYLXuG49nzq2WvlDKF353hKpqsfTjGTnUV-VscBi63keK6SNFeRwiSqyw20L_6T3acI1sJWC1aToEpPl-UwlPtyF5TxdN2PlN7B2psxuI7k/s1600/20160711_170328.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOeM2riW4gua5A0mLtYDQwUUoVOgAozn4MfYLXuG49nzq2WvlDKF353hKpqsfTjGTnUV-VscBi63keK6SNFeRwiSqyw20L_6T3acI1sJWC1aToEpPl-UwlPtyF5TxdN2PlN7B2psxuI7k/s320/20160711_170328.jpg" width="320" /></a>Sinto mais falta de rir de qualquer coisa. Até o vento é divertido nessas mesas de adolescentes. Das imitações dos professores. Hoje, que coisa, eu sou a pessoa a ser imitada. Nosso grupo controle tinha o engraçadinho que fez uma série de imitações dos professores do colégio. Ele era tão alto. Tão magro. Tão sem chance de chamar a atenção de qualquer menina, que o jeito era fazer os meninos bonitos da mesa o acharem engraçado e tentar pegar uma amiga-da-ficante-do-gatinho. Sinto falta de exagerar todos os meus sentimentos e depois de dois segundos e um papo com um paquera no ônibus, não sentir absolutamente nada. E sinto falta dos abraços.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando a gente é adolescente, a gente abraça com uma vontade, não é não? Porque os amigos são para sempre. Porque não tem problema que não consigamos resolver com a nossa certeza de quem não sabe nada da vida. Porque todos os sonhos são possíveis. Porque, no espaço de um abraço, aquele carinha vai perceber que é mais do que amizade. Porque, de certa forma, nós ainda somos crianças nessa fase.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_a3ZTuseTPnOecAY4O7Rrwwh3yyhS1PUWpHRoZXVnIGpKHiDllaT9IyYdXdMAtkhyphenhyphen0eQMvnsaQDeoaqedeSoAz9l5w7PlAnbhIxKUoySnYz3f15dpBJbHvmLj0j35OMzTYL7cxEJpBN0/s1600/20160711_170634.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_a3ZTuseTPnOecAY4O7Rrwwh3yyhS1PUWpHRoZXVnIGpKHiDllaT9IyYdXdMAtkhyphenhyphen0eQMvnsaQDeoaqedeSoAz9l5w7PlAnbhIxKUoySnYz3f15dpBJbHvmLj0j35OMzTYL7cxEJpBN0/s320/20160711_170634.jpg" width="320" /></a>Vou ter de concordar com a minha contemporânea, Sandy Leah, "sou velha demais para ser jovem e jovem demais para ser velha". Olho para trás e vejo coisas incríveis, penso o quanto me diverti e que plantei sementes bem legais. Eu fui a adolescente que tinha de ser, no tempo certo, fazendo campeonato de quem comia mais fatias de pizza e contando os centavos para pagar três esfirras, o refrigerante e a passagem de volta para casa. Agora, apesar da saudade, a adolescência me diverte. Sempre digo que minha profissão é meio vampirismo. No meio dos meus alunos, nunca me esqueço o que é estar a fim de alguém que é demais para o meu caminhãozinho, nem de como uma prova surpresa pode ser um horror ou ainda, como a necessidade e a adrenalina ativam partes criativas do cérebro quando se trata de pesca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No entanto, meu lugar é aqui. Nos trinta. Sem saco para balada lotada. Sem estômago para comida ruim. Levando criança para o pediatra. Pagando minhas contas. E vendo meus sonhos se tornarem realidade. Os amigos ainda são os mesmos. O amor é para a vida toda. e carrego a satisfação de não desejar ter feito absolutamente nada de relevante diferente. Espero realmente chegar aos quarenta, aos sessenta, aos oitenta, da mesma maneira. Ciente de que fiz o que tinha de fazer. Cada vez mais apurada. E feliz em observar que os anos passam como fatias de pizza num rodízio e é você que escolhe se vai querer vivê-los ou não.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCDT6wHbrZC6VIulbJXd1x05QbgtDaApMUnALLlAzgVh8WZfb0uBDE6cCjzhQckZ_wpx0fh6lK_PbVUWvjcOX9o9hOB_C0d0WD0XHRHRVVZm5fXWttNsTvmIWYUsV9V-K1PiD85m8reSU/s1600/pizza.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCDT6wHbrZC6VIulbJXd1x05QbgtDaApMUnALLlAzgVh8WZfb0uBDE6cCjzhQckZ_wpx0fh6lK_PbVUWvjcOX9o9hOB_C0d0WD0XHRHRVVZm5fXWttNsTvmIWYUsV9V-K1PiD85m8reSU/s320/pizza.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-53425141479244655892016-07-13T00:00:00.000-07:002016-07-13T00:00:01.204-07:00Atividade: bolinho de chuva assado<div style="text-align: justify;">
Hoje vou trazer mais uma receita para vocês, gente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse período que estou em casa, tenho cozinhado mais. Acho que a cozinha é um lugar de amor. Além disso, tive um professor na faculdade que dizia que Howard Garder, autor da teoria das múltiplas inteligências, esqueceu-se de falar sobre uma inteligência culinária. Concordo com esse professor, pois cozinha é bem mais do que simplesmente seguir receitas. Cozinhar é saber traçar proporções e enfrentar imprevistos, envolve improviso e técnica numa proporção que encanta. E não é para todos: definitivamente. Taí o sucesso de programas como Master Chef para provar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Gosto também que a Bia me veja cozinhando. Que ela interaja com a cozinha e com os ingredientes. Embora eu ainda não tenha conseguido a atenção para uma receita inteira, ela gosta de ver e de mexer a massa. Mas, por enquanto, gosta mais da farra de lavar os pratos (Deus conserve). Acho, porém, que sentir o cheiro da comida e experimentar algo feito especialmente para ela é uma experiência marcante. Crianças absorvem tudo e de uma forma que nem calculamos. Entrar em contato com a cozinha logo cedo é importante, li um estudo, por exemplo, que diz que crianças que interagem com sua própria comida fazem escolhas alimentares mais saudáveis. E acredito nisso. Também li, dessa vez no Facebook, que se queremos filhos saudáveis devemos desembrulhar menos e descascar mais. Eis outra verdade.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN0EINLt9nP3ExFziK_rm7xWWypTYmrMum-B1mu2VCl7pF4KRFgujaWs3JMWkb9UD-ZonUvY0Chue5TRcQjE8GrdFFQPNA4wOWZZNe5StY3tMB_bL5LyoTZcI_d2V63nazXDP4dBb9kck/s1600/desembrulhe.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN0EINLt9nP3ExFziK_rm7xWWypTYmrMum-B1mu2VCl7pF4KRFgujaWs3JMWkb9UD-ZonUvY0Chue5TRcQjE8GrdFFQPNA4wOWZZNe5StY3tMB_bL5LyoTZcI_d2V63nazXDP4dBb9kck/s1600/desembrulhe.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Mas como cozinhar sem tempo? Como cuidar de uma criança e cozinhar? Como fazer eles comerem de forma saudável? Perguntas que me assolam, pode ter certeza. Para completar, no meu caso, como lidar com uma criança comendo saudável e pais que comem porcaria. Lutamos para encontrar o meio termo todos os dias. E nossos hábitos alimentares hoje são melhores por causa dela. Mas também já relaxamos um pouco com ela também. (Observação: eu era dessas malucas do açúcar refinado zero. Bia acabou tendo alguns - poucos - problemas com seu peso. O pediatra sugeriu um pouco mais de permissividade. Deu certo para nós).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Perto dos dois anos, Bia demonstra seus gostos de maneira bem enfática. Come absolutamente todas as frutas, o que é ótimo. Mas é capaz de um ataque diante de um molho vermelho de macarrão que até poucos meses atrás ela adorava. Vai entender. Respira. Conta até dez. E oferece de novo depois de um tempo. Fazer o quê? Então, deixo claro à princípio que Bia não é fã de doces e nem de carnes. Minha filha nasceu natureba e fitness. E isso é algo com o qual teremos de lidar. E que pretendemos não estragar tão cedo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sei que parte disso é mérito meu. Eu realmente me esforcei na introdução alimentar. Acreditei que podia fazer e ela respondeu bem até demais. Sei também que tem uma parte dela e que existe toda uma pressão social que enfrentaremos cedo ou tarde. Como conviver numa família em que a criança rejeita um brigadeiro? Por isso, alimentação infantil é um assunto que me interessa por demais. Quero encontrar com ela um caminho do meio, antes que alguém o faça. Quero que o açúcar, por exemplo, entre na vida dela, mas que não se torne um vício. Algo entre a filha da Bela Gil e uma criança normal para mim está ótimo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha2hFKmW2k-nNf8LeBOPW_3v193i1IRI-IhnOUDN3tUghPPhzgMr4PO6BvPeIPCTI3gTPiMHP4DE69dyKDo9803mNtti19zkVxu4r24-6n4rUy7bQBKK4HOqctRjgtyEadvGtWQQjl0yY/s1600/20160708_205106.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha2hFKmW2k-nNf8LeBOPW_3v193i1IRI-IhnOUDN3tUghPPhzgMr4PO6BvPeIPCTI3gTPiMHP4DE69dyKDo9803mNtti19zkVxu4r24-6n4rUy7bQBKK4HOqctRjgtyEadvGtWQQjl0yY/s320/20160708_205106.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bolinhos que eu mesma fiz. Tinham morangos dentro.</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, vou experimentando coisas novas sempre que posso. Nas minhas pesquisas, dei de cara com As Delícias do Dudu, veja <a href="http://www.asdeliciasdodudu.com.br/" target="_blank">aqui</a>. Nesse site, uma mãe chamada Thaís, formada em gastronomia e consultora de alimentação infantil, conta a rotina e divide com a gente receitas bacanas. Eu testei os bolinhos de chuva assados e adorei. Aconselho demais. Primeiro, porque é uma delícia. Segundo, porque é fácil e rápido. Terceiro, porque é saudável e você coloca fruta dentro, dá até para enganar uma criança mais chatinha para comer. Além disso, o sabor da canela é diferente para a maioria das pessoas, isso amplia o paladar. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Você pode seguir a receita daqui ou lá no Delícias do Dudu.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ingredientes:</div>
<div style="text-align: justify;">
1 ovo</div>
<div style="text-align: justify;">
1 colher de sopa de manteiga</div>
<div style="text-align: justify;">
1 xícara de farinha de trigo</div>
<div style="text-align: justify;">
80ml de leite</div>
<div style="text-align: justify;">
1/4 de xícara de açúcar (A Thaís aconselha o açúcar Demerara - tipo de açúcar sem tanto refinamento. Você encontra fácil no supermercado hoje em dia. Eu já fiz com açúcar branco também, não fica tão bom. O Demerara dá uma liga na massa muito mais gostosa.)</div>
<div style="text-align: justify;">
1 colher de sobremesa de fermento</div>
<div style="text-align: justify;">
1 colher de café de canela</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi73qhqhKCXby6SNO6NTps_QFuWykitMdMYBHddyfybzAsAa6Ia_zIsRmRECmOaX_g-sfesulmtoFtOVYGkF9L8jLnuR-byfofPYexrPratU8HJVKpuWAw9uF-YjoJ3wVxt0MmQf9OHGDA/s1600/20160708_205113.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi73qhqhKCXby6SNO6NTps_QFuWykitMdMYBHddyfybzAsAa6Ia_zIsRmRECmOaX_g-sfesulmtoFtOVYGkF9L8jLnuR-byfofPYexrPratU8HJVKpuWAw9uF-YjoJ3wVxt0MmQf9OHGDA/s320/20160708_205113.jpg" width="320" /></a>É só colocar tudo numa tigela e mexer bem. Eu faço em uma forma de cupcake de silicone. Dá oito bolinhos certinho. Você deve experimentar colocar pedaços de fruta dentro da massa antes de assar. Já fiz aqui em casa com maçã cozinha, banana e morango. Dizem que fica bom também com pedaços de chocolate (o que não fica bom com pedaços de chocolate? ).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Fica ótimo para o lanche da tarde. Demora apenas quinze minutos de forno a duzentos graus. Rapidinho você faz com ingredientes que em toda casa tem. Ou deveria ter. Tem, inclusive, gente que substituiu a farinha de trigo pela a aveia, acrescentou um pouco mais de leite e disse que deu certo. Fica ainda mais saudável. Eu não tentei. Mas penso que funciona.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Espero que vocês provem.</div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3236715171116760430.post-17842940052438274242016-07-12T00:00:00.000-07:002016-07-12T00:00:03.698-07:00Marinho, o marinheiro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYftcKxSNU0B38HesuAW2hHc4hdgFdtxKo9sr-mh3MJRAubSjOql0uC4Rm1OX3-m8SbntlbRnR-czKvYVUF7753bd23xJQLD5nrPaM9It70nYWTgNgS9IJRI_EpEnM0geL5hrrc1c5GpU/s1600/marinho.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYftcKxSNU0B38HesuAW2hHc4hdgFdtxKo9sr-mh3MJRAubSjOql0uC4Rm1OX3-m8SbntlbRnR-czKvYVUF7753bd23xJQLD5nrPaM9It70nYWTgNgS9IJRI_EpEnM0geL5hrrc1c5GpU/s320/marinho.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
A escolha do livro de hoje é da própria Beatriz. Marinho, o marinheiro. Um livro de Joel Rufino dos Santos, publicado a primeira vez em 1988. Atualmente, é a história que ela mais gosta de ouvir. E para falar como essa paixão começou, temos que dar uma voltinha no passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Para começo de conversa, vamos falar do tempo que a Bia passa dentro do carro. Por questões logísticas, minha filha estuda próximo ao trabalho do pai dela e da casa da minha mãe. Por conta disso, ela é obrigada quase que diariamente a enfrentar um trânsito desumano que rouba pelo menos uma hora na ida e outra na volta para casa. Nem todos os dias são fáceis. Mas a gente, principalmente o pai dela, desenvolveu técnicas de entretenimento para esse período. Ele conversa com ela o tempo inteiro, o que envolve procurar animais pelo caminho e identificar construções e transportes como ônibus e pontos de referência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Não somos adeptos dos tablets no encosto do banco. Aliás, apesar de utilizarmos essas novas tecnologias em casos de estresse extremo, evitamos o uso regular e preferimos métodos mais humanizados de convivência, como conversar. Nossa menina tem um vocabulário extenso e uma capacidade comunicativa impressionante para a idade parte por conta disso. Como diria Skinner, estímulo é tudo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bom, uma das estratégias que adotamos para enfrentar as longas horas de carro é a música. Peguei um pendrive e coloquei as músicas favoritas da Bia de desenhos que ela acompanha e outras do cancioneiro popular infantil que eu gostaria que ela conhecesse. No universo de cem músicas, ela não gosta de todas, mas, eventualmente, muda de preferências e até nos surpreende com sua capacidade de memorizar tantas canções.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ougC8sWGjydDxxcCU17R5uFfNhih-0I1q1buDk4TbGPdzymQSKq25LkeNxYh9nYR-Hmp6ZjG-KzpAWPebyGKarhwGME6JPCL0beJWewx4FXmIjf1NptSxVjrUybkmp3SEUnNIcWwme4/s1600/marinho-o-marinheiro-vinil-infantil-anos-80-abril-cultural-416811-MLB20643643111_032016-F.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ougC8sWGjydDxxcCU17R5uFfNhih-0I1q1buDk4TbGPdzymQSKq25LkeNxYh9nYR-Hmp6ZjG-KzpAWPebyGKarhwGME6JPCL0beJWewx4FXmIjf1NptSxVjrUybkmp3SEUnNIcWwme4/s320/marinho-o-marinheiro-vinil-infantil-anos-80-abril-cultural-416811-MLB20643643111_032016-F.jpg" width="320" /></a>Antes que alguém pense que ouvir músicas é tão limitante quando vê-las no tablet, explico. São dois processos mentais totalmente diferentes. Deixar uma criança de frente para uma tela por tempo indeterminado é nocivo para a criatividade de uma forma incalculável. A mente dela não cria nada, recebe tudo pronto. Fora a concentração que exige delas, é apenas um anestésico puro (não se sintam culpados por usar, também ofereço de vez em quando, em doses homeopáticas). No caso da música, exige concentração para ouvir, exige memória para lembrar, exige pensamento lógico-matemático para encontrar o ritmo e exige criatividade para imaginar. Enfim, a música desorganiza e reorganiza a mente da sua criança a cada nova canção. Isso é ótimo, pois a vida é exatamente assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O carro também é um espaço nosso de socialização enquanto família. A cada parte do percurso que fazemos, a música de alguém é contemplada. Se na ida for a música da Bia, na volta é a música do papai, por exemplo. Se ela reclama e chora? Claro que sim. Mas, a essas alturas, já está acostumada e começa a ouvir também as músicas que nós dois gostamos. Da ista do Raphael, que ela escuta mais vezes, já tem até as que ela pede para repetir.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Enfim, você deve estar se perguntando onde entra o Marinho, o marinheiro nisso tudo. Dentro do pendrive da Bia, coloquei três histórias que marcaram a minha infância. Nos anos oitenta, a Editora Abril lançou uma coleção fabulosa chamada TABA. Nela eram contemplados artistas nacionais com livros infantis que fizeram sucesso por gerações. As obras receberam ilustrações e ganharam uma versão sonora em vinil. Meu pai comprou uma parte dessa coleção para nós (meu irmão e eu) de um cara que vendia de porta em porta. Quer coisa mais anos oitenta que um vendedor de vinis? Em todo caso, é um trabalho maravilhoso que merecia um repeteco. Cada disco, além da história em si, traz uma trilha sonora impecável cheio de gente famosa, no caso de Marinho, nada menos que Gilberto Gil.</div>
<div style="text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyclF3C5JAFkrzP7AMEJKqu4WaQKDb0aYFf9CP1-tcxNjK4JbSCKS7Zdslbkh-sHtxPLFGTbb1tl1hUgUXAuIzBncaDtitg4YJ4EPDBffxclMrgZvrOakHu6srxcXMGeMf9iylrV_Cahw/s1600/marinho+dentro.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyclF3C5JAFkrzP7AMEJKqu4WaQKDb0aYFf9CP1-tcxNjK4JbSCKS7Zdslbkh-sHtxPLFGTbb1tl1hUgUXAuIzBncaDtitg4YJ4EPDBffxclMrgZvrOakHu6srxcXMGeMf9iylrV_Cahw/s320/marinho+dentro.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Posso falar mais sobre essa coleção outro dia. É maravilhosa. O que conta para hoje, no entanto, é que coloquei três dessas histórias na lista da Bia. E Marinho, o marinheiro foi a primeira pela qual ela se apaixonou. O livro conta a história de um marinheiro que decide não mais usar boné, ele prefere usar um passarinho, mais exatamente um pintassilgo, na cabeça. O capitão do navio acha a ideia um absurdo e castiga Marinho. ele fica proibido de ir para terra com os outros marinheiros. Mas, seus pés, cansados de esperar, resolvem levá-lo para terra mesmo assim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Marinho vai encontrar várias aventuras. A Bia gosta particularmente da parte em que ele encontra um Bumba-meu-boi. Coisa mais linda ela cantando as músicas. A verdade é que Marinho é uma história bem criativa, com aspectos fantásticos que encantam as crianças. Existe o livro tradicional sem ser da Taba. Eu o tenho. Mas, fazendo uma pesquisa rápida, não o achei em livrarias de grande porte. porém, não é difícil de encontrar nos sebos como a Estante Virtual. No livro, além de Marinho, você encontra mais três histórias bem divertidas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vou deixar aqui um vídeo que alguém do youtube produziu com o som original e as páginas do livro. Divirtam-se.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/ZcON8Da9UD8/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/ZcON8Da9UD8?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Priscila Uranohttp://www.blogger.com/profile/02514245609168002545noreply@blogger.com2