Faltava-me como professora essa experiência com o erotismo drummoniano, por isso criei coragem e adquiri um exemplar de O amor natural. Conto agora minhas impressões do livro para vocês.
Primeira impressão: o sexo move montanhas. Cheguei a essa conclusão porque as pessoas me viam lendo o livro e comentavam sobre ele. E olha que a minha capa era discretíssima, não era essa aí do lado não, era uma edição comemorativa, capa dura azul, nome do livro bem pequeno no centro da capa. Mas as pessoas conhecem o título, leram o livro e comentam seus poemas favoritos, isso em termos de Brasil e impressionante. Acho mesmo. Coisa que só o sexo é capaz de produzir.
Com relação aos poemas, bem, foi uma experiência totalmente nova em termos de Drummond. eu cá com a minha imagem do velho mineirinho tímido de Itabira e ele me vem com odes ao sexo anal e ao 69. Claro que é um eu-lírico, ser fictício, mas como diferenciar? Fiquei bege, Barbie na caixinha. Sou pudica, é o que posso concluir... Quase nem aproveitei a leitura de tão envergonhada que fiquei.
Claro que o livro não é ruim. É Drummond, né? Mas, definitivamente, eu não esperava tanta sinceridade. É pornográfico mesmo. As palavras estão explícitas. As imagens são intensas. É gozo pra lá, clítoris para cá, membro, esperma, enfim... Deixa os Cinquenta Tons de Cinza no chinelo. Deixa mesmo.
Eu não posso dizer que gostei. Passei tanto tempo intimidada pela imagem de Drummond dizendo aquelas coisas que nem aproveitei direito. Além disso, houve uma certa quebra de expectativa, eu esperava algo mais para o humor, como no poema a bunda, que engraçada, e, que seja dita a verdade, tem muito humor nesse livro, mas não é apenas isso.
Na moral, não sou mesmo lá muito fã de erotismo na literatura, mesmo sabendo que ele tem o seu valor e que é um gênero que muita gente curte. Porém, acho que a experiência foi valorosa. Bom, no mínimo, foi uma ótima escolha para o dia do sexo (6/9).