essa semana resolvi compensar com muitos posts porque tive uns dias bem difíceis. Estou contando os dias pelo final da quadra chuvosa por aqui. Eu adoro chuva e bem que o nordeste precisa, mas é tanta doença na criançada por conta desse chove+mormaço+quentura que para esse ano, considero que já deu.
Por aqui, Bia teve uma recaída com gosto de gás. nunca vimos tanto catarro num serumaninho tão pequeno. Juro. Foi necessário até recorrer à fisioterapia. Detalhe: é uma graça ver a Bia imitando a fisioterapeuta com tapinhas nas costas, massagem nos seios da face e com direito a um "Sai catarro". Mas, devido aos afazeres sobressalentes de mãe, minha rotina ficou toda cagada e eu não tive saco para escrever no blog.
Porém, como a Bia estava em casa, acabei fazendo algumas coisas com ela por aqui. Nem tudo é experiência postável. Fiz feijão pela primeira vez, por exemplo. Na panela de pressão. Uma mocinha. Já posso até casar. Não imagino, todavia, que essa minha atividade doméstica vá interessar. Vocês devem dominar a arte do feijão mulatinho. Eu, por minha vez, precisei de um ou dois vídeos do youtube. Mas acertei, viu? Ficou ótimo. Mesmo para mim, que nem sou fã de feijão.
Hoje, vou dar uma dica dessa natureza. Do tipo que a maioria das pessoas sabem. Algumas, entretanto, nunca testam para ver se é viável. Nem percebem as vantagens em fazê-lo. Vou mostrar para vocês como eu reciclei o giz de cera da Bia. E com que objetivo.
Quem tem criança sabe que desenhar e uma atividade maravilhosa para entreter e desenvolve milhares de coisas. E sabe também que o giz de cera, pela sua maleabilidade, é uma das melhores opções de ferramenta. Tanto por apresentar formas diferenciadas, fáceis de adaptar à fase de desenvolvimento da criança, quanto por riscar mesmo quando o tônus da criança não está devidamente estabelecido. Para completar, giz de cera é barato (se você compra de marca cara, está perdendo dinheiro, eles não são muito mais do que cera de abelha e corante).
O preço é ótimo, já que quebram sempre (Se você conhece uma marca que não quebre, avise. Aqui já usamos da Crayola à Acrilex. E é claro que eu sei que existem modelos mais finos e mais grossos de giz). A Bia está na fase do giz jumbo, um giz grossinho, mas já no tamanho e formato de lápis (se você não sabe, tem giz próprio para bebê, bem mais grosso ou com formato de ovo -
esse é bem caro).
Ainda assim, você pode facilmente reciclar o giz quebrado do seu filho. A cera é um material que resiste bem às altas temperaturas. Ela muda de estado, de sólido para líquido e depois de líquido para sólido novamente, mas não altera suas propriedades. Como acontece, por exemplo, com o papel que vira cinza. Não dá para transformar cinza em papel de volta, mas dá para moldar a cera líquida em diferentes formatos. O que pode ser bem divertido.
Aqui em casa, eu já estava cansada de juntar os cacos de giz de cera. A Bia não está exatamente na sua fase mais cautelosa e o conjunto de doze gizes tinha se reduzido a três ou quatro peças inteiras. Decidi que estava na hora da reciclagem. Comprei outro conjunto (um mal necessário, visto que ela precisa treinar no formato lápis), mas reciclei o conjunto antigo com uma forma de silicone que tinha aqui em casa.
Existem vários processos para fazer a mesma coisa, se achou esse difícil, procure mais na internet que vai acabar encontrado um que se adapte melhor ao que você tem em casa. Por exemplo, já vi gente usando formas de metal ou vidro para moldar a cera. No meu caso, coloquei água em uma travessa de cerâmica e a deixei diretamente na boca do forno. Deixei a forma de silicone dentro e pus os cacos de giz de cera. Demora um pouco, cerca de dez minutos, para começar a derreter. Na medida em que derretiam, eu colocava mais pedacinhos, na intenção de preencher as forminhas até o limite.
Por minha vontade, coloquei na mesma forma cores de giz diferentes, mas não as misturei. Se as misturasse, faria uma cor nova. Deixando apenas derreter, gera um giz com um multicolorido como vocês podem ver. O que eu achei mais legal, pois a criança risca e o traço começa de uma cor e passa para outra. É uma outra experiência sensorial. Mas eu poderia ter juntado vários cacos amarelos de diferentes caixas e ter simplesmente reciclado o giz. Sem alteração de cor.
Depois, foi só deixar esfriar. Uma hora depois do derretimento completo, já consegui desinformar. Engraçado que nos meus gizes, uma pequena camada sem cor subiu na forma. Gerando essa camada esbranquiçada que vocês vêem na foto. Mas é só na borda e tem exatamente a mesma consistência do restante do giz. Deve ser por conta de algum tipo de verniz que é aplicado na cera. Sem problemas quanto a isso.
A forminha que usei foi do Smiley Face. Tinha comprado no e-bay para fazer de gesso. Portou-se muito bem no fogo. E fez essas carinhas lindas. O formato redondo foi totalmente diferente para a Bia. Ela não imaginava que algo com aquele formato pudesse riscar. Além disso, precisa de bem mais força para riscar do que o lápis pontudo e maleável.
Tivemos ainda um adorável efeito colateral ao giz. Bia, que está encantada com a cozinha, fez deles comida de mentirinha. coloca-os em pratos e colheres e nos oferece como almoço ou janta. Uma gracinha bem típica do estágio simbólico.