Faltou post para esses dias, né?
Na verdade, gente, não faltou assunto, faltou tempo. Paul McCartney aconteceu na minha vida.
No domingo, eu e o Raphael fomos surpreendidos pela promoção do Peixe Urbano. Nós já tínhamos decidido não ir por causa do valor. Quase R$400,00 para vermos o show estava fora de cogitação. Mas aí, quando saiu a promoção (R$85,00 por pessoa na cadeira superior), não teve jeito. O cara é um Beatle, ora bolas. Valia alguma fila e chateação.
Olha, não foi fácil enfrentar o que veio a partir daí. Buscar esse ingresso o dia oito tornou-se uma missão impossível. O entorno do Castelão está inabitável. Lembra uma situação de guerra. Estacionar é impossível. Aliás, chegar no Castelão não é tarefa das melhores, vias de acesso em obra, uma delícia. Sair de lá, então? Não sei ainda como cheguei em casa. Imagina esse quadro com sete mil pessoas tentando pegar o ingresso do Peixe Urbano? Foi pura felicidade.
O Raphael era o responsável por buscar os ingressos, mas, acabou vítima da burrice e da falta de organização do pessoal do evento. Vocês acreditam que pela manhã o site disponibilizou apenas três guichês para essa gente toda? E que, ainda por cima, o resgate era feito manual? Ou seja, o funcionário estava verificando numa lista de papel de sete mil ingressos, documento por documento. A velocidade dessa fila deve ter sido catastrófica. Há relatos de gente que passou quatro horas debaixo de sol quente e poeira. Fotos de queimados no Facebook não faltam também. E aí eu pergunto: precisava ser assim?
Em todo caso, Raphael me liga na hora da aula, soltando os cachorros, perguntando se eu poderia ir buscar os ingressos. Não vou nem comentar o quanto fiquei puta com essa história. Fui.
Ainda bem que um professor faltou lá no meu trabalho e eu pude adiantar aulas. Saí do Maracanaú, fui até o trabalho do Raphael, peguei os documentos que precisava para resgatar os ingressos e dirigi até o Caostelão. Estacionei numa biboca, rezando para não roubarem meu carro e não me trancarem. Caminha, caminha, caminha por canteiros de obra, poeira e sol.
Pelo menos, lá chegando, a fila andou mais rápido. Ainda estava imensa, porém, já tinham informatizado o processo. Cheguei às cinco e vinte, saí de lá às quinze para sete. Tempo aceitável de fila andando, e sol se pondo. Muito mais agradável.
Em casa, despenquei de sono. Ou seja, nada de post, nada de leitura.
Dia seguinte: trabalho até cinco e quarenta e cinco. Tinha gente no Caostelão acampado. Sabe-se lá Deus fazendo o quê... Síndrome de fã. Eu saí do trabalho e fui para casa, na televisão, notícias nada favoráveis sobre o trânsito. Cheguei, tomei banho e troquei de roupa. O Raphael trouxe o jantar e pediu desculpas pelo piti do dia anterior. E chegou a hora da decisão: como chegar lá?
Nós não queríamos ir de táxi, até porque não tinha táxi para ir, eles não queriam fazer a corrida. Ligamos para o pai do Raphael para pedir carona. Coitado, estava preso no engarrafamento da Br116. Ligamos para um amigo que mora perto, ele estava na casa da mãe jantando, mesmo assim se propôs a ir nos deixar. Amizade antiga. Nem bem terminamos a ligação, o pai do Raphael chegou e nos deu uma carona. Agradecemos ao amigo pela prestatividade.
Fomos pela Perimetral. Tranquilíssimo. Pegamos a Av. Padaria Espiritual e o trânsito fluiu normalmente para o horário. O bafafá, pelo jeito, ficou pelo lado da Br116 mesmo.
Lá chegando, caminha, caminha, caminha. Tentando descobrir como atravessar os fossos que impediam o acesso ao Castelão. A polícia ajudou com o caminho. Aliás, polícia tinha e muita. Os arredores davam uma sensação de segurança. Ponto positivo.
Já a fila era caótica. Não funcionou e pronto. Tarefa muito evoluída para cearense.
Enfim, entramos. Da casa a sentar nas cadeiras do estádio foram quarenta minutos. Agradeço a todos os que acamparam no Castelão e permitiram o fácil acesso daqueles que só puderam chegar mais tarde. Foi mais fácil do que eu imaginava.
Também encontramos cadeiras facilmente. Sentamos bem de frente para o palco na cadeira mais baixa das superiores. Apesar de longe, vista ótima. E, por incrível que pareça, ninguém ficou em pé na nossa frente. Vista perfeita, sentadinhos. Milagre. Outro ponto positivo.
E o show? O show foi ótimo! Estrutura internacional e um Beatle. O que mais eu podia querer? Paul é um monstro sagrado. Senhor de todas as baladas. Lindo! Show do tempo em que o cantor cantava e tocava. Coisa linda ver gente que sabe o que faz. Deve ser por isso que tantas gerações se encontram ali...
Apesar de não ser uma grande fã, dessas que acompanha cada movimento, adorei. Conhecia várias músicas, mas nem de longe todas. Claro, sou povão, amei Hey Jude. Na na na na na na na na... Interessante é ver que as pessoas hoje em dia, ao invés de curtirem o show, o gravam no celular para ver depois. Uma multidão de luzes de celular acesas nessa hora. Irônico, não?
Vai ficar na memória para sempre. Valeu demais cada centavo. Eu vi um Beatle. Nem acredito ainda. Saímos antes do show acabar para não sofrer com o trânsito. Foi bem tranquilo. Que bom!
E ainda teve: Let It be e Live and let die ( essa com direito a explosões no palco e fogos de artifício).
Tudo de bom! A-DO-REI! Valeu mais que a pena o ingresso, o sol e a chateação.