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domingo, 28 de julho de 2013

5000



Pessoas, 
eu estive viajando. Fui para Pacoti, cidade serrana próxima à Fortaleza. Banho de cachoeira vai, chocolate-quente vem, ausência de internet que preste. Por isso, nada de novidade por aqui nesses dias.... So sorry!

Também não li nada. Ate tentei, mas cada vez que eu pegava no livro era acometida de um sono imediato. Não forcei a barra. Dormi mesmo. Eu mereço. Fiquei só tomando conta do maridão tendo como única preocupação o que comer na próxima refeição.

Mas estou de volta. Vou retomar as leituras. Os posts. E a escrita. Estou aqui em casa com Morte Súbita da JK Rowling e o segundo volume de Mariah Mundi. Ainda não me decidi com qual dos dois começar. Quanta às escritas, bem, acho que vocês já sabem que Por onde andei está até avançadinho e em breve minhas ávidas leitoras terão mais um capítulo dessa história.

Além disso, o post é para agradecer, ainda que de maneira atrasada os 5000 acessos. Adoro esse espaço e ele não faria o menor sentido sem a visita de vocês. BRIGADÃO.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Músicas de Por onde andei

Minhas férias estão sendo salutares para a questão da escrita. Ontem me dei conta de que cheguei à metade do meu novo romance. Os personagens estão apresentados e prontos para mostrar do que são capazes. Espero que vocês venham a gostar deles como eu já estou gostando.

Também já me adaptei ao estilo, que está um pouco diferente. O livro é narrado em primeira pessoa. Isso exige uma sinceridade incrível, sabia? Além de ser confuso. Porque o que está lá não é exatamente o que eu sei, é o que o personagem sabe. E eles se enganam bastante. Então, quando parecer que não está coerente, lembre-se de que os seres humanos nem sempre agem dessa forma.

Para quem ainda não sabe, Por onde andei vai contar a história de Bruna. Bruna é atriz desde criança e está sempre interessada na sua carreira. Essa personagem já foi apresentada em romances anteriores, mas ainda não foi explorada corretamente. Acho que muita gente nem sequer gostou dela e do seu temperamento explosivo. Quero muito convencê-los de que essa moça, como qualquer outra pessoa, tem defeitos e qualidades incríveis.

Bruna está participando de um programa estilo Dança dos Famosos e o seu par é o cara mais inusitado do mundo, um rapaz da sua mesma sala do colégio que mal fala. Ela e Carlos Eduardo são pessoas totalmente diferentes. A única coisa que os une é a determinação para vencer. 

Nesse exato momento, os dois estão medindo forças. Estão aprendendo que as diferenças podem contribuir muito mais até do que as semelhanças. E, quem sabe, ela não se apaixona por um rapaz que é capaz de se preocupar com ela mesmo quando está muito zangado?

Como vocês sabem, meus livros estão permeados de músicas, a começar pelos títulos. Nos livros da Paula Pimenta, há uma lista de músicas para inspirar os momentos. Hoje, resolvi copiar e colocar para vocês aqui as músicas que estão embalando Bruna e Carlos Eduardo.

1 - Por onde andei - Nando Reis
2 - Sou eu - Interpretação do Diogo Nogueira
3 - Laço cor-de-rosa - Celly Campelo
4 - Tentei te esquecer - versão de César Menotti e Fabiano


5 - Right Round - Florida
6 - Hot Dog - Buchecha
7 - Dança Sensual - Mc Koringa
8 - El tango Roxanne - versão instrumental


9 - Confidências - Falamansa
10 - Por um minuto - Bruno e Marrone

Bom, por enquanto é só. Tomara que vocês curtam...


domingo, 21 de julho de 2013

Bridget Jones: no limite da razão


Assim como eu disse que faria, aqui está: terminei de reler Bridget Jones: no limite da razão.

Não sei exatamente qual é a minha cena favorita desse segundo livro. Na primeira vez, com certeza, a nota máxima fica com o garoto nu segurando um coelho na cama de Mark Darcy. Mas, dessa vez, acho que vou dar pontos extras para a entrevista com Colin Firth. Só sei que me diverti novamente horrores com essa inglesa maluquete e meio desligada.

Nesse livro, Bridget e Mark estão bem, conseguem enfrentar as diferenças com certo bom-humor até que a inconveniente Rebeca começa a criar obstáculos entre eles. De repente, depois de vários desencontros e inconvenientes, Bridget se percebe sem namorado, com um emprego miserável, amigas ensandecidas, dívidas no banco e um buraco na parede.

Gosto de muitas coisas sobre essa história. Sem sombra de dúvidas, dou várias gargalhadas. Mas, não se pode negar que por detrás disso tudo há um verdadeiro conhecimento das relações humanas. Todos os personagens dessa obra são reais nos seus defeitos e qualidades. A mãe da Bridget é uma vaca fogosa e desocupada, ao mesmo tempo que demonstra uma preocupação genuína com a filha, tanto que Bridget não hesita em procurá-la. As amigas de Bridget, Jude e Shazze, defendem a solteirice, esculhambam os homens, mas não deixam de sonhar com um cara perfeito e querer casar na igreja. E as pessoas reais são assim: multifacetadas.

Acho, sinceramente, que esse livro demonstra um crescimento de todos os personagens. Meio como nos livros de auto-ajuda que a protagonista tanto gosta. Eles caminham rumo a aceitação, afinal, todos têm defeitos, nem por isso é preciso que falte amor. A lição que fica é a de que devemos aproveitar das pessoas o que elas têm de melhor. Por isso, adoro esse livro.

O casal principal, então, está entre os meus favoritos de todos os tempos. Adoro a forma como Mark Darcy é proativo e ajuda Bridget de tantas as maneiras, mesmo sendo frio, mesmo estando zangado. Assim como adoro o fato de Bridget sempre encarar tudo com o melhor humor possível. Adoro como ela é carinhosa e prestativa com todo mundo. Adoro a forma como ela amolece o coração de Mark com risadas, besteiras e situações inusitadas. Até o ponto em que ele admite que precisa dela.

Acho que relacionamentos devem ser assim, baseados muito mais na tolerância e na forma respeitosa com que se enfrenta as dificuldades diárias do que nesse conceito abstrato de feitos um para o outro. Porque a perfeição, se existisse, não teria mesmo graça nenhuma.

sábado, 20 de julho de 2013

Pluft, o fantasminha

Mais um da linha dos livros infantis. 

Este, por um acaso, é o primeiro título do gênero dramático que eu posto. 

Não costumo ler peças, nem tenho inclinação para atuar a despeito do que muitos dos meus alunos dizem. Mas reconheço que o teatro é uma ferramenta fundamental na construção de leitores. Pois, no palco, o aluno percebe que não basta apenas decodificar o texto, para que ele faça sentido, é preciso dar entonação, associar o texto verbal ao não-verbal. Para tudo isso, nada melhor do que representar.

Maria Clara Machado é mestre na arte de fazer teatro para crianças. Trabalhou a vida inteira com isso. Suas peças são incontáveis vezes montadas Brasil a fora. E sua peça mais famosa é Pluft, o fantasminha.

Pluft é um filhote de fantasma que morre de medo de gente. Um dia, ele tem de enfrentar esse medo. Uma menina é sequestrada por um pirata malvado e ele te de ajudá-la a reencontrar seus amigos.

É um texto curto, com poucos personagens e que exige poucos recursos de palco. Ou seja, excelente para trabalhar na escola. Meus alunos é que se preparem.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Como o Grinch roubou o Natal

Nem ia escrever nada hoje. Afinal, ainda não tinha dado tempo de ler muita coisa desde Orgulho e Preconceito, mas, chegando na casa da minha avó, para onde minhas compras pela internet ainda vão, eis que me deparo com essa maravilha. Não resisti.

Resolvi seguir meu próprio conselho. Passeando pela Estante Virtual no dia do post sobre dicas de leitura para crianças, acabei me deparando com um exemplar acessível deste livro e o comprei. Não me arrependi de jeito nenhum. A edição da Companhia das Letrinhas, selo infantil da Companhia das Letras, está maravilhosa. Além de ser bilíngue, fato que eu desconhecia. Estou encantada.

As ilustrações preciosas são do próprio Dr. Seuss e estão ali para cativar definitivamente aos pequenos. E a mim, que tenho alma de criança. Além disso, houve um belíssimo esforço de tradução que deve ser valorizado. Afinal, apesar de infantil, não é uma obra fácil de traduzir, visto que tudo rima e o autor inventa palavras. Boa parte do lúdico está aí, portanto, é algo que não pode se perder.

Para quem não conhece a história nem o filme que tem o Jim Carey como protagonista, aí vai um resuminho. Grinch é uma criatura malvada que mora numa montanha gelada. Dizem que o seu coração é menor do que deveria ser. Ele detesta o Natal por causa do barulho, por isso resolve roubá-lo com a ajuda do seu cachorro Max. Grinch invade as casas e rouba todos os vestígios da festa. Mesmo assim, os Quem, engraçados habitantes de Quemlândia, celebram o Natal cantando e confraternizando. O que faz com que o Grinch perceba que o Natal é mais do que presentes e ceia.

Vale demais cada centavo pago!!!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Orgulho e preconceito

Minha colega de trabalho, Jeane, vai ficar orgulhosa de mim. Ela e minha irmã partilham desse amor por Jane Austen que até o presente momento me era apenas motivo de curiosidade. Mas...

Finalmente li Orgulho e Preconceito.

Em verdade, eu já conhecia a história toda. Alguns diálogos decorados como: "Em vão tenho lutado comigo mesmo; nada consegui. Meus sentimentos não podem ser reprimidos e preciso que me permita dizer-lhe que eu a admiro e amo ardentemente". Tanto por ser um clássico da literatura bastante discutido, principalmente, em rodas de literatura feminista. Tanto porque o filme é uma gracinha. Imperdível. Além de bastante fiel a obra.

No entanto, acho, como na maioria das vezes, que o livro é melhor. a escrita de Jane Austen recebe da crítica todo o louvor com mérito. Claro, o romance entre Lizzy Bennet e o Senhor Darcy justifica a intenção de ler de toda garota sonhadora, pois é LINDO! Mas os costumes dessa sociedade descrita tão acidamente por Austen constroem um livro a parte, que precisa ser compreendido também.

Os personagens secundários desse romance são um retrato fiel dos valores ingleses do período. Aparências valem muito mais do que atitudes. E, por causa disso, existe uma polidez de tratamento tão extrema que irrita. A impressão que temos é que os ingleses podem te detestar e continuar a fazer mesuras por tempo indeterminado. Enfim, uma falsidade incalculável. Nesse aspecto, meus destaques ficam com a irona do Mr. Bennet, o pai das meninas, um personagem vencido pelos costumes de uma sociedade podre e para o Mr. Collins, primo distante, que a cada vez que se coloca é uma ode a estupidez humana.

Com relação ao casal principal, no livro, o Mr. Darcy é bem mais duro e seco no livro do que no filme. Suas opiniões são mais firmes e muito mais grosseiras. Assim, pelo menos para mim, explica-se porque é tão difícil para Elisabeth perdoá-lo, já que no filme ou ele está calado ou está sendo um fofo. Já Lizzy é bastante inteligente e de moral elevada, suponho que a própria Jane seria assim. Dizem por aí, já li em críticas, que Lizzy Bennet é a mulher mais sexy da literatura. Tomara que seja mesmo, pois tudo que ela apresenta, além de belos olhos, é bom-humor e inteligência. Fico feliz que isso ainda seja sinônimo de sensualidade para alguns. Para mim, é.

Se você não conhece a história, não perca tempo, vá logo atrás: leia ou assista ou os dois. 

Um resuminho (bem difícil de fazer já que a obra tem tantos personagens):

Elisabeth Bennet é a segunda filha de um conjunto de cinco. A mãe está desesperada para casá-las. Um dia, um rico rapaz e seu amigo vão passar o verão na cidade. Jane, irmã de Elisabeth conquista o coração do rapaz com a mesma força que a irmã desagrada o amigo, o orgulhoso Senhor Darcy. O casamento de Jane parece certo, mas algo os afasta, provavelmente conjecturas sociais. Lizzy culpa Darcy. A partir daí, a história se desenvolve para que todo o orgulho e preconceito dos protagonistas no encontro inicial se desfaça.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

RELICÁRIO


Tão logo se mudaram, alguns dos incontáveis amigos dos pais os convidaram a participar das festas da sociedade. Aquela não seria a primeira vez, nem a última, em que ele estaria numa reunião social sem conhecer ninguém. Desde pequeno, participar de eventos assim era mais constante em sua vida do que passeios de bicicleta pelo parque.
Conhecia todo o protocolo, os cumprimentos, os sorrisos, as perguntas. Fazia parte do trabalho ser simpático, estreitar laços, estabelecer relações.  Portanto, sem reclamar, brincava com crianças que nunca mais veria, recebia beijos de senhoras que lhe davam medo e conversava trivialidades com desconhecidos, mesmo com todo o empecilho que a timidez proporcionava. Cumpria o combinado sem reclamação, mas era bem difícil.
O irmão não era tímido. Por isso, havia tempos que não considerava festas como aquela uma tortura. Pelo contrário, anos mais velho do que ele, aproveitava a ocasião para paquerar as garotas mais bonitas sem se preocupar com compromisso.
Carlos Eduardo seguia orientações e contava minutos. Quando menor, se a mãe o deixava brincando com os meninos da sua idade, ficava entre eles até ser resgatado, ainda que aquilo lhe custasse alguns socos e arranhões. Ele foi ensinado a não revidar para que os problemas não chegassem aos ouvidos da anfitriã da vez, provavelmente, a mãe dos novos “amiguinhos”.
Agora, no auge dos seus doze anos, não precisava mais nem correr, nem lutar pela própria sobrevivência com garotos cretinos. O início da adolescência trouxera alguma civilidade para o suplício e ele achava isso ótimo. Usava um terno caro e um sorriso falso. E era apresentado pela mãe. Mas continuava contando os minutos.
─ Que garoto bonito! – A mais nova amiga da mãe passava a mão pela sua bochecha. Examinava-o como se ele fosse um animal exótico. – Parece o ator daquele filme...
─ Esqueceram de mim? – A mãe completou com um sorriso.
─ Isso mesmo. – A mulher continuava a acariciar seu rosto e a encará-lo.
─ Todo mundo diz isso o tempo todo.
Tudo que ele poderia fazer em ocasiões como aquela era sorrir. Responder o que lhe era perguntado. E contar os minutos.
Em casa, quando se comportava como hoje, viria a recompensa. Os pais compreendiam que sua intensa vida social nem sempre era uma opção saudável para os filhos. O esforço da presença nas festas nunca era renegado por eles. Sempre que o convite era irrecusável havia uma negociação. Naquela noite, para Kadu, significava um pote do seu sorvete favorito.
─ Como é o nome dele? – Simplesmente detestava quando alguém perguntava algo sobre ele para sua mãe quando ele mesmo estava ali para responder. Sentia-se um poodle, um hamster ou qualquer outro animal de estimação.
─ Carlos Eduardo. – Respondeu seco antes da mãe poder dizer alguma coisa. Percebendo que agira por impulso e que aquela atitude desagradaria à mãe, tentou consertar sorrindo educadamente.
A mulher a sua frente não pareceu se incomodar com a rispidez. Aparentemente, era uma mulher elegante, a provável dona da casa e da festa. E ele sabia que a pessoa que morasse numa casa daquelas só poderia ser influente e uma importante relação para mãe. Redobrou a intensidade do sorriso.
─ Venha, Carlos Eduardo, eu vou lhe apresentar a minha filha. Ela tem a sua idade. – A dona da casa o puxou pela mão sem cerimônia. Não pôde deixar de achar isso bom, tanto por ela não ter se ofendido, quanto pelo fato de o manter afastado do provável sermão que sua mãe daria se ficassem juntos naquele instante.
Logo ele estava numa sala ampla com um magnífico piano branco ao centro. Nunca tinha visto uma casa com um piano de verdade. Aquela gente deveria ser milionária a pelo menos oito gerações. Ficou fascinado pelo instrumento.
─ Milena, - ela chamou uma menina sentada entre senhoras. Ela respondia educadamente a tudo que perguntavam. Besteiras sobre a escola e o balé. Carlos Eduardo conhecia muito bem aquele tipo de sorriso. O mesmo sorriso dele. – venha cá, querida. Quero lhe apresentar uma pessoa.
Era, sem a menor sombra de dúvida, a menina mais educada que tinha conhecido. Além de linda. Uma boneca de rosa dos pés a cabeça. Seu tom de voz era igual ao de um anjo. Um jeito de andar de bailarina. E luvinhas de seda. Quem usaria luvas de seda nesse calor? Teve a certeza de que estava diante de uma princesa de contos de fada.
A apresentação deles foi a mais formal possível “Como vai?” e “É um prazer conhecê-la”. Muito além da cordialidade dos seus doze anos. Mas, ao se encararem, ele viu. Os olhos daquela menina tinham algo que ele não saberia dizer o que era, um sentimento obscuro. O mais perto que chegava de reconhecer como sendo aquilo era a tristeza. Talvez, a mesma tristeza que ele carregava por esses eventos tediosos. Ela era uma igual.
─ Milena, meu amor, por favor, mostre ao Carlos Eduardo o seu piano. Ele me pareceu bastante interessado.
─ Pois não, mamãe. – A mulher sorriu e os deixou a sós.
Milena abriu a tampa do piano com alguma dificuldade e o chamou para sentar-se junto a ela no banquinho. A vontade de correr os dedos pelas teclas brancas infantilmente o atacou, mas ele conteve o instinto. Ela lhe dava uma aula sobre como a peça teria vindo da Áustria e depois fora reformada para que pudesse enfim chegar às suas mãos delicadas.
─ Foi um presente dos meus pais de aniversário. – Suspirou já cansada.
─ E você toca?
─ Minha mãe me obriga a praticar duas horas por dia. – Ela disse acariciando uma tecla sem tirar som. A sinceridade da declaração o comoveu.
─ Sei como você se sente.
Conversaram sobre vários assuntos naquela noite. Por educação, nenhum dos dois estava liberado para abandonar o parceiro de mesma idade, ambos conheciam as regras. Para ele, aquilo fora totalmente novo. Era ao mesmo tempo uma prisão e um refúgio. Os minutos passaram sem contagem.
Chegando em casa, a mãe lhe ofereceu abraços e elogios. Todas as senhoras da festa ficaram encantadas com a educação das crianças. Ele e Milena tinham sido a sensação. Principalmente, quando a mãe dela a obrigou a tocar algo no piano para os convidados e ele, para não deixá-la sozinha na tarefa de impressionar, se oferecera para dançar com a anfitriã para deleite dos presentes.
─ Kadu, hoje você foi tão gentil que merece não apenas um pote de sorvete, mas dois... – Sua mãe tascava-lhe um beijo na bochecha. Saíra do papel de mulher de sociedade e voltara a ser apenas a sua mãe.

─ Não, mãe. Hoje eu não faço questão de sorvete. - Respondeu e foi para o quarto soltando a gravata devagar. Algo dentro dele o dizia que não merecia o sorvete, não fizera sacrifício nenhum.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Ritos de Primavera

Existe um encantamento que envolve alguns remédios que dão sono ( a quem interessar possa, tomei um remédio para sinusite), pois, hoje, mesmo com o barulho de picaretas na minha janela, nem me incomodei e dormi até um pouco mais tarde. 

Na verdade, duas coisas me derrubaram, o remédio e o fato de que fiquei lendo esse livro aí até depois de duas horas da manhã. Que farra, hein?

Esse é o terceiro volume da série Sociedade Secreta da Diana Peterfreund. E eu estou simplesmente viciada. Não sosseguei enquanto não consegui. Não comprei o volume, nem vou comprar tão cedo. O exemplar mais barato que encontrei girava em torno de R$43,00, usado. E esse dinheiro eu não dou, vou esperar, pacientemente, baratear ou aparecer uma promoção. Ainda assim, existem outras formas de se ler um livro...

O terceiro livro da série é o menos intrigante em termos de mistério. A plot se desenvolve em torno de brincadeiras entre sociedades secretas que são cada vez mais invasivas. Sem medir as consequências, os coveiros da Rosa & Túmulo podem acabar se machucando. Para variar, a bola da vez é a protagonista Amy. Durante uma invasão à sede da sociedade arqui-inimiga, a Cabeça do Dragão, ela se deixa reconhecer e passa a a ser alvo constante dos trotes dentro do campus.

Além disso, eles, os coveiros, partem em férias para uma ilha particular da Rosa & Túmulo em que vários patriarcas se reencontram todos os anos. Todos pensam que terão dias de sossego, mas as peças continuam, cada vez mais perigosas e é preciso parar o invasor/traidor.

Mas, nem de longe, o foco desse livro se concentra na ação, ele é o volume do romance. Além de um revival com o queridíssimo ex, Brandon, e o convívio com o seu irmão de Sociedade, o charmoso e irônico George, Amy estará as voltas com Poe. Infelizmente, não posso me alongar aqui nas explicações de como estou apaixonada por esse coveiro, porque eu provavelmente daria spoilers. Só devo dizer que ele é o tipo de cara que me deixa acordada até depois das duas da manhã. 

Em suma, adorei o livro apesar do pouco mistério. E apesar da tradução que peguei também, que estava péssima. Eu deveria ter lido em inglês mesmo. Com certeza, eu vou comprar a coleção todinha e deixar na minha estante, mais cedo ou mais tarde. Preciso ter o Poe ao alcance das minhas mãos sempre. Recomendo demais e estou quase obrigando as pessoas a lerem.

Contando os segundos pelo último volume.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Eu no youtube


Olha o que andei aprontando hoje...
Criei coragem e fiz um vídeo. Nossa! Não é nada fácil! Meus parabéns para quem consegue...

domingo, 14 de julho de 2013

Sob a Rosa

Para você que está chegando no blog agora, antes de tudo, sinta-se em casa. Bom, aqui, nesse meu espaço, faço duas coisas: apresento textos originais meus e faço resenhas de livros. Hoje, a resenha é sobre o segundo volume da série Sociedade Secreta da Diana Peterfreund. Caso você se interesse, eis o link da resenha do primeiro volume: Rosa e Túmulo.

Ouvi falar maravilhas dessa série antes de começar a ler e, realmente, eu confirmo, vale a pena comprar os exemplares com preços salgadinhos. A história é muito criativa nesse mundo de modinha. Em resumo, a série trata sobre uma sociedade secreta dentro da Universidade Eli, uma das mais conceituadas dos Estados Unidos. A sociedade, de fato, não é tão secreta assim, todo mundo sabe que existe, só não sabe ao certo o que acontece dentro do seu sinistro mausoléu. 

Amy Haskel, estudante de literatura, é convidada a participar e a fazer um juramento de fidelidade à Rosa & Túmulo. Essa sociedade teve grandes representantes, por isso, participar é sinal de influência e sucesso no futuro, uma vez que todos os membros se devem fidelidade e favores. Enfim, é uma rede de intrigas. Quando Amy entra, no primeiro volume dá série, a confusão se estabelece, pois é a primeira vez que a sociedade aceita mulheres. Alguns patriarcas se revoltam.

No segundo volume, o problema é outro. Todos os membros da turma C177 estão muito envolvidos com suas monografias de conclusão de curso e compromissos com a sociedade quando acontece um caso de espionagem. Aqui, faço uma observação, os personagens desse livro são maravilhosos, você se apaixona por todas os membros de Rosa & Túmulo e quer saber mais sobre eles. Como a sociedade secreta escolhe os membros pela influência que podem ter no futuro, o grupo é variadíssimo, vai do bonitão rico ao gênio dos computadores, passando pela estrela do cinema. Adoro saber mais sobre eles a cada livro.

Voltando à plot, parece que alguém está enfurecendo os antigos membros publicando na internet informações secretas que estão guardadas no mausoléu. Não achei difícil descobrir o agente duplo, mas esse não é o foco do livro. Esse grupo precisa estabelecer laços fraternos e calar a boca dos patriarcas enfurecidos, para isso, precisam se entender e se tornar amigos. Ou seja, o livro tem um clima meio Código da Vinci, mas é antes de tudo sobre amizade.

O que eu gosto sobre a série é que os personagens são maravilhosos e os problemas que enfrentam são do tamanho de suas pernas. Amy, ao mesmo tempo que procura uma irmão de sociedade desaparecida, tem que fazer o trabalho de literatura. As citações a grandes teóricos e livros clássicos também deixam o livro mais crível, afinal, trata-se de um monte de menininhos mimados em uma universidade conceituada e cara.

Com certeza, lerei os outros dois volumes. Até porque o cheirinho de romance ficou no ar depois desse volume e eu quero ver que bicho vai dar. Só tenho que esperar a oportunidade, porque o livrinho é caro. Na estante virtual, por enquanto, o terceiro volume está na faia os R$45,00 sem frete.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Fazendo meu filme 2

Tem coisas que deixam o coração da gente leve. Romance Adolescente tem esse poder. Tem mesmo. Quando acaba, dá logo aquela sensação de sopa quente em dia frio, reconforta e faz acreditar na vida. Efeito oposto àquele provocado pelo noticiário local sensacionalista.

Fazendo meu filme 2 é uma gracinha. Aliás, a Paula Pimenta é uma gracinha. Quero muito ser ela quando crescer. Apesar que as diferenças são marcantes. Acho que a Paula escreve muito bem sobre jovens de 16, 17 anos. Os problemas que eles enfrentam são bem críveis. Já eu tenho uma tendência a exagerar, grandes problemas, grandes expectativas. Não sei. Acho que eu ainda me levo muito à sério.

Mas não estamos falando sobre mim. Estamos falando sobre a Fani, a protagonista dessa série. A série tem quatro volumes, eu já resenhei o primeiro, vou deixar o link aqui Fazendo meu filme. A Fani é uma garota que adora cinema, mas nem de longe é cinema de arte, é romance água com açúcar mesmo, o que é bem condizente com sua realidade aliás. Ela é tímida, mas tem muitas amigas, os pais são bacanas, apesar de que a mãe é meio mandona, tem dois irmãos muito diferentes Enfim, ela parece bem entrosada com sua vida em Belo Horizonte. 

No volume anterior, Fani descobre que está apaixonada pelo seu melhor amigo. Só que sua mãe insiste com ela para que faça um intercâmbio na Inglaterra. Fani, assim que começa a se acertar com Leo, tem que partir para um ano na Europa. É este ano que vamos acompanhar no volume dois. A autora, se não me engano, passou por essa experiência de intercâmbio e demonstra conhecimento sobre o assunto, deixando a história bem real, ou seja, os primeiros meses de Fani na Inglaterra são só choradeira, é claro. Depois melhora.

Aos poucos, a protagonista vai percebendo que a vida no Brasil não vai parar por causa dela. E que ela também tem que aproveitar a oportunidade da melhor forma possível. Achei a forma como o relacionamento de Leo e Fani foi tratado interessante, pois eles sabem que, apesar do amor roxo, não dá para negar que a vida continua. Que eles têm todo o tempo do mundo. Fani tem novas experiências, inclusive com um rapaz novo, e cresce um pouco. Ela é bem exagerada como as meninas da idade dela. Tudo vira escândalo. Mas, nessa idade, é assim mesmo.

Nas entrelinhas, percebe-se a opinião da autora sobre as diferenças entre garotas inglesas e brasileiras. Era bem o que eu imaginava, mas Paula fez isso sutilmente. Digamos, para não dar spoiler, que a Europa já está bem avançada em termos de sexualidade adolescente. Eu não ficaria tão chocada, mas nem sou mineira,  nem tão romântica assim também.

Só fiquei na dúvida com o final deste volume do que é que ainda pode estar por vir. Para mim, esgotou o assunto. Tenho minhas dúvidas que essa história vai se esticar tanto que é capaz de partir. Mas, enfim, por enquanto, tudo mil maravilhas, joinha... Indico demais para quem curte o gênero menininha.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Eu sou o número quatro

Geralmente não adentro no mundo da ficção científica. Não sou uma grande fã de extraterrestre,  abdução, batalhas interplanetárias, planos de dominação global por causa dos recursos naturais da Terra. Entretanto, tenho lido tantos livros que vale a apena dar uma inovada de vez em quando, até para não ficar cansativo. E, aproveitando aquela promoção da Submarino, comprei esse livro aí por dez reais, sabendo que se fosse ruim o prejuízo não seria assim tão grande.

Não fui com muitas expectativas, admito. Até porque eu á tinha visto a resenha do Gabriel do Cabine Literária que não foi lá muito boa. Fiquei sabendo que esse autor não existe, na verdade, com esse nome Pittacus Lore, eu já imaginava que se tratava de um pseudônimo. Só não sabia que na verdade a série Os Legados de Lorien da qual este livro é o primeiro volume é toda escrita por Ghost Writers. Ou seja, uma pessoa paga para escrever. Na verdade, um cara tem a ideia, mas não é bom com a redação e aí contrata outra pessoa para escrever. No caso dos Legados de Lorien, vários escritores pagos assumirão essa missão até que termine a saga.

Além disso, outra coisa estranha sobre esta série é que ela nasceu com o propósito de virar um campeão de vendas. O autor, ou melhor, o detentor da ideia, chegou à conclusão de que depois dos vampiros, os aliens seriam o próximo bam-bam-bam das livrarias. E começou a trabalhar... Deve ter dado certo, pois o livro foi imediatamente adaptado para os cinemas tendo Spilberg e Michael Bay como  diretores.

Talvez isso desanime vocês, mas eu achei interessante. Acho que muitas coisas hoje em dia são feitas com o único intuito de vender, achei bonito pelo menos assumir e tentar fazer um trabalho bem feito. Ainda que o objetivo seja o dinheiro. E quem não tem esse objetivo, não é mesmo?

Bom, o livro é interessante e a escrita é facilitada, ou seja, você lê sem o menor esforço de vocabulário. Apesar de uma derrapada aqui e ali, muito por conta do exagero dos superpoderes e do peito de aço do protagonista apaixonado, a historinha é envolvente com vários ganchos para os próximos volumes como os best-sellers devem ser. Não está entre minhas leituras favoritas, mas, com certeza, dá para ler.   Para mim, está na média.

Em Eu sou o número quatro vamos conhecer "John Smith", um alien que junto com mais oito crianças e seus respectivos guardiões, escapou da destruição de seu planeta natal: Lorien. A meninada vem para a Terra fugindo dos mogadorianos, raça que destruiu Lorien e pretende destruir a Terra também. Esses meninos estão se preparando em diversos cantos do mundo para lutarem contra seus inimigos e retornarem para casa. Mas, por enquanto, são caçados, pois ainda não desenvolveram seus poderes. Existe um feitiço que os protege também. Eles foram ordenados de um a nove e só podem ser mortos nessa ordem.

John Smith e seu guardião Henri, na verdade, não têm esses nomes. Eles trocam de identidade várias vezes enquanto se escondem e treinam buscando informações sobre os outros que estão espalhados pelo planeta. O número quatro sabe quando as outras crianças antes dele são mortas e acorda assustado quando percebe que é o próximo da lista. Seus cuidados redobram, mas ele está cansado de fugir, quer viver uma vida normal. Por isso, insiste em permanecer em Paradise, Ohio, onde faz amizade com Sam e começa a namorar Sarah e é lá que toda a ação acontece.

Ação, aliás, é a palavra-chave deste livro. Tem sempre algo acontecendo e as batalhas são movimentadas. Não gostei muito do romance. Quando a mocinha descobre que está namorando um alien, ela nem se incomoda. Mas a Bella também não se incomodou de namorar um vampiro, então, acho que isso é parte da fórmula de sucesso que vende, né? Eu não gosto, mas vai que você gosta.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sentimento do Mundo

Mais um livro de gente grande, mais um livro de poesia. Quem for ver minha lista vai até pensar que sou fã. Continuo afirmando que prefiro prosa, mas que um poeminha vez em quando faz bem para o coração, bom, isso faz!

Terminei de ler esse livro em quarenta minutos, ele é minúsculo. Contando referência, biografia do autor, nota de edição e tudo mais que tem direito, não chega a oitenta páginas. Ah! E na parte dos poemas não é frente e verso, só é escrito na frente. Então, foi uma moleza!

Confesso que não degustei a palavra com requintes de intelectual... Para ser sincera, não gostei do livro. Nem parece Drummond. Certo que ele é um poeta de grande produção e de muitas fases, mas, talvez por ser um dos seus primeiros livros (é de 1940), a sensação que me deu é de estar diante do germe do poeta que ele viria a se tornar. 

Explicando melhor, acho Drummond mais um dos maravilhosos poetas do cotidiano. Discípulo de Manuel Bandeira, a quem ele homenageia nesta obra. O cotidiano certamente está presente em Sentimento do mundo, entretanto, apenas no cenário, ele ainda não alcançou a simplicidade da escrita. Este livro tem um ranço parnasiano que me incomodou, um quê de pompa e de muita importância que não reconheço no mineiro de Itabira. E a palavra me atrai muito mais do que o conteúdo quando se trata de poesia.

Além disso, a poesia social não é mesmo o meu forte. Não consigo me empolgar. E, às vezes, acho que cortaram a minha cabeça numa guilhotina na Queda da Bastilha em outra vida, porque não consigo me convencer desse pessimismo que incentiva às revoluções populares. Tipo: "o meu mundo é pior do que o dos outros", "nada muda", "o fim está próximo". Simplesmente não tenho paciência para isto. Acho que em termos de humanidade, as coisas demoram mesmo para mudar, fazer o quê? Nem por isso o pessimismo se justifica. Como o pessimismo político é o tema central da obra, gostei realmente de poucos poemas. 

Para mim, faltaram os poemas arrebatados de amor de que tanto gosto. A descoberta do corpo que só ele sabe brincar tão bem. E os poemas metalinguísticos que fazem os professores de português delirar na hora de fazer as questões da prova. Enfim, não me apeteceu. 

Entretanto, a escolha deste livro para o FUVEST é bem feita. Primeiro por ser um livro curto, os vestibulandos devem ter vibrado. Mas, mais que isso, é um retrato de uma época conturbada mesmo Era Vargas, facismo, véspera de uma grande guerra. Admito que o cenário era propício para indagações sociais, embora o pior ainda estivesse efetivamente por vir. E essa é uma lição importante para nossos alunos. Portanto, não estamos livres de ler Sentimento do mundo enquanto retrato histórico, ainda que não seja a melhor obra de Drummond.



terça-feira, 9 de julho de 2013

Livros para crianças pequenas

Pois é, férias...

Fiquei pensando que meu post de indicações é bem voltado para o público adolescente. Meus alunos. Afinal, meus amigos, fora os do trabalho, não estão de férias. Talvez eu escreva alguma coisa para eles depois... Hoje, resolvi focar na criançada.


Tantos meninos e meninas que estão correndo por aí com a corda toda. Que tal aproveitar esse tempo para incentivar o gosto pela leitura? Olha, conselho de experiência própria, ler para alguém pode renovar todo encantamento. Tipo,você jamais terá a sensação de ler Harry Potter pela primeira vez novamente, o mais perto que você vai chegar disso é mostrá-lo para outra pessoa. É tão mágico quanto, só que de uma forma diferente. Quando isso acontece comigo, nas minhas aulas, com meus amigos que aceitam minhas indicações, percebo que a máxima do "dar é melhor do que receber" pode ser uma verdade. Experimenta!

As pessoas, por causa da minha profissão, sempre me perguntam sobre isso, além , é claro, de dicas de como fazer o filho gostar de ler já que hoje em dia eles só querem televisão e computador. Discutiremos isso posteriormente.Nesse clima, resolvi indicar uns livros para crianças que ainda precisam de ajudar para ler. Estamos falando da faixa etária que vai dos dois aos cinco anos, tá? Embora a atividade de ler junto deva começar antes com livrinhos muito ilustrados, com sons, com texturas e possa se repetir pela vida inteira.

Bom, pensei em 10 livros para você presentear seus filhos, primos, irmãos, afilhados e coleguinhas. E, é claro, ler junto com eles, porque essa é a melhor parte. Tentei fugir do óbvio. Veja se eu consegui.

1) Chapeuzinho amarelo - Chico Buarque - Olha que coisa mais maravilhosa, seu filho sendo intelectual desde cedo lendo Chico Buarque. Falando sério? A criançada adora. É a história de uma menina medrosa, que tem medo de tudo, inclusive do lobo. Um dia ela encontra com esse lobo. Como será que ela enfrenta esse problema? Ah! E as ilustrações são do Ziraldo.

2) Ou isto ou aquilo - Cecília Meireles - Livro lindo de poemas encantadores. Você e a criança vão se perder nas ilustrações maravilhosas, nas rimas fáceis e no imaginário infantil. Não precisa ler todos de um vez, vá devagar, escolha alguns, repita os poemas favoritos de vocês. Vai ser fantástico!

3) Até as princesas soltam pum -Ilan Brenman - Esse livro é muito engraçado. Pelo título já dá para imaginar, não é? Tudo começa quando a menina Laura chega em casa e pergunta para o pai se as princesas soltam pum. A partir daí, vira uma busca pela verdade e uma desconstrução do modelo de perfeição que persegue nossas menininhas por tanto tempo. Adoro!

4) Onde vivem os monstros - Maurice Sendak - Livro lindamente ilustrado que fala sobre o motivo pelo qual não podemos fazer exatamente tudo aquilo que desejamos. Max é um menino fantasiado de lobo que vive fazendo malcriações. Um dia, é mandado para o quarto sem poder jantar e resolve fugir para a terra dos monstros. Lá, ele faz várias amizades com seus iguais, mas vai percebendo que é preciso um pouco de ordem e acaba voltando porque está com saudades de casa.

5) Bom dia, todas as cores - Ruth Rocha - Esse livro é a minha infância. Eu me lembro da musiquinha até hoje (minha versão vinha com as historinhas musicadas que eu ouvia repetidas vezes. Coleção Taba). O camaleão muda de cor para agradar aos amigos, mas acaba cansado e sem agradar a ninguém, até que ele chega à conclusão de que conselho é bom, porém, só devemos fazer aquilo que nos convém.

6) Longe é um lugar que não existe - Richard Bach - Li esse livro este ano e é lindo. Acompanhamos a viagem do passarinho para visitar uma amiga que mora bem longe. Ele vai explicar que, na verdade, a distância não existe se os corações são próximos.

7) Menina Nina - Ziraldo - Livro sobre morte para crianças. Dizem que é o mais bonito livro do Ziraldo porque ele conta sua própria história e de sua neta quando perderam a amada Vovó Vivi, a esposa de Ziraldo. Lindo. Sem falar que pode ser uma mão na roda para situações mais difíceis.

8) Como o Grinch roubou o natal - Dr. Seuss - Imagina se um monstrinho emburrado roubasse o natal de todo mundo. Será que dá tempo de salvar a festa? Por que ele fez isso? Tem que ler para saber. e melhor ainda, para rimar como Dr. Seuss.

9) Menina bonita do laço de fita - Ana Maria Machado - Perfeito na medida certa para lidar com as diferenças. Trata-se de um coelho que acha a menina pretinha sua vizinha a criatura mais linda que ele já viu. Ele fica tentando saber qual a fórmula secreta para ser assim tão linda e tão pretinha porque ele quer ter uma filhinha do mesmo jeito. Por conta disso, se mete em muitas confusões.

10) Festa no céu - Este é um conto tradicional do Brasil. Trata-se de um sapo que resolve ir a todo custo para uma festa no céu, mesmo sem ter asas. As crianças gostam muito, principalmente, se você fizer os sons.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

O diário de Bridget Jones

Desde o post do Dia dos Namorados que eu me peguei pensando em reler esse livro. Poderia ter simplesmente pegado emprestado da minha irmã, mas não seria a mesma coisa. Eu precisava tê-lo. Precisava de um exemplar desses na minha estante. Daí, fui na Estante Virtual e o comprei. Baratíssimo, diga-se de passagem, acho que com o frete não deu R$11,00.

AMO esse livro. E ADOREI ter relido.

Porém, não imaginava que fazia tanto tempo assim que ele tinha sido lançado. A Bridget ainda tem problemas para programar um vídeo cassete, oras. E o filme, que obviamente veio depois do livro, já é do distante ano de 2001. Vejam só. O tempo passa depressa!

De forma que reler o livro foi uma experiência nova. Eu nem me lembrava mais. Claro que lembrava por cima. Mas ri de novo com os diálogos e com as situações embaraçosas em que a protagonista se mete, como se fosse a primeira vez. Foi uma tarde muito gostosa de matar saudades. Engraçado como alguns personagens são assim, né? Tornam-se velhos conhecidos e a gente sente uma falta danada quando vão embora. Por isso, precisamos prendê-los nas nossas estantes, para vê-los sempre que quisermos como uma criança pequena que não se cansa jamais do DVD da Galinha Pintadinha. Bridget Jones, Daniel Cleaver e Mark Darcy são velhos amigos meus que quero muito bem. Não consigo esquecê-los e digo mais, já comprei o livro dois para continuar o papo.

Em O Diário de Bridget Jones, vamos acompanhar um ano das páginas do diário pessoal da fantástica Bridget. Um mulher de trinta anos, solteira, acima do peso, chegada numa bebida, com um emprego ridículo e um gosto duvidoso para homens. É de rolar de rir das situações em que ela se mete. Tipo os jantares cheios de amigos casados que só tem ela de representante das solteiras. Ou a festa em que ela não é avisada sobre o cancelamento da obrigatoriedade da fantasia e vai de coelhinha.

Eu não me lembrava como Bridget é inteligente e sagaz, no filme, ela é bem mais tola do que no livro.  Assim como o Daniel não é tem canalha e até faz coisas bacanas que justificam Bridget sentir falta dele. Não me leve a mal, acho o filme excelente também. Não conheço elenco mais perfeito para atuar nos papeis principais do que este. Os personagens se encaixam feito luva. Incrível! Renée ZellwegerHugh Grant e Colin Firth são tudo de bom! Agora, o livro ainda é melhor. Eu acho! Bem, na verdade, o filme é bem fiel a obra, mas o livro tem mais situações e mais diálogos. Então, eles se complementam.



Acho que o que mais gosto nessa história é que ela é feita com pessoas normais. A Bridget é uma garota como qualquer outra, insegura com seu corpo, dada a fazer uma besteira bem grande de vez em quando, incapaz de cumprir uma dieta. Assim como o seu "príncipe encantado" é frio e distante e nunca sabe ser romântico. As coisas dão errado para ela como dão para todas nós, nem por isso ela perde o bom humor e a esportiva na maioria das vezes. Então, é muito fácil se identificar com ela, no filme ou no livro, seja comendo um chocolate que você não deveria comer, ligando para aquele ex que nem merece ouvir a sua voz, ou fazendo o que sua mãe pede mesmo sabendo que ela está errada só para que ela pare de encher o saco.

Sabe o que é mais interessante?
O terceiro volume da série será lançado em novembro nos Estados Unidos. Dizem por aí... O título ainda não foi escolhido.
Se eu vou ler?
É claro!!!

domingo, 7 de julho de 2013

Anos 70: violência e paixão

Estou particularmente feliz com o post de hoje, pois finalmente criei coragem para mais uma década de Os cem melhores contos brasileiros do século. Terminei a década de setenta. Nem acredito que só falta mais duas. Olho para o calhamaço de papel e me sinto orgulhosa por estar vencendo essa batalha.

Falando assim, parece que o livro é ruim. Nem de longe, viu, gente. Agora, toda coletânea de contos é complicada no sentido do gosto, porque tem contos dos quais você gosta, outros que são um verdadeiro castigo. Enfim, essa sequência da década de setenta não me agradou muito e acabei postergando mesmo. Quem nunca fez isso que me atire um exemplar de Os Lusíadas

A década de setenta é meio nebulosa para pessoas da minha faixa etária. Ela não é recente o suficiente para ter sido vivenciada por mim, tampouco é antiga a ponto de ser estuda na faculdade. Quem trabalha com esses autores, foi por vontade própria, não por indicação de professores. Sabe-se do geral bem geral, ditadura, copa do mundo, seleção brasileira, fusca, televisão... Mas, em termos de literatura, é meio vago, falta pedaços, não compreendo bem.

A seleção de contos desse livro não clareou muito essa imagem que tenho. Senti apenas um esvaziamento, como se os contos não falassem de nada, alguns contos são sobre coisa nenhuma, tão assim que nem consigo descrever. Não todos, é claro. Algo fica mesmo subtendido debaixo de uma agressividade e de uma violência incrível. Os contos são fortes em sua maioria. Não é para qualquer estômago.  A verdade fica suspensa como poeira no ar e meus sentidos não conseguem captar o todo. Faltam os óculos cor-de-rosa do conhecimento, acho. 

Para além disso, há sim uma forte crítica ao social, ainda que não se esteja apontando culpados. Não acredito que o auge da ditadura seja um período bom para se apontar dedos. Mas é interessante encontrar no já comum relato do cotidiano do brasileiro, típico da nossa literatura, descrições críveis das condições de trabalho desse nosso povo e da violência desse cotidiano marcado pela necessidade. Achei bacana. Bacana mesmo. É bem adulto.

Os contos que escolhi para comentar dessa década são: Feliz ano novo de Rubem Fonseca, O elo perdido de Otto Lara Rezende, A balada do falso Messias de Moacyr Scliar e A maior ponte do mundo de Domingos Pellegrini. Eu ia comentar Felicidade Clandestina da Clarice Lispector, mas tirei da lista para não ficar grande. Afinal, todo mundo já conhece esse conto que é o queridinho dos livros didáticos do ensino fundamental dois.

Feliz ano novo é chocante. Aliás, antes desse livro, eu mal conhecia Rubem Fonseca e agora sou fã. É bem agressivo e cru, entretanto, é fascinante o ponto de vista que ele escolhe. E a maneira sutil como ele coloca a violência no cotidiano. Nesse conto, é a história de um assalto numa casa rica na virada do ano, o leitor acompanha o ponto de vista do assaltante, seus anseios, sua relação com a riqueza e o luxo. Faz pensar na condição de uns com tanto e outros com tão pouco e no que gera tanta violência. Gostei demais.

O elo perdido é realístico e fantástico ao mesmo tempo, pois a explicação para o que acontece com o personagem é passível de diagnóstico médico, embora isso não seja questionado. Em algum momento, o protagonista vai esquecendo das coisas, o nome da mulher, quem é seu sócio, depois ele lembra e se aborrece, mas isso vai se agravando. Ao ponto de ele esquecer quem é. Fiquei me perguntando se é apenas isso, ou se é uma metáfora sobre as escolhas da vida, você muda tanto que chega um ponto que nem se reconhece mais?

Muito já ouvi falar sobre Moacyr Scliar, principalmente com a polêmica sobre As aventuras de Pi, mas pouco li. Pelo conto A balada do falso Messias, pude perceber que é um cara criativo, que sabe mexer com o imaginário popular. Esse conto se passa numa colônia judaica recém-formada no Brasil. De repente, um companheiro some e volta meses depois se dizendo o Messias que guiará seu povo de volta a Israel. Tem até certo humor negro nesse negócio. Não se pode adentrar muito para não estragar a surpresa. Eu gostei.

Por fim, A maior ponte do mundo, que entra nessa classificação da realidade dura dos brasileiros nas suas condições de trabalho. É a história de eletricistas que vão trabalhar nessa ponte. Trata-se mais de uma descrição das condições de trabalho do que um enredo com começo, meio e fim. Gostei. Fiquei pensando nesses trabalhadores da construção civil que fazem, mas não usufruem. A eles, é dado bem pouco, migalhas, como se fossem bichos e depois o esquecimento.

Bom, taí a década de setenta. Estou me preparando para os anos oitenta... A gente chega lá!

sábado, 6 de julho de 2013

Por isso a gente acabou

Eu me surpreendi com esse livro. Para falar a verdade, é bem bacana. bacana de um jeito chato, mas bacana. Como assim? Bem, o tema do livro não é legal. Não se pode esperar muita felicidade de um título assim, pode?

Na história, veremos a protagonista, chamada Minerva, Min, escrevendo uma carta explicando todos os objetos que estão dentro de uma caixa e que ela está devolvendo para o ex-namorado: Ed. Cada objeto que ela devolve conta um pouco da curta história deles dois. O livro é bem legal nesse sentido, vem cheio de ilustrações mostrando esses objetos, facilitando a leitura dos menos versados.

Claro que nessa perspectiva a narrativa é amarga e regada de rancor, afinal, quem é que gosta de terminar namoro. Principalmente, quando se trata de um primeiro amor e te machucou tanto. Porém, não deixa de ser encantador acompanhar a inocência de Min tentando fazer dar certo algo que ela no fundo compreende que não dará. Porque a juventude é assim mesmo, esperançosa. E acho que todo mundo que já passou por isso pode se identificar.

Além disso, o autor, o mesmo da Série Desventuras em série, é muito inteligente e foge do clichê. Ainda estamos diante do casal de filme americano "a esquisita e o atleta popular", mas Daniel Handler faz parecer real, faz parecer possível. Tanto Min quanto Ed tem defeitos e qualidades e mais do que isso, eles se gostam e se esforçam para ficar juntos apesar das diferenças e do preço que pagam, o que inclui se afastar de alguns amigos. 

Ed tem momentos de pura canalhice, quando, por exemplo, tenta resolver seus erros comprando presentes. Em compensação, Min pode ser uma chata, uma incompreensiva, uma metida a intelectual que não faz o menor esforço para aceitar as diferenças e se fecha num grupo de iguais fazendo sempre as mesmas coisas. Ela não é uma boa filha, ele não é dado ao comprometimento, mas é quase sempre sincero. Enfim, os dois são diferentes. E, na minha opinião, mesmo o livro sendo na perspectiva dela, nenhum é melhor que o outro.

Enquanto lia, fiquei pensando que não é um livro para adolescentes. Não porque o conteúdo seja adulto, longe disso. Mas porque o adolescente vai achar os personagens um saco! Ele ainda vive no mundo cor-de-rosa, em que namorados devem se encaixar perfeitamente para dar certo. Que nada! Relacionamento é esforço de ambas as partes. Então, Min parece ser apenas uma chata reclamona para os muito jovens. 

Nós, adultos, porém, conseguimos nos reconhecer em Min, ela é uma garota apaixonada por um cara legal, que não é perfeito, mas ninguém é. Só que ele tem momentos de perfeição que fazem valer a pena. E, depois de tudo, não deu certo. Esse misto de muito errado e de perfeição acaba ensinando a gente a escolher melhor. Até a amargura momentânea se justifica. Quem já caiu do cavalo sabe que a dor-de-cotovelo é a pior dor que tem. Enfim, acho que a Min não é chata, é só uma adolescente normal crescendo.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Dicas de leituras para as férias!!!

Férias, é bom estar! Férias: no Ceará!

Alô você, minha amiga! Alô você, meu amigo que está aí trabalhando! Ou pior: que está curtindo um trabalho no frio! Só lembrando que nós aqui no Ceará estamos aproveitando aquele sol, sombra, água fresca e casquinha de caranguejo... Meu abraço!

Adoro o Ceará nas Férias, mesmo quando não estou de férias... O tempo passa de outro jeito por aqui nessa época do ano. Todo mundo é mais feliz. Todo mundo tem mais paciência. E a prioridade é se divertir... Não que estejamos alienados do resto do mundo. Tem manifestação. Tem aumento de preço. Tem violência. Pronto, você que é da gangue dos muito mal-humorados já pode se sentir contemplado. Porém, para quem quer ser feliz apesar de tudo, o Ceará é uma pedida incrível para esse período. A estrutura é boa, o povo é hospitaleiro e o clima é ótimo.

Com relação as minhas férias, não está tudo excelente. Tirei esse tempo para resolver pendências. Comecei as benditas no DETRAN renovando a carteira (só 3 horas de fila, foi ótimo!). Ainda tenho para esse mês, segunda via de identidade e ginecologista. Mas o brilho não ficará totalmente abalado. Pretendo ir a praia com os colegas de trabalho em plena terça para ficar mais charmoso! E viajar com o  meu macho para Guaramiranga curtir uns sapos no banheiro. Não é a França, mas é o que tem para hoje. E pretendo ler e escrever...

Nesse exato momento estou encarando o Por isso a gente acabou do Daniel Handler. Então, em breve mais resenha. Além disso, até que andei escrevendo. Finalmente a história de Bruna Drummond parece ter tomado o rumo certo na minha cabeça. Posso garantir que está diferente do que fiz anteriormente, mas que continua sendo eu. Se é que isso faz sentido...

O post já está enorme e ainda nem comecei a fazer a proposta do  título, dicas de leitura nas férias. A questão é: como guiar essa proposta? Resolvi escolher livros que me divertem e me divertiram ao longo desses 31 julhos que tenho vivido. Pensei também nos meus queridos alunos e nos desafios que posso propor. Vamos ver se vocês curtem as indicações.

1. Reinações de Narizinho de Monteiro Lobato: Você gostou de Harry Potter? Então não tem como não gostar desse livro. É mais inocente, com certeza, mas o encantamento é o mesmo. A mistura entre fantasia e realidade me comove até hoje. Fico imaginando o reino das águas claras e o vestido de noiva da Narizinho. Não deixe passar essa oportunidade de conhecer o melhor escritor para crianças do Brasil. Você vai sentir orgulho de pertencer a mesma terra que ele.

2. Viagem ao reino das sombras de Luiz Galdino: Para você que foi meu aluno e se interessou pela história de Eros e Psiquê, taí de onde eu tirei a minha versão. Li esse livro tantas vezes que ficou na minha cabeça. Eros, o deus do amor, apaixona-se por uma mortal, mas a sua mãe não aprova o relacionamento. Aventura incrível. Não perca.

3. Comédias da vida privada de Luís Fernando Veríssimo: Esse livro é o máximo. Você ri do início ao fim, não por outra coisa, mas porque você se identifica com os personagens. Aliás, você os conhece muito bem, são o seu pai ciumento, a sua tia pirada, sua avó prafentex, entre outros... Para mim, o melhor do Veríssimo até hoje!

4. Histórias da Turma da Márcia Kupstas: Esse livro é uma das minhas maiores inspirações como escritora. Depois de velha, eu já o comprei novamente e infelizmente ele sumiu, mas eu o compro de novo com certeza. Outro livro que li várias vezes durante a infância e adolescência. É um livro de contos, quase uma novela na verdade, pois todas as histórias se passam no mesmo prédio e os personagens das várias histórias se conhecem e se cruzam. Muita paquera, muitas brigas, muitas brincadeiras que só se faz quando se é jovem. A-M-O esse livro! Infelizmente, acho que você só o encontra hoje em dia em sebo.

5. Assassinato no Expresso Oriente da Agatha Christie: Quem não gosta de livros de mistério? Eu adoro. Não sei o porquê, mas quando tenho que ir para o hospital ficar com alguém doente, sempre levo algo da Agatha, mesmo se já estiver lendo outra coisa. Acho que é porque me mantém acordada facilmente. E olha que adoro dormir. Já li para mais de vinte livros dessa mulher, considero-os um ótimo passatempo. O meu favorito é esse aí que conta a história de um assassinato dentro de um trem no meio de uma nevasca. É com o detetive Hercule Poirot, que é o meu preferido dentre os detetives da autora. 

6. Cinco minutos/ A viuvinha de José de Alencar: Gente, dica de literatura brasileira. Você que está retorcendo o nariz para essa indicação nunca leu José de Alencar. E se leu, não leu com seus óculos cor-de-rosa. O cara é o que há em termos de romantismo é tão lindo que chega a ser brega, mas brega bom, tipo "ooooooooooo que fofo!". Ele leva a sério o lance de o amor tudo vence. Nesse livro, são dois contos/romance, ou seja, são duas histórias curtas e de gente muito apaixonada e honrada e de bons princípios e de pouco vínculo com a realidade, enfim, tudo que uma obra do romantismo brasileiro tem que ter. Vai com tudo e me diz depois se o Crepúsculo não perde é feio.

7. O homem que matou Getúlio Vargas do Jô Soares: Estava preparando uma prova e resolvi colocar uma questão sobre esse livro. Daí foi me dando uma vontade de ler de novo. É superengraçado. O protagonista do livro é desastrado demais e tem uma história de vida fascinante. Se você conhece um pouco de História Geral, vai bolar de rir, se não, vai rir do mesmo jeito, só que de outras coisas, situações cômicas que o autor utiliza tão bem. O Jô mistura personagens reais e fictícios fazendo uma saladona de tipos e da História. É bem legal!

8. Anjo da morte de Pedro Bandeira: Olha, nem seria uma lista minha sem Pedro Bandeira, tá? Esse é o terceiro livro da série dos Karas, indico todos, todos, todos. Mas esse é o meu favorito porque o personagem mais em evidência é o Calu. E também porque tem nazismo no meio, muita aventura com direito a descobertas mirabolantes e  coisas que nós, adolescentes comuns, nunca teríamos peito para fazer. Salve, Pedro!

9. Vida encantada de Diana Wynne Jones: A minha irmã vai pirar quando vir essa indicação aqui, mas é mais do que merecida. A série Os mundo de Crestomanci é uma das melhores leituras que já encontrei ao acaso em livrarias. Já faz séculos que li e ainda não encontrei substituto, apesar de que não sou tão viciada quanto a minha irmã. Vamos ver se dá para acompanhar a lombra da autora sem estragar as surpresas do livro. Vamos conhecer um menino que tem nove vidas e que passeia por universos paralelos, em todos os universos, ele encontra cópias das pessoas que conhece nas mais diferentes situações, o único que não tem cópias é ele mesmo, porque como tem nove vidas, ele será o herdeiro de um importante cargo. Vale ler todos os livros da série porque JK é pinto em termos de magia perto de Diana Wynne Jones.

10. A Bússola Dourada de Philip Pullman: Se você viu o filme, esqueça. Não faz jus a obra. Essa série (Fronteiras do universo) para mim foi extremamente surpreendente. Primeiro pela construção dos mundos: fantástico. É de fazer Tolkien bater palminhas! Depois, pela maneira sutil de abordar dogmas religiosos. Fiquei chocada por uma autor ter coragem de tratar desse assunto, ainda que de maneira bastante disfarçada. Na história, existe todo um contexto fantástico, ursos de armadura, espíritos fora do corpo, viagens entre dimensões, mas, no fundo, trata-se de ser ou não ser uma criatura com livre arbítrio? Digno demais! Recomendo e pretendo ler de novo dia desses.

Espero que tenham gostado das indicações. Tentei fugir dos lançamentos e apostei nos livros que li em outras férias e que me marcaram. Se você tiver coragem de procurar por eles, garanto que não vai se arrepender...






quarta-feira, 3 de julho de 2013

O Clã dos Magos

O mês de férias começa com um livro bem diferente. Um livro de meninos, apesar de ter sido escrito por uma mulher. Longe de mim o sexismo barato. Estou apenas salientando números. As muito menininhas geralmente não gostam de batalhas e intrigas medievais, com ladrões, calabouços e magos pouco parecidos com Harry Potter. Claro, sempre haverá exceções, como esta menininha que vos escreve...

Bom, para começo de conversa, o livro é bem legal e vale a pena ser lido. Estou considerando seriamente ler a trilogia inteira. Cada uma no seu tempo. A autora, vez ou outra, dá uma escorregada e deixa a história meio monótona, mas, de maneira geral, a estrutura hierárquica dos magos é interessante e as intrigas políticas te deixam ligada no enredo.

Nesse livro, vamos conhecer Sonea, a protagonista, que é uma menina muito pobre. Ela e a família foram expulsos de casa pelos magos. Uma vez por ano, os magos fazem a purificação da cidade a mando do rei e expulsam ladrões e mendigos, levando junto muitos cidadãos honestos. Por causa disso,  a população não gosta muito deles. Os antigos amigos de Sonea, pequenos delinquentes, ficam revoltados com esta expulsão e jogam pedras e frutas podres nestes magos,  que é óbvio, nem os atinge. Sonea está bem zangada e concentra toda a sua força na pedra que lança. Por incrível que pareça, a pedra rompe a barreira mágica e atinge um mago na cabeça.

A partir daí, começa uma verdadeira caçada. Os magos querem levar Sonea para os seus domínios. Ela, por sua vez, morre de medo do que eles possam lhe fazer. Cery, um dos amigos da garota, a guia nessa fuga pedindo ajuda aos Ladrões que comandam o crime organizado. Sonea tenta de todas as formas controlar esse poder mágico, mas ele se torna a cada dia mais perigoso. Em algum momento, Sonea precisará da ajuda dos terríveis magos e mais do que isso terá de confiar neles.

A história ainda tem mais um bom bocado pela frente, só que se eu adentrar nessa seara acabarei estragando e contando detalhes, por isso, fico por aqui em termos de enredo. Falando do que gostei e não gostei Não gostei da lentidão da fuga de Sonea, tem tantas horas iguais que eu já estava pedindo para ela ser encontrada. E não gostei das gírias da favela que me pareceram mais erros de tradução do que da autora, mas não posso confirmar isso. Tampouco gostei das novas criaturas, novas bebidas e novos armamentos, não sei porque esse pessoal que escreve fantasia tem mania de Tolkien e sai criando tudo novo só para confundir, nem tem necessidade nem todo mundo é talentoso como o Tolkien.

Gostei bastante das intrigas entre os magos e da quebra de maniqueísmo, fora um ou outro, os magos têm seus próprios interesses para além da moral e dos bons costumes. Gostei também da hierarquia do clã, me pareceu muito promissora em termos de trilogia. Com certeza, em algum momento, vou acabar lendo os outros.