O mês de férias começa com um livro bem diferente. Um livro de meninos, apesar de ter sido escrito por uma mulher. Longe de mim o sexismo barato. Estou apenas salientando números. As muito menininhas geralmente não gostam de batalhas e intrigas medievais, com ladrões, calabouços e magos pouco parecidos com Harry Potter. Claro, sempre haverá exceções, como esta menininha que vos escreve...
Bom, para começo de conversa, o livro é bem legal e vale a pena ser lido. Estou considerando seriamente ler a trilogia inteira. Cada uma no seu tempo. A autora, vez ou outra, dá uma escorregada e deixa a história meio monótona, mas, de maneira geral, a estrutura hierárquica dos magos é interessante e as intrigas políticas te deixam ligada no enredo.
Nesse livro, vamos conhecer Sonea, a protagonista, que é uma menina muito pobre. Ela e a família foram expulsos de casa pelos magos. Uma vez por ano, os magos fazem a purificação da cidade a mando do rei e expulsam ladrões e mendigos, levando junto muitos cidadãos honestos. Por causa disso, a população não gosta muito deles. Os antigos amigos de Sonea, pequenos delinquentes, ficam revoltados com esta expulsão e jogam pedras e frutas podres nestes magos, que é óbvio, nem os atinge. Sonea está bem zangada e concentra toda a sua força na pedra que lança. Por incrível que pareça, a pedra rompe a barreira mágica e atinge um mago na cabeça.
A partir daí, começa uma verdadeira caçada. Os magos querem levar Sonea para os seus domínios. Ela, por sua vez, morre de medo do que eles possam lhe fazer. Cery, um dos amigos da garota, a guia nessa fuga pedindo ajuda aos Ladrões que comandam o crime organizado. Sonea tenta de todas as formas controlar esse poder mágico, mas ele se torna a cada dia mais perigoso. Em algum momento, Sonea precisará da ajuda dos terríveis magos e mais do que isso terá de confiar neles.
A história ainda tem mais um bom bocado pela frente, só que se eu adentrar nessa seara acabarei estragando e contando detalhes, por isso, fico por aqui em termos de enredo. Falando do que gostei e não gostei Não gostei da lentidão da fuga de Sonea, tem tantas horas iguais que eu já estava pedindo para ela ser encontrada. E não gostei das gírias da favela que me pareceram mais erros de tradução do que da autora, mas não posso confirmar isso. Tampouco gostei das novas criaturas, novas bebidas e novos armamentos, não sei porque esse pessoal que escreve fantasia tem mania de Tolkien e sai criando tudo novo só para confundir, nem tem necessidade nem todo mundo é talentoso como o Tolkien.
Gostei bastante das intrigas entre os magos e da quebra de maniqueísmo, fora um ou outro, os magos têm seus próprios interesses para além da moral e dos bons costumes. Gostei também da hierarquia do clã, me pareceu muito promissora em termos de trilogia. Com certeza, em algum momento, vou acabar lendo os outros.
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