A relação da minha filha com a leitura começa muito cedo Sempre tive um encantamento com a literatura infantil, mas, quando descobri que estava grávida, comecei um investimento sério nesse sentido. Todos os meses eu compro livros infantis. Minha maneira de comprar vale um post só para isso que talvez eu faça. Porém, por enquanto vale saber que esse é um compromisso que tenho com minha filha. Meu legado. Das coisas que preciso ensiná-la, e são muitas, gostar de ler é meu objetivo top.
Então, partimos para a questão cronológica do desenvolvimento infantil. O começo foi fácil. Livros para bebês são inúmeros, de plástico, de tecido, com texturas, com barulhinhos. Era só deixar manusear e ela botava na boca e interagia como qualquer brinquedo. Depois, lendo por aí qual seria o próximo passo, percebi que começou (lá pelos seis, sete meses) o interesse pelos livros formadores de vocabulário. São livros com fotos (as crianças pequenas têm dificuldade de associar desenhos com a realidade, principalmente se não forem desenhos realísticos). Até hoje esses livros fazem sucesso por aqui. Começamos com livros com uma imagem em cada página e já estamos em livros com 10 ou 12 imagens. Os livros favoritos são os de animais.
Porém, com 1 ano e 7 meses, percebemos que precisamos introduzir histórias com começo, meio e fim. No entanto, os contos de fada não seguram a atenção dela, quando não causam um medo desnecessário da bruxa. Ela sempre reage mal a contos de fada. Sei que os conhece da escolinha, mas não acho eficiente. Se não for maléfico.
Ganhamos de presente o livro Uma lagarta muito comilona (Eric Carle - Kalandraka), A Bia adorou. A historinha simples e repetitiva tem começo, meio e fim, ao mesmo tempo que os elementos que se repetem mantêm a atenção da criança. Com ele, descobri que existem livros para essa faixa de desenvolvimento, mas são bem mais difíceis de achar. Por isso, vivo a procurar por livros assim.
Nessa procura, cheguei no maravilhoso Ter um patinho é útil de Marisol Misenta (ou somente Isol). Nesse livrinho todo sanfonado, de um lado, vamos ver (em amarelo) o encontro entre um menino e um patinho de borracha e todas as brincadeiras que fazem sob a perspectiva do menino. E, para nossa surpresa, ao final do livro, deparamo-nos com uma segunda capa (em azul), com a mesma história da relação menino-patinho da perspectiva do patinho. Lindo. Criativo. E vem garantindo momentos prazerosos de leitura aqui em casa.
Para variar, é mais um livrinho da Cosac Naif. Acabamento impecável. Vem numa caixinha para o sanfonado não abrir. As ilustrações têm traços simples e compreensíveis pelas crianças. A meninada se identifica com as atitudes do menino. E, além de tudo, ainda damos a criança uma primeira experiência com a leitura da modernidade, pois nada mais moderno do que a mudança de perspectiva. Do que encarar o narrador como figura atuante na construção da narrativa.
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