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quinta-feira, 31 de março de 2016

Adivinha Quanto Eu Te Amo

Oi gente,
faz bastante tempo que não posto uma dica de literatura infantil, então, hoje resolvi trazer um livro que está em todas as listas de sugestões de livros para crianças pequenas: Adivinha o quanto eu te amo.

Esse livrinho já tem mais de vinte anos no mercado e se tornou um clássico. Não é para menos. É um trabalho belíssimo. Tanto o texto do irlandês Sam McBratney quanto as ilustrações de Anita Jeram são de uma delicadeza e de uma qualidade invejáveis.

O livro conta um diálogo entre o Coelho Pai e o Coelhinho no momento que antecede a hora de dormir. O Coelhinho vai tentar mensurar fisicamente o quanto ama seu pai. E o Coelho pai, por ser maior, usando os mesmos exemplos do coelhinho, vai sempre dizer que ama ainda mais o filho. 

A temática parece simples e é, porém, do ponto de vista infantil, o livro trata de questões bastante peculiares da fase. Por exemplo, a tentativa de lidar com as emoções e mensurá-las. Crianças pequenas ainda estão descobrindo as emoções e nem sempre sabem lidar com elas, qualquer tentativa de verbalizá-las é válida.

Além disso, podemos citar a questão da admiração que os pequeninos têm pelos pais. Que criança não vai se identificar com esse pai incrível que faz coisas que ela não consegue fazer? 

Acho que o livro é uma excelente opção para a hora de dormir. É uma história tranquila. Fala de sentimentos. Uma ótima maneira de falar para criança de amor e do quanto ela é amada.

Esse foi um dos livros que sugeri no post sobre presentes de aniversário para crianças pequenas. A tia Ana leu e deu para a Bia. Assim como os outros da lista. Estamos encantados (obrigada, tia). Com tanto tempo de mercado, o livro tem várias versões. Essa que recebemos é maravilhosa, do tamanho das mãos da criança (os pequenos têm dificuldades motoras com livros grandes demais o que pode provocar acidentes e rasgos) e cartonado, ou seja, folhas duras. Isso facilita demais o manuseio e a conservação do livro.

quarta-feira, 30 de março de 2016

Atividade: Show da Luna - O abraço do azul com o amarelo

Às vezes, a gente pensa, faz, acontece, tentando distrair os filhos e o encantamento da criança está nas coisas mais simples. Quem nunca deu um presente caro achando que ia arrasar e a criança se apegou com a caixa?

Pois bem, aqui em casa foi assim essa semana. Aproveitando o episódio do Show da Luna sobre a mistura das cores primárias, resolvi fazer com a Bia uma atividade que já tinha feito outras vezes, mas, agora, embasada teoricamente no desenho.

Coloquei água e corante alimentício (azul, amarelo e vermelho) em potes plásticos. A intenção era ver a mistura das cores primárias formando, laranja, roxo e verde como acontece no desenho. Usamos o banheiro para minimizar a sujeira. E deu certo. Porém, o maior encantamento ainda foi na transferência de líquidos. Ou seja, Bia gostou mais de ficar passando os líquidos de um recipiente para outro do que de misturar cores.

Não tem o menor problema. 

Quando algo assim acontecer, não desanime. Tudo é aprendizado. Vocês infelizmente não vão poder ver no vídeo o quanto a atividade ainda requer a concentração dela. E isso é tão ou mais importante do que saber as cores secundárias. É preciso ter muita paciência para entender as ideias montessorianas de que a criança escolhe o que vai aprender, que ela mesma vai se saciar de uma informação, no tempo dela, e vai buscar outra por conta própria

Bia ainda está tão fascinada com essa capacidade de manipular líquidos. Com o fato de que o líquido se adapta aos formatos dos recipientes. Com a sua própria coordenação motora. Que simplesmente repete essa atividade diversas vezes e deixa as cores ficarem em segundo plano. Mas não pense que ela não entendeu a lição.

Certamente, das outras vezes que formos fazer a mesma experiência, ou talvez com outros materiais, como a massa de modelar ao invés do líquido, provavelmente, ela terá bases para supor o que vai acontecer ao misturar as cores. E é assim que o conhecimento se acomoda na nossa cabecinha. Muitas vezes, precisamos de várias experiências semelhantes para ligar os pontos, para as coisas começarem a fazer sentido, para testarmos todas as hipóteses.

Então, não se preocupe, pode repetir a mesma brincadeira várias e várias e várias vezes. Enquanto a criança topar fazê-la, será proveitoso.

terça-feira, 29 de março de 2016

Show da Luna

Nos dias atuais, em que parece que o país não tem nada de bom. Que escândalo se sobrepõe a escândalo. E que o futuro ameaça ser sombrio. Queria trazer algo que valorizasse o nosso talento e apontasse para dias mais promissores. Nessa perspectiva, eu tinha que apresentar nosso novo vício: o Show da Luna.

O Show da Luna é uma série de desenhos animados. Passa no canal de televisão fechada Discovery Kids, mas, aqui em casa, nós vemos os episódios e os clipes disponíveis no youtube mesmo, porque ninguém merece a publicidade massiva desse canal. (Pelo que vi na wikipédia, o programa também passa na TV Aparecida e na TV Brasil, canais abertos, mas difíceis de sintonizar)

O programa é brasileiro, criado e produzido por brasileiros. Hoje, além do Brasil, passa nos EUA e na Europa (orgulho). Segue a ficha técnica (tirada da Wikipédia):
Criação e Direção:
  • Celia Catunda
  • Kiko Mistrorigo
Produção Executiva:
  • Ricardo Rozzino
Direção de Arte:
  • Celia Catunda
Supervisão de Roteiros:
  • Marcela Catunda
Direção Musical:
  • André Abujamra
Roteiristas:
  • Marcela Catunda
  • Patrícia Black
  • Camille Helms
  • Angelo Franchini

No programa, Luna, uma menina de seis anos, que adora ciências, procura respostas para as mais inúmeras perguntas. Ela e seu irmão Júpiter exercitam o pensamento científico, testando hipóteses. Mas, quando o resultado não é satisfatório, eles apelam para a imaginação para conversar com os seres animados ou inanimados a procura de respostas.

O desenho todo é muito lindo e tem tanto a colaborar. Primeiro, é uma menina na ciência. Isso, por si só, já me ganha. Além disso, não existe sexualização precoce da criança. Luna não tem paquerinha, namoradinho, nada. Sua principal relação é com o irmão mais novo, a quem ela trata muito bem, respeitando suas limitações de menor, mas sem excluí-lo. O pai cozinha, a mãe lê o jornal. Enfim, tantos valores que servem de exemplo para nossos pequeninos.

O conteúdo também é fantástico. A Bia acompanha demais e eu fico pensando o que ela de fato entende sobre anéis de saturno, bananeiras e rizomas, mistura de cores, fermento biológico, a vida das abelhas, enfim... Mas, nesse momento, o conteúdo científico é o de menos, embora que eu saiba que algo vai ficar na cabecinha dela. Para mim, o importante é que Luna é uma heroína e que ela não é uma princesa, nem é vaidosa, nem existe nada nesse desenho que a lembre que meninas têm que ser bonitas. Luna é a criança que eu quero que minha filha seja, curiosa e perspicaz. Inteligente e criativa.

Para completar, a trilha sonora é fabulosa. Não é fácil fazer músicas sobre densidade, icebergs e matéria em decomposição na terra, mas as músicas são verdadeiros chicletes, quando menos se vê, estamos todos cantando. Não surpreende que a direção musical seja de um tal André Abujamra (que família talentosa), o responsável pelas músicas do Castelo Ra-tim-bum.

Acho difícil você ainda não conhecer a Luna, mas, ainda assim, deixo o link do vídeo favorito da Bia. E nós, por aqui, continuamos querendo saber por que o gato mia...

segunda-feira, 28 de março de 2016

Aniversário da pequena: Review - Festa no Game Station

Oi, gente,
como prometido, o review da festinha da Bia no espaço de games do shopping.

Vou tentar ser breve, pois acho que ninguém merece ficar lendo sobre festinha de aniversário de criança dos outros. Festinha de criança é sempre muito parecido. O objetivo de falar sobre essa é mais sanar a dúvida de alguma de alguma pessoa que também esteja planejando fazer uma festinha assim.

Sobre o local: fomos muito bem atendidos. Quando chegamos, uma hora antes do evento, o espaço estava demarcado, limpo, cadeiras, mesas e decoração básica no lugar (mesas de bolo, toalhas e cortinas), freezer ligado. A única coisa que me desagradou foi o fato de ter que sair do shopping para entregar a decoração que eu trouxe (mimos, enfeites e centros de mesa). Não é permitido passear pelo shopping com esse tipo de material, até aí, tudo bem. a questão é que a porta que levava para o elevador interno do Game Station ficava fora do shopping. Nós, que estacionamos no estacionamento, precisaríamos sair para entregar uma caixa e pagar um estacionamento extra. Meu marido, que tinha torcido o pé no dia (Lei de Murphy), achou melhor andar com essa caixa pelo estacionamento até a saída para entregá-la a um responsável do espaço que a trouxe para mim.

Em 40 minutos, arrumamos mimos, centros de mesa e lembrancinhas. Eu troquei de roupa no shopping mesmo e o papai foi buscar a pequena. Pequena que estava parcialmente rabugenta, uma vez que lhe foi tirada a hora da soneca. Mesmo assim, ela curtiu bastante. só não colaborou muito com as fotos.

Recebemos vinte cartões. Os cartões têm R$40,00 de bônus para serem usadas em máquinas que dão aqueles papéis que as crianças trocam por brinquedos e estão liberados para as outras máquinas por três horas. Tempo da festa. A nossa festa foi de 14:30 até 17:30. Tempo mais do que suficiente para as crianças se esbaldarem. 

O aniversário da Bia caiu na sexta-feira santa. Resolvemos manter a data por questões logísticas para nós. E foi bom. Como sabia que muita gente iria viajar, chamei 70 pessoas. O espaço era para 50. Foi arriscado (cheguei a ficar nervosa), mas deu supercerto. Pelas minhas contas, deu um pouco menos de gente que isso.

As mães adoraram, pois a cidade estava fazia e tudo fechado, então, foi uma excelente opção de levar os pequenos. Tomei cuidado de escolher salgadinhos e lanches sem carne vermelha. E acho que ficou bem bacana.

Com relação ao buffet (pingo de Gente): as garçonetes chegaram no horário e foram bastante eficientes. Esse é um buffet recomendado pelo espaço, eu não conhecia, mas aprovo. Faria outras festas com eles. Salgadinhos grandes e variados, comida gostosa e olha que não dá para fritar na hora, pois o espaço só conta com micro-ondas.

Só não gostei muito dos bichinhos da decoração, estavam muito gastos e um tanto sujos, mas nada que tirasse o brilho da festa. Eu tinha levado uns brinquedos da Bia e uns balões gigantes dos Minions e completei a decoração de maneira satisfatória.

As pessoas não comeram muito. Acho que o horário depois do almoço colaborou para que isso acontecesse. Sobrou bastante comida. Trouxemos para casa vários salgados, mais de um cento de doces e o bolo de brigadeiro inteiro que nem provamos ainda. Eu, na minha neurose de que não ia dar, pedi para minha sogra fazer uma torta de forno de atum e minha mãe fez cupcakes, esses foram todos. Mas, se eu não tivesse levado comida extra, também teria dado certo.

De modo geral, foi muito divertido. O shopping estava quase vazio o que nos deixou bem à vontade. As crianças brincaram muito (alguns nem saíram dos brinquedos para os parabéns). Como foi pouca gente, nossos amigos adultos sem filhos também brincaram. Até o avô da Bia arriscou uns lances. Minha mãe também caçou uns dinossauros. E ficamos todos muito felizes.

Depois, foi só recolher o acampamento. O que foi pouca coisa, mais presentes e sobras de comida. Tivemos que contentar a criança que estava exausta - dormiu no carro e só acordou no outro dia.  E tchau! Nada para pagar, nada para acertar. Ainda ficamos com dois cartões com bônus para gastar com ela em outros dias. Minha irmã fez um verdadeiro estrago na lojinha de presentes do Game Station com os tickets que conseguiu nos brinquedos, rolou até uma bola para a Bi. E, para completar, a gente ainda ganha 10 estacionamentos grátis que distribuímos entre os convidados. O máximo!

Em casa, criança dormindo, coloquei a comida que sobrou entre freezer e geladeira e fui relaxar. Já o pai da Bia ainda foi no hospital ver se tinha torcido o pé. Nada demais. Depois de uma radiografia, relaxante muscular, anti-inflamatório e compressa de gelo: só.

Totalmente faria a festinha da Bia novamente no mesmo espaço. Foi bacana e o custo benefício compensou. Então, se você está na dúvida, do meu ponto de vista, vale arriscar.

Por fim, gostaria demais de agradecer aos nossos queridos convidados, tanto pela presença (infelizmente a gente acaba sem poder dar muita atenção) quanto pelo cuidado com os presentes. Bia ganhou várias das coisas que sugeri aqui no blog. E tantas ouras coisas bacanas e instigantes. Ela (eu e o papai também) adoramos tudo. Muito obrigada mesmo!

sexta-feira, 25 de março de 2016

Dois anos

Há dois anos atrás, no meio de uma correria danada, pressão descontrolada, avós em São Paulo, a Tia Maida (obstetra e tia) resolveu que seria melhor para nós duas que a Beatriz chegasse logo. 

Difícil dizer o que é ser mãe. Quando tá aqui dentro, é uma experiencial corpórea, visceral. Eles chegam depois, mas parece que a visita somos nós. Determinam se temos fome, se estamos bem, se podemos ou não dirigir...

Daí, nascem... Cesárea. Sensação esquisita. Nervosismo. Medo. Achava que não ia sentir nada, mas é quase como ser um saco de gatos. As coisas (criança e médico) mexem dentro de você sem sua autorização.

E o choro. No caso da Bia, demorou. A gente prende a respiração. O coração dá um pulo. Vem aquela trouxinha para perto de você. Um pacotinho que você nem conhece ainda, mas vai amar para sempre. No meu caso, um bebezinho cumprido de pernas e mãos enormes.

Fui costurada. Não senti absolutamente nada. Se dependesse apenas do parto, teria cinco meninos. Enquanto isso, a Bia foi conhecer o pai dela. Não vi a cena. Mas teve choro, é de praxe. 

E foi então que eu me vi mãe.
A primeira coisa que chega é o amor. Medonho. Irreversível. Sem igual.

Logo depois, o medo. Que medo! Medo de falhar, medo de perder, medo de não dar conta, medo de não entender. Medo. Medo. E mais medo. A lista só aumenta. De sequestro. De afogamento. De obesidade. De que sofra. De que não aprenda. De que se torne patricinha ou mimada.

Então, você começa a aprender...
Primeira lição: filho não deve nada a pai e mãe. Lindo esse lance do respeito e tudo mais, tá na Bíblia, eu sei... Mas a verdade é que somo nós que saímos ganhando. Ter um filho é o maior aprendizado de todos. É experimentar o amor incondicional de Deus na figura de uma pessoa.

Não há nada. Absolutamente nada. Que a Beatriz possa fazer que diminua o meu amor por ela. Nem que ela escolha o #teamcaptain....

E as lições vêm aos montes, de variados campos do saber: vacinas e efeitos, shoppings com fraldário digno, amigos que tem paciência/jeito com criança, alimentos que dão cólica, marca de mamadeira com BPA free, restaurante com parquinho...

Mas o maior crescimento é de fato o moral. Vou partilhar com vocês algumas das lições que aprendi com minha filha nesses dois anos.

Aprendi que a felicidade é ter todos com saúde. E que a dor no outro pode ser maior que a minha.

Aprendi que sorrir é muito fácil, a gente é que complica.

Aprendi que ser feliz tem muito a ver com a maneira que nós encaramos as nossas limitações. Se encaramos cada desafio como algo a aprender, ser feliz é parte do processo de aceitar que somos ainda crianças diante do Pai.

Aprendi que bagunça faz parte da maternidade e que o caos é uma forma de organização bastante eficiente.

Aprendi que tenho uma família ótima. Que se propôs a ensinar e aprender com a Bia.
Aprendi que a paciência é uma virtude que deve ser aprimorada em todo ser humano. E que ela é recompensada com sorrisos, desenvolvimento e equilíbrio emocional.

Aprendi que a brincadeira é o melhor remédio. Que ela pode e deve ser livre, mas que também é ferramenta de aprendizado, portanto, deve ser priorizada no mesmo nível da saúde, porque de certa forma, são a mesma coisa.

Aprendi que amar é sentir culpa. Que errar faz parte. E que tem muita, mas muita gente desocupada nesse mundo para vir mostrar o que está certo e o que está errado. Porém, poucas são as pessoas que lhe estendem a mão ou pelo menos oferecem o ouvido, quando você precisa desabafar que ser mãe não é fácil. E você aprende a lidar com tudo isso.

Aprendi que filho tem vontade própria. Que tem seu próprio tempo. Seus gostos. E que o tempo que você pode estar com ele é mais do que valioso, pois vai chegar o dia que você não será mais a pessoa favorita dele no mundo. 

Aprendi que filho tem história própria. Herança não partilhada. Ele é seu, mas é também de outro. Vai ser criado de forma diferente da sua criação. Vai ter outras experiências. Outras bagagens. Oportunidade de entender outras maneiras de amar.

Aprendi que tenho muito a ensinar. Valores e princípios. Aprendi que sou exemplo. E o exemplo é a melhor forma de ensinar. Tenho consciência hoje de que preciso ser melhor, por ela.
Aprendi que tenho um homem incrível a meu lado. Muito melhor do que o cara que eu conheci tantos anos atrás. Um homem que sabe ser pai. Sem heroísmo. Sem vitimismo. Sem mimimi. Apenas (e isso quer dizer tanto) a referência que nossa filha precisa para se relacionar com o sexo oposto.

Aprendi que o amor é uma estância sem limites. Pode aumentar sempre. 

Há dois anos, conheci uma pessoa que já me ensinou tudo isso. Imagino daqui a dois anos, o tanto que eu ainda vou aprender.

Obrigada, filha.

Feliz aniversário!

quinta-feira, 24 de março de 2016

Aniversário da Pequena: festinha

Adoro festa. Mais de organizar do que o evento em si. Gosto dos preparativos. Gosto de pensar nos convidados. Gosto de cumprir metas. Enfim, gosto de quase tudo. 

Fiz minha festa de formatura. Fui da comissão. A festa de curso de liso mais incrível já vista. Mas não foi só trabalho, nem dinheiro meu...

Fiz minha festa de casamento. Até hoje se comenta. Um arraso.

Além disso, fiz chá-de-panela (meu e das amigas), chá de Bebê, batizado...

E agora tem as festinhas de aniversário da Bia. 

A festinha de um ano foi muito legal. Aproveitei o ambiente do sítio da família do meu marido para fazer o tema "fazendinha" (apesar de muita gente me dizer que era tema de menino. Oi? como assim?). Todo mundo ajudou. Tia Bel fez feijão verde e uma canja de galinha. Tia Tânia levou um cakepops muito fofos de porquinho. Minha mãe fez docinhos. Eu fiz os mimos (sempre faço. ADORO!) e aproveitei as latas de leite da Bia para fazer as lembrancinhas. Um sucesso!

Contratei decoração, buffet, pula-pula e piscina de bolinhas, garçom e fotógrafo. Festa para cem pessoas. Foram umas oitenta. Bem legal! Mas cara: gastamos cerca de R$5000,00. Nem é tanto se pensarmos nas cifras astronômicas que uma festa infantil pode alcançar. Ainda assim, um gasto a se analisar.

Para esse ano, queria uma coisa mais simples. Algo que terminasse a festa e eu não tivesse trabalho nenhum. Só recolher a criança exausta e ir para casa. Decidimos por um desses espaços de jogos eletrônicos de shopping. A Bia adora ir nesses lugares. Embora ainda não tenha paciência para brincar em nem um dos brinquedos. Ela pede para ir nos carrinhos, por exemplo, mas sai antes do carrinho parar de se mexer, uma graça ( e bem econômico). Acho que as cores e as figuras a atraem. No mais, é correr atrás da menina o tempo inteiro, porque ela muda de objetivo o toda hora.

A festa foi bem simples de contratar. Existem horários pré-determinados, você escolhe. O ambiente já tem as cadeiras, as mesas, as toalhas da cor da festa, mesa de doces, cortinas do tema, banner com os personagens, além de geladeira e micro-ondas. Facilidade total! E não foi caro, Não achei. R$540,00, Três horas de festa e 20 cartões para as crianças jogarem nos brinquedos.

Para completar, eles indicam buffets que trabalham lá com frequência. Achei divino. Porque a mesma pessoa já oferece a decoração, os salgados, os doces, o bolo, a vela, os sucos, refrigerantes, material descartável e os garçons... Tudo. Você não se preocupa com absolutamente nada. O preço foi razoável. Eu achei. R$875, 00 e parcela no cartão. Festa para cinquenta pessoas. 

Espero que esteja gostoso. Infelizmente, não os conheço ainda. Mas fui superbem recebida pela Pingo de Gente. Depois da festa, faço um review. Como detalhe, vale ressaltar a disponibilidade. Esse ano, a festa da Bia caiu da sexta-feira santa. A gente decidiu manter a data, mesmo sabendo que muita gente iria viajar. O pessoal do buffet garantiu o serviço e ainda mostrou uma gama de opções sem carne para o cardápio. Achei legal!!

No mais, ficou faltando os mimos e as lembrancinhas. Faço tudo isso com muito gosto. Tanto gosto de passear pelo centro da cidade entre balas e bombons, quanto gosto do trabalho manual de montar esses mimos. Esse ano, foi muito fácil. Nada de trabalho criativo. Eu ia fazer a festa da Bia de Sailor Moon, comprei as bonecas, pensei numa decoração toda colorida. Que nada! Ela está apaixonada pelos Minions. Aí mudei de ideia. Foi superfácil achar no centro as lembrancinhas e outros detalhes de mesa. E mais fácil ainda tirar da internet os adesivos para decorar os mimos.

Ainda comprei na internet um balão gigante dos Minions. Meus pais me deram um daqueles nomes (Beatriz) de madeira que eu pintei de amarelo para colocar na mesa. Vou levar uns brinquedinhos que ela tem dos Minions para completar a mesa caso seja necessário e é isso. Vamos para a festa!

Dessa vez, não contratei fotógrafo. Vamos levar nossa máquina mesmo.

Enfim, o que eu gastei entre mimos, balas e lembrancinhas deve chegar perto dos R$2000,00. 

Espero realmente que dê tudo certo e que seja novamente um sucesso!

quarta-feira, 23 de março de 2016

Trecho de Resposta

─ É você, Ana. Você. – Deixou Tito com os tios e foi atrás dela pela praia. Ana Maria andava depressa, Pedro teve de correr. – Você é minha pessoa especial, entende? – Ele a pegou pelos braços. Ana segurava o choro.

─ Pedro...
─ Eu te amo, Ana. Muito. – Ele se declarou a abraçando.
─ Pedro.
─ Eu estou livre, Ana. Livre para viver com você o maior amor que couber nessa vida. – O abraço o encheu de esperança.
─ Eu não consigo, Pedro. Não consigo. Doeu demais. – Ela já não segurava mais o choro. – Você me trocou pelo seu passado doloroso. Você mentiu para mim. Você transou com a sua esposa linda e magra. Tem noção do que isso significa para mim?
─ Linda é você, meu amor!
─ Não, Pedro. Eu sou a gordinha que ninguém quer. Sempre fui.  Como foi que você disse daquela vez? A oferecida. A inconveniente. – Continuava a chorar. Ele sentia a punhalada no coração. Se pudesse voltar no tempo, jamais diria aquelas atrocidades sobre Ana. – Eu tive duras lições para aprender a me amar. Para gostar de mim assim mesmo. – Mordeu os lábios. – Para vir você e trocar o que eu achava que era amor por sexo? – As lágrimas caíam sem controle. Pedro tinha vontade de chorar. – Você e a sua esposa nunca tiveram um terço do que a gente viveu, Pedro. Dava para sentir no ar o quanto foi doloroso para você. E mesmo assim você ficou com ela. A bela Nina.
─ Ana, por favor, minha querida, acalme-se. – Ele a abraçou novamente. Ana o empurrou. – Você não entendeu...
─ Entendi que eu me devo esse afastamento. Depois de tudo que eu passei na minha vida, eu mereço conseguir me afastar de alguém que não me trata bem. Alguém que me vê como segunda opção. Alguém que só está aqui hoje porque a esposa o deixou...
Então ela já sabia da verdade. Sabia que Nina fora embora por vontade própria e não porque ele pedira.
─ Ana, você acha que eu te troquei por causa das suas neuroses, mas foi por causa das minhas... Das minhas, Ana. Por favor, senta e me escuta.
─ Sinto muito, Pedro. Não quero mais nem escutar o som da sua voz.


***

terça-feira, 22 de março de 2016

Resposta - Diário de Escrita

Faz dias que não falo sobre o processo de escrever, mas tenho escrito bastante. O quinto livro da série Nando empacou por um tempo. É sempre assim. É como uma montanha-russa. Tem aquele momento que vai subindo e é bem devagar: tec, tec, tec, tec. Daí, a gente chega lá em cima e o negócio começar a ganhar velocidade e dar aquelas reviravoltas loucas.

Tem sido difícil escrever esse livro. Quando tive a ideia de como ele seria, pensei em escrever um livro sobre foras, sobre coisas que dão errado, sobre escolhas não tão boas. Penso que eu esteja sendo fiel a esse tema. Porém, acabei me deparando com um problema: as pessoas fazem escolhas erradas porque elas lhes parecem escolhas certas. E isso é bem difícil de escrever. Difícil de passar. 

Conheço meus personagens. eles, aos poucos, vão me mostrando suas motivações. Sua maneira peculiar de enxergar o mundo. E claro que, mesmo sendo outros, ao mesmo tempo, sou eu. Não adianta tentar fugir de mim, por mais que eu entenda Pessoa e seus heterônimos, sou apenas Priscila e não consigo ir tão longe. Nem sempre concordo com suas escolhas, mas as entendo. Será, entretanto, que conseguirei passar para o papel essas conversas que nós temos dentro da minha cabeça?

Tem sido muito difícil, por exemplo, entender o Pedro. Um cara que não teve o amor do pai. Que cresceu superprotegido pelo amor da mãe. Que perdeu a mãe. Que precisa aprender a viver em equilíbrio consigo mesmo. Que não se conhece. Que tem pressa. Que tenta ser racional, mas age por impulso. Que tem um filho para criar. Que já cometeu muitos erros. Que é incapaz de desistir. Pedro é como qualquer adulto...

Tem sido difícil entender Taís. A menina linda que quer ser diferente. Taís que é feminista. Taís que é determinada. Taís que começa menina e se descobre mulher. Taís que descobre que tem um corpo. E que corpos são ativados pelo toque, pelo cheiro, pelo gosto. Taís que tem o amor a seus pés e que escolhe o desejo. Será que seremos feministas a ponto de entendê-la? Ou será que todas estamos condenadas a entender o amor na sua plenitude aos dezesseis anos?

Tem sido difícil explorar os recantos da alma de Ana Maria. A gordinha engraçada. A companhia favorita dos meninos. A melhor das amigas na balada. Não faço ideia de como é crescer estando fora dos padrões de beleza, por isso, falar de Ana Maria tem sido um trabalho minucioso de empatia. Ainda corro o risco de errar. O medo de se envolver. As estratégias para se sabotar. A dificuldade para não acreditar no que os outros dizem sobre você. Ana Maria é uma tarefa muito emocional para mim enquanto escritora.

Vou logo avisando que acho difícil esse livro ser o favorito de alguém. Os personagens estão bem mais complexos e intrigantes (até eu me assusto de como eles cresceram). Suas decisões estão mais cruas e reais. Romantismo e razão se misturam. É bem menos fofo, admito. E o fofo me vem muito mais fácil. Porém, é justamente quando a gente vê que nem sempre as coisas dão certo, que nem sempre as coisas funcionam, que a gente valoriza um encontro que é perfeito.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Brinquedos para Menin(o/a)s

 Prometi falar nessa semana dos preparativos do aniversário da Beatriz ( e vou falar), mas ontem tive um momento de indignação, uma epifania, na verdade, que precisava partilhar com vocês. 

Eu adoro passear pelo e-bay (um site internacional de vendas), gosto de ver de tudo, mas tenho um especial interesse pelos brinquedos, aqueles com apelo educacional, então, ganham meu coração. O brasileiro ainda pensa que brinquedo educacional é aquele de madeira, nem é. Aí por fora, tem muito jogo legal, muito kit de montar, muita experiência para ser partilhada com os pequenos.

Pois bem, como tudo na internet, o segredo é a forma como se procura. Nesses cinco anos de e-bay, já tracei diversas estratégias de procura, já sei como refazer as buscas e o que esperar de cada procura. Realmente gosto de passear pelos produtos, vendo o que será útil, anotando ideias legais de brinquedos e brincadeiras. Enfim, é algo que faço antes de dormir e me relaxa.


Quando a Bia nem tinha nascido, eu procurava por "baby educational toys" e encontrei vários achados maravilhosos com os quais a pequena brincou por um bom tempo. Agora procuro por "toddler educational toys" e várias vezes procurei por "girl educational toys". Afinal, eu tenho uma menina. Mas ontem, analisando a lista de brinquedos que aparecia para meninas, cheia de referência a trabalhos domésticos e família, resolvi explorar "boys educational toys" e me surpreendi.

Claro que eu imaginava mais veículos de transporte de todas as naturezas. O que eu não esperava era uma diferença tão massiva de quebra-cabeças e jogos de montar. Enquanto a lista feminina, verdade seja dita, tinha vários brinquedos musicais, os brinquedos masculinos tinham inúmeras variantes de jogos de encaixe. Aí eu me pergunto: para que essa diferença? Meninos não gostam de música? Meninas não gostam de montar? É isso?

E isso para os brinquedos educacionais.

Se tirarmos a palavra educacional da procura, essa diferença vai ficar ainda mais evidente, reduzindo-se a Polly versus Vingadores.

O brinquedo é muito importante. Ele ajuda a criança a entender e se preparar para a vida adulta. Muitas vezes, é através do brincar que a criança se expressa, que coloca para fora os seus medos e ansiedades, que compreende o mundo. Parece que continuamos ensinando as mesmas coisas sempre, mesmo tendo aprendido que a vida é bem mais que isso.

Meninos e meninas: brinquedo não tem sexo. É tudo experiência. 

Já escuto os "dar boneca para um menino? Que absurdo! Coisa de hippie." Bem, não tenho o menor interesse de mudar sua cabeça, mas digo que seu filho vai ser pai, vai ser tio, vai ser irmão. Cuidado com o outro é uma lição importante para todos. Inclusive para meninos. Além disso, seu filho pode querer explorar anatomia. E os modelos humanos servem para isso também. 

As meninas, por sua vez, são atoladas de brinquedos de casinha (sem falar nos brinquedos associados à estética e à vaidade). Eu adorava brincar de casinha, mas até hoje amo quebra-cabeças. Visão espacial e raciocínio lógico também são importantes para as mulheres. Montar e desmontar coisas. saber como elas funcionam não traz malefícios nem faz mudar opção sexual (se é que isso é mesmo uma opção).

Aí eu fico me perguntando, como, em pleno século XXI, dirigir ainda é coisa de homem e cozinhar ainda é coisa de mulher? Entra em uma loja de brinquedo, vê como é difícil encontrar um modelo de cozinha que não seja cor-de-rosa. Vê como é difícil encontrar um volante que seja estilizado com cores femininas. E nisso, as meninas estão melhores que os meninos, pois meninas podem usar brinquedos amarelos, azuis e vermelhos, mas meninos não podem ganhar coisas cor-de-rosa. Afinal, para quem nasce menino, o rosa pode ser PERIGOSO!

A gente que é pai, que tenta ser consciente diante de questões de gênero, deveria levantar as mãos para o céu porque hoje já existem opções (ainda que raras) de brinquedos unissex. Mas, ao mesmo tempo, quando percebemos que o mercado ainda não está preparado para vender para a gente (vide o pai que quis levar uma cozinha para o filho, só encontrou uma cor-de rosa, foi levar mesmo assim e a vendedora do caixa perguntou: o senhor sabe que esse brinquedo é para menina, não sabe? Acho que ele sabia.) e que a propaganda ainda potencializa as diferenças e os preconceitos, nossa dá um desespero. Porque, no fundo, a gente sabe o quanto a geração que estamos criando ainda vai sofrer com o choque entre o que ensinamos e o que verão no meio da rua.









quinta-feira, 17 de março de 2016

Aniversário da pequena: presentes

Não acredito que falta uma semana para o aniversário de dois anos da Bia. Ela cresceu tanto, em tantos sentidos, que já me pego pensando naquele bebê que ela era como se isso fosse parte de um passado longínquo. E nem é. Foi praticamente ontem.

Nos próximos dias, provavelmente dedicarei posts para falar de preparativos e coisas que eu mesma fiz já que adoro festas. Porém, hoje, resolvi dar umas sugestões de presentes para crianças de dois anos, não na intenção de ganhá-los, mas simplesmente para dar ideias bacanas para quem passa por essa situação e não sabe o que fazer.

1) Livros: aqui no Brasil é quase constrangedor dar livros de presente. Como se a pessoa estivesse mendigando um presente melhor. Eu acho que não existe presente melhor para se dar a crianças. Principalmente se os pais não são leitores. Tudo é oportunidade. Sem falar, que literatura infantil é cara. Vai numa livraria e tenta achar um livro para criança de menos de trinta reais. Nós aqui em casa adoraríamos ganhar o Menina Bonita do Laço de Fita, Adivinha quanto eu te amo ou Bruxa, bruxa venha a minha casa. Mas qualquer um está valendo. O comprador só precisa pensar em uma norma de etiqueta nessa hora, nada de livros de viés religioso sem saber o posicionamento dos pais.

Olha que lindas essas panelinhas que imitam inox.
2) Sapatos: as crianças talvez não gostem, mas os pais adoram. O pé nessa fase cresce tão rápido que a impressão que fica é a de que vivemos para comprar sapatos. Vá por mim, nenhum pai vai se incomodar de dizer para você o número do pé do filho ou de trocar o sapato se vier com a numeração errada. Sapatos valem ouro do universo da paternidade.

3) Panelinhas: no ramo dos brinquedos, as panelinhas são uma boa opção. As crianças nessa fase imitam tudo. E o fogão é um espaço que chama muito a atenção pelo tempo que se passa junto a ele e, ao mesmo tempo, é universo proibido por ser perigoso. As panelas, de preferência, devem ser semelhantes às reais. Ou seja, nada de panelas cor-de-rosa, que associam a tarefa de cozinhar ao feminino. Dessa forma, elas representam uma atitude adulta a ser explorada e servem para ambos os sexos. Caso você não saiba, o incentivo ao ato de cozinhar é importante, pois é sabido que crianças que cozinham seus alimentos se tornam adultos que comem melhor.

4) Material de artesanato: bem baratinho, tinta, cola colorida, Glitter, massinha, tudo isso é um ótimo presente. Claro que você precisa avaliar se os pais da criança vão concordar com esse presente já que tem muita gente chata nesse mundo de meu Deus. Mas, em geral, não tem muitos problemas. Encher uma caixa com pincéis, telas e tintas é um excelente presente. Esses kits de desenho que vêm em estojos também. Assim como esses brinquedos no estilo faça você mesmo. Observe apenas o indicativo da idade e pode comprar sendo feliz. Dicas de marca: Crayola e Play-doh.

5) Móveis utilitários: nesse caso você precisa conhecer melhor os pais e a dinâmica da casa, além de ter mais dinheiro para investir no presente. Aqui em casa, por exemplo, gostaríamos de uma mesinha dessas de plástico para a Bia. Mas queremos aquelas que o tampo levanta para guardar lápis e outros materiais embaixo dele, sabe? Questão de economia de espaço. Precisamos também de um banquinho de madeira para a Bia usar na hora de escovar os dentes ou mexer no balcão da cozinha. A gente vem procurando um desses há tempos. Ainda não encontramos um com o tamanho e a resistência adequada, usamos um de plástico que não passa nem segurança nem dá a criança a autonomia de fazer essas atividades sozinha. Outro móvel que nos atrai é a estante de parede para livros infantis. Pai tem tanta coisa para comprar que esse tipo de coisa acaba ficando em terceiro plano, por isso é legal dar.

Poderia dar mais algumas sugestões de presente ou discutir melhor alguns elementos culturais envolvidos nas sugestões que dei, mas tanto para evitar um post muito longo e cansativo quanto para evitar a pretensão de ganhar as coisas sugeridas, encerro por aqui. Antes, sugiro apenas que você evite sempre presentear com comida. Chocolate, por exemplo, parece ótimo, mas pode desagradar a mãe da criança, pode gerar conflito com um irmão, pode fazer parte de algo que a criança esteja proibida de consumir. Por isso mesmo, evite-o.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Atividade: Bolinhas de Gel

No domingo, notamos que Beatriz estava desanimada e chorona. Não quis brincar na praia e até esteve um pouco febril. Desconfiamos de mais uma rodada de dentes vindo por aí.

Em todo o caso, precisamos passar por um período de observação. Então, haja atividade para direcionar a atenção e contornar o choro. 

Felizmente, nas minhas andanças pelo centro da cidade nesses dias, dei de cara com aqueles envelopes de  bolinhas de gel. Aqueles usados como alternativa a água para aguar plantinhas. Ciente que seria uma brincadeira divertida, comprei um pacotinho. Custou menos do que R$0,50. 

Daí, aproveitei a saída de sábado para deixar as bolinhas hidratando. Elas precisam de algumas horas na água para atingir seu tamanho. Depois foi só passar na peneira o excesso de água.

Após o cochilo da tarde, demos um antitérmico a ela, colocamos a famosa piscina azul na sala e entregamos as bolinhas e o jogo de chá favorito dela. Meia hora de paz, sossego e concentração.

É um belo exercício para a coordenação motora já que é uma bolinha pequena e escorregadia. Além disso, é uma experiência bacana com uma textura diferente com características de líquido e sólido. Sem falar que é uma alternativa a bagunça que a água faz.

Porém, precisamos ficar de olho. Bia adora gelatina. Tentou colocar as bolinhas na boca várias vezes. E elas não são comestíveis.

Fora isso, ela esmigalhou boa parte das bolinhas. Ficou se divertindo nessa tarefa. De forma que não será possível reaproveitar o brinquedo. Não que isso seja um grande problema.




terça-feira, 15 de março de 2016

Pragmatismo político

Eu realmente queria não falar sobre o assunto. Queria conseguir passar a semana trocando ideias com vocês sobre tinta guache e ovos de chocolate, mas não dá. A mente fervilha, os dedos tremem e o teclado pede para ser golpeado.

Como professora, furto-me várias vezes da oportunidade que me é oferecida de discutir temas polêmicos sob um viés de formadora de opinião. Apesar da minha disciplina permitir um diálogo com certos temas, tento me eximir de tratar de política e religião (e futebol) quando não é extremamente necessário. Principalmente para dizer o que é certo e o que é errado. Afinal, faz parte do meu trabalho ensinar a esses meninos a entender os textos e o discurso em que estão inseridos e a escolher sozinhos.

Entretanto, sobre as manifestações de domingo, um fato precisa ficar claro: o papel exercido pela mídia. Numa terra de analfabetos funcionais como a que vivemos, em que as pessoas veem filmes porque não conseguem ler os livros (falamos aqui de Harry Potter, não de 1984), um lugar onde pouquíssima gente compreende um extrato de cartão de crédito e que as pessoas passam informações nas redes sociais sem sequer verificar sua veracidade, o que se pode esperar dos meios de comunicação?

Eis um tema bacana para redação. Mídia e verdade. Existe isenção de opinião no texto jornalístico? Os livros didáticos falam de um texto de sequência narrativa e descritiva, mas não será esse um belo disfarce para o perfil ideológico necessário para as revoluções?

Recomendo muitíssima parcimônia nesse momento. Pois o agora pede reflexão e leitura, não euforia. Uma imprensa que ousa comparar as manifestações do dia treze com as Diretas Já sabe que não tem nada a perder (não acredita, veja aqui). Usa sem a menor vergonha na cara a falta de memória dos brasileiros. A mencionada falta de aulas de História. 

As pessoas morreram, desapareceram, foram torturadas em prol do fim da ditadura, chega a ser patético sequer mencionar o movimento deles numa comparação com uma manifestação em que algumas pessoas pediam a volta desse sistema de governo. Manifestação pacífica em que os populares tiravam selfies com a polícia, o que por si só já é um absurdo (poderia escrever um texto só sobre isso).

Mas compararam somente o número de manifestantes. Será a tese dos que acreditam na isenção do texto jornalístico. Além de ser incoerente estatisticamente, visto que estamos diante de números bem diferentes se tomarmos como referencial a população, analisar esse discurso como isento é ignorar o fato de que existe aí sim uma necessidade de pintar de verde-amarelo o coração ufanista da "geração Coca-cola" apresentada por Renato Russo.

E "que país é esse?" diria ele.  É um país que vai às ruas contra a corrupção na política, por causa da crise econômica, pedindo o impeachment de um representante recém-eleito pela maioria. Respeito demais o direito a se manifestar. E, infelizmente, não posso argumentar que nas ruas estavam apenas representantes da elite, seja lá o que isso signifique no Brasil. Tampouco posso dizer que, se houver uma próxima, o número de pessoas envolvidas diminuirá. 

A tendência é que o número aumente cada vez mais com pessoas muito bem-intencionadas. Mas, de boas intenções o inferno está cheio.

Estou com a Pitty, apesar de não ser uma fã de seus estilo musical. Marchar de braço dado com a polícia, ao lado de fanáticos religiosos, contra um estado democrático de direito, propagando um discurso de ódio, não faz a minha cabeça (e não estou falando dos nomes dos políticos que convocaram essas manifestações, estou falando dos populares mesmo). E isso vai muito além de PT e PSDB. Não vou e pronto.

Para além disso, gostaria de comentar alguns pontos na relação mídia x manifestação. Cadê a crise econômica mundial? 

“Nós não temos uma notícia sobre o perigo da instabilidade econômica mundial, da situação da Europa, da situação dos EUA, da China, e o significa o Brasil ali. Então, a crise brasileira é vista isoladamente, ela não tem contexto”, comentou a filósofa Viviane Mosé no Observatório da Imprensa. 

Esse trecho está aí no vídeo. Assista. Apesar de que toda pessoa formada em filosofia é formada também em PT (isso é uma ironia).

Mas como discutir economia mundial com quem não faz ideia de como o dólar influencia a vida prática? Para quem não compreende o que significa pagamento mínimo no cartão de crédito?

Só me diz, como é que o José Sarney continuou no senado? Afinal, a marcha não é contra tudo e contra todos (Não vamos nem falar de Aécio). Há um tempo atrás, tinha prova, tinha testemunho, tinha tudo contra este homem, mas agora ninguém fala mais nada. Nem sequer rodinha de rodapé. Ele deve ser inocente já que não se conseguiu provar nada (outra ironia). Trecho do discurso de Sarney, quando ele desistiu do cargo de senador em dezembro de 2014: “Deus me poupou do sentimento do ódio e do ressentimento, da inveja e do desejo de vingança”. Veja que linda despedida aqui.

Sarney não precisou convocar ninguém para manifestação nenhuma. Sentado no trono, tendo a família como corte. Ele espera o bicho que vai dar, totalmente ciente de que é dono da banquinha.

Mas como discutir corrupção com quem acha que o Brasil é igual a Governo Federal? Uma relação de um para um. Ou seja, a culpa é do presidente. Com quem vai às ruas pedir impeachment e vota no vereador porque ele é seu conhecido. Porque ele prometeu o cargo comissionado para o sobrinho ou o asfalto na rua detrás da sua casa.

Como discutir política com quem não faz ideia do que significam os três poderes? Com quem não sabe que esfera do governo gasta o dinheiro do imposto que tanto se reclama de pagar? Com quem vê o mesmo programa governamental na Suécia como prova de civilidade e no Brasil como assistencialismo?

Estou com a Viviane Mosé quando ela afirma que a mídia colabora nessa alimentação de um discurso raso que não avalia prós e contras e não abre as portas de um diálogo entre população e governo ELEITO. Selecionando a informação relevante na construção de um ideológico que lhe seja pertinente, escondida por uma suposta isenção do gênero jornalístico, a mídia faz o que quer em um país de analfabetos funcionais.

Portanto, resta-me discutir democracia que me parece a lição mais fácil de entender. O seu direito vai até onde esbarra no meu. E nós temos direito de debater esses limites através de um diálogo (saudável). Contanto que estejamos cobertos pelo manto de uma constituição que nós entende como iguais. 

Dessa forma, estou dizendo que:

Sou contra atropelar a legislação e o processo investigativo em favor de euforia popular. 

Sou contra a adoração de ídolos que surgem no furor de uma crise (com Hitler foi assim). A essas pessoas são atribuídos poderes que não lhes cabem. 

Sou contra uma marcha contra tudo de ruim, pois, na verdade, essa marcha vai ser usada para validar aquilo que for conveniente para as pessoas com poder o suficiente  para usá-la em seu benefício.

Sou a favor do seu direito de protestar, mas eu mesmo não me presto ao papel de levantar um cartaz em prol da ditadura. Nem me presto ao papel de marchar ao lado de uma pessoa que o faça (questão de princípios).

Não é só Brasil, olha um Kuczynski com a mesma ideia.
Mas os tons a imagem são de vermelho, então não presta.
Sou contra derrubar um governo eleito pela maioria, principalmente, num contexto midiático desses.

Sou contra uma ideologia que mostra uma política maniqueísta de bem versus mal, quando na verdade estamos diante de um mosaico de nuances de interesse. Que passam inclusive pelos nossos próprios interesses (lembre-se do vereador que vai asfaltar a rua de trás).

Vai ver que é por isso que eu posso ser taxada de tudo que não presta: petista, comunista, feminista... (E sim: isso é uma ironia).

Mas talvez eu seja apenas uma cidadã educada para pensar além do que se vê. 

Plim plim!






segunda-feira, 14 de março de 2016

Lua nova

Deusa-menina
Figura arqueira
Lua nova
Tanto a descobrir

Peço a flecha que me atinja
A tua ou a de Eros

Sou um alvo, sou a presa
Sou o Escorpião
Sou eu mesmo o altar em devoção

Caça-me, Diana
Encobre-me com o brilho virginal
Deixa-me te adorar
Recebe de mim a vida em oração

Posso ter te roubado o beijo,
Mas antes roubastes meu coração


E agora vocês me dizem, esse é um poema convincente para um garoto de 17 anos?

Eu nunca fui muito chegada a versos, mas a verdade é que os meninos continuam escrevendo palavras inspiradoras para falar de amor em seus cadernos. Eu mesma já recebi versos da pessoa amada e admito que é uma coisa muito maravilhosa ver uma sentimento traduzido em palavras.

"Os versos seus
Tão meus que peço
Nos versos meus
Tão seus que esperem
Que os aceite..." - Resposta - Skank e Nando Reis