A caixa de Midas é o primeiro livro de uma série de três desse senhor (G.P. Taylor) sobre o universo do personagem Mariah Mundi. As críticas dizem que trata-se de um novo Harry Potter, não é, mas é bom ainda assim.
São tantas coisas para falar sobre esse livro que fico até sem saber por onde começar. Talvez pelo nome do personagem? Mariah? Fala sério! Fiquei o livro inteiro esperando que ele fechasse os olhinhos, colocasse a mão no ar e cantasse como a sua xará. Não aconteceu.
Penso que esse nome é tudo que podemos esperar de um autor que já foi pároco e integrante de banda de rock numa mesma vida. Ah os ingleses! Os ingleses...
Bem, passemos ao pequeno resumo do livro: Mariah acabou de se formar numa escola particular só para garotos e precisa arranjar um emprego. Claro, ele é órfão. Desde de Dickens não existem garotos ingleses em livros que não sejam órfãos. O rapaz consegue uma vaga no misterioso hotel de luxo o Príncipe Regente. Uma construção enorme incrustada num rochedo à beira mar com andares subterrâneos, passagens secretas e elevadores que funcionam a vapor.
O ambiente sombrio de uma Inglaterra cinzenta é um dos ingredientes fundamentais dessa narrativa dinâmica. Junto com Sacha, uma jovem camareira de hotel, Mariah, que ganha o cargo de assistente de mágico, vai desvendar os mistérios dos cantos escuros desse hotel. E as coisas estranhas não param de acontecer: assassinatos no cais, bonecas que se mexem sozinhas, desaparecimento de garotos e até um Kraken. Gente, regra número um da literatura de fantasia: sempre respeitar histórias que tenham um Kraken.
E se você pensou por algum instante que Mariah é um rapaz corajoso que sai em busca de aventura e por isso se mete em confusão, você está enganado. Mariah é um medroso de categoria. Entre fugir e se esconder ou encarar o perigo, pode ter certeza, ele foge e se esconde. A coragem e a falta de noção ficam com Sacha. E eu confesso que gostei disso nele, afinal, ele não tem poderes sobrenaturais. Convenhamos, se tem um cara maluco correndo atrás de você de madrugada num cais escuro, você faria o que?
Além disso, há certa mistura, pelo menos até a metade do livro entre o fantástico e o estranho (categorias propostas por Todorov) e não dá para sabermos se estamos num mundo de fantasia, com seres místicos e sobrenaturais ou se num livro de mistérios policiais. Esse é um fator positivo da narrativa também. Lá pelas tantas, o livro deslancha e você vai querer ficar sabendo mais sobre os personagens e o que eles são capazes de fazer. São personagens bem bacanas.
Posso dizer que gostei muito desse livro. Com certeza, lerei o restante da série e indico demais.
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