Hoje está chovendo. Isso é uma raridade
no Ceará. Existe até certa comoção no facebook por conta da chuva. Poderia
fazer o post inteiro sobre isso, mas não. Vou aproveitar o clima gostoso para
falar como está meu processo de escrita.
Ontem, estava escrevendo o sexto
capítulo do meu terceiro romance. Como vocês sabem, ainda não publiquei nenhum.
Continuo na batalha. A divulgação está caminhando, afinal, o blog tem um mês e
quase duzentos acessos. Estou feliz com isso. :)
Voltando ao livro, bem, pretendo que
ele se chame All Star. Mais uma música do Nando Reis. Todos os três
têm nomes de músicas do Nando. Não porque eu seja alucinada pelo artista, gosto
dele é óbvio, mas porque acho que o amor descrito nessas canções é um
sentimento verdadeiro, real. Elas não falam de princesas e príncipes, falam de
gente comum, de amor comum e de como isso é especial mesmo assim. Enfim, as
músicas do Nando são minhas inspirações. Gosto de acreditar que somos visitados
pelas mesmas musas.
Meu primeiro romance eu chamei de Do
seu lado. A primeira vez que o escrevi, eu tinha dezessete anos, mais ele
se perdeu junto com um computador. Infelizmente, acontece. Fiquei muito
chateada. Anos se passaram e aquela estória não me saía da cabeça. O Vinícios,
meu personagem favorito, não me deixava em paz. Eu cresci, fiz faculdade,
pós-graduação e ele continuava ali. Aí decidi escrever de novo. E foi bom
demais rever todo mundo. Relembrei de cada personagem, apresentei-me a outros.
A estória é diferente em vários pontos da original, embora os personagens
tenham se mantido quase os mesmos.
Do seu lado trata de certezas. Eu imaginei um adolescente que soubesse exatamente
aquilo que queria e que não temesse lutar por isso. Eu escrevi esse cara assim.
Acho Vinícios apaixonante. Quem já leu, às vezes, consegue amá-lo até mais do
que eu. Meu amor é de mãe, sabe. Mas eu entendo a mulherada, também o considero
sedutor com todo aquele carinho, aquele cuidado, aquela dedicação.
Já a Malu é um extremo
oposto. Só dúvidas. Só medo. Ainda não sou sua grande fã. Na minha cabeça,
ela ainda precisa provar a que veio. Fazer alguma coisa para merecer aquilo que
a vida lhe deu de mão beijada. E isso diz muito sobre o futuro.
Meu segundo romance eu
terminei no comecinho de janeiro. Ainda nem mandei para a Biblioteca Nacional e
ainda não foi lido inteiramente por ninguém (embora uma amiga já esteja com uma
versão dele no seu computador). Ele se chama Pra você guardei o amor.
Eu tinha decidido mudar de
foco, escrever sobre outros adolescentes, mas foi me dando uma saudade terrível
desse pessoal. Principalmente quando minhas amigas, que começaram a ler Do seu lado, comentavam sobre eles.
Fiquei até com ciuminho, pois é engraçado quando alguém comenta sobre o seu
livro com você, o que eles acharam daquela cena, o que eles entenderam dos
personagens. Parece que os personagens estão contando segredos para eles que
não contaram para mim. Mesmo nossa amizade sendo ainda mais antiga. É bem
esquizofrênico se quer saber.
Em Prá
você guardei o amor, vamos entrar num sentimento diferente. Não se trata de
um amor de infância. Os dois protagonistas vão ter de descobrir o que é esse
negócio que eles sentem um pelo outro. E a tarefa não é fácil. Eles dois são
insuportáveis. Achei extremamente bacana ver o quanto Milena e Felipe vão
crescendo ao longo da narrativa. O quanto vão abrindo mão das máscaras que
carregam. Como acabam mostrando que são tão mais do que aparentam ser, apesar
dos seus defeitos.
Sei que a empatia com Vini vai ser
sempre maior, mas eu os amo da mesma forma. Como se fossem filhos.
Nesse livro, fiz questão de mostrar um
pouco mais do André. Mostrar porque tanta lealdade a um cara que não parece
merecê-la. Gente, eu garanto, o André é o máximo. Ele também usa máscaras.
Quando elas caírem, você vai se apaixonar por ele tanto quanto eu estou
apaixonada.
Você vai conhecer também a Mariana. Ela
é tão legal que tive de cortar suas asinhas ou ela tomaria o livro inteiro. É
uma ruivinha espaçosa essa menina. Tem muito da minha irmã nela. E acho que é
por isso que gosto tanto, tanto, tanto da Mari. Mariana cresce cada vez mais.
Acho que é a minha atual melhor amiga. Posso ver a cara dela em todas as cenas
que estamos criando, criando juntas.
Mariana é a protagonista de All Star, o terceiro livro que estou
escrevendo. Estou de fato postergando o quanto posso essa estória. Nela, você
vai ver as pontas soltas que andei deixando nos livros se unindo. Tomara que
gostem dos destinos dos personagens. Eu já tenho ideia do que vai acontecer, só
não sei ainda como isso vai acontecer.
Afinal, personagens são criaturinhas
temperamentais. Tem vida própria. Uma amiga, por exemplo, ficou meio tímida de
discutir o livro comigo. Achou ridículo discutir o que ela achava que os
personagens pensavam com a autora. Na cabeça dela, eu sabia exatamente o que
eles deveriam estar pensando. Ledo engano. Sou tão espectadora quanto ela. Somente
ouvi a estória primeiro, mas estou louca para discutir sobre eles. Saber se
contam os mesmos segredos para mim e para vocês.
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