Não sei se eu falei para vocês, mas eu estou doente. Desde quinta que tenho febre, dor no corpo, um gosto estranho na boca e um pouco de enjoo. Já achei que fosse dengue. Minha mãe, por outro lado, quer acreditar que eu esteja grávida. A bichinha está tão desesperada por um neto que qualquer coisa que eu sinta ela já começa a fantasiar... Bom, pelo menos que eu saiba, gravidez não dá febre! Então, vai ficar para a próxima...
Em todo caso, meu estado de saúde andou prejudicando aqui minhas leituras e escritas. Enquanto eu me tremia de frio, não me senti muito disposta a encarar nada complicado demais. Por isso, fiquei só na cama mesmo, bolando de um lado para o outro. Até novela eu assisti. E todas elas, na minha opinião, estão uma verdadeira droga!
Ainda tentei, num esforço sincero, ler Paz Guerreira, afinal, comprei, sinto-me na obrigação de ler. Só que fui assistir a umas entrevistas do autor Talal Husseini no youtube e desisti. Ele soou tão prepotente quanto as setecentas páginas do seu romance. Lições filosóficas para a vida, olhar dentro dos olhos de um falcão, enfim, baboseira demais para quem está com dor e pouca paciência.
Decidi não me castigar com esse livro. Vou deixar ele por aí, pego de vez em quando, se eu for terminá-lo, com certeza, será perto do fim do desafio.
O engraçado é que, quando a gente desiste de algo que não está nos fazendo bem, parece que dá um alívio. Tenho que concordar com os orientais e o lance lá do Feng Shui: tem que deixar fluir. Sei lá. Enquanto a gente segura muito uma coisa, se a gente tem medo de perder essa coisa, se a gente não sabe o que vai acontecer se a gente perder essa coisa, o que acaba acontecendo é que essa coisa rouba e acumula demais da nossa energia. Daí, é preciso deixar ir. Desistir.
Enfim, o Desapego é uma lição difícil de aprender. Mais difícil ainda é aplicá-lo.
Porém, quando se consegue, um mundo de novas oportunidades aparece na sua frente. Sem querer entrar demais no plano do religioso, mas não há nada que nos aconteça que não seja da vontade de Deus. Às vezes, uma adversidade, uma intempérie é uma forma de nos colocar no Seu caminho. Pode ser nas coisas mais complexas ou nas mais simples. O livre arbítrio interfere, é claro. E é aí que nos apegamos e sofremos.
No meu caso, deixei Paz Guerreira ir. Vá com Deus!
Ganhei de presente Longe é um lugar que não existe. Não foi propriamente um presente, vi a indicação desse livro, para variar, no canal Tiny Little Things da Tatiana Feltrin. Achei o livrinho bem baratinho na Estante Virtual e comprei-o.
Gente, o livro é lindo! Notadamente é um livro infantil, tem o que, umas 40 páginas? A maior parte delas é de ilustrações. Ilustrações lindas de Ron Wegen, um australiano que faz coisas maravilhosas como esta aí do lado.
Um livro infantil, só que é de uma profundidade impressionante. Lindo! Lindo! Lindo! Não ganhei esse livro de presente, mas, com certeza, daqui pra frente, será o número um da lista de itens a dar para os meus amigos. Aliás, acabei de comprar um e mandar para um professor meu da universidade, imagino que ele vá compreender da mesma forma que eu o que está escrito ali.
O enredo trata de um passarinho que recebe um convite para o aniversário de uma amiga que mora muito distante. Durante a viagem, ele conversa com vários outros pássaros que o questionam sobre a distância. De fato, gente, distância é tão relativo. Quantas pessoas estão do seu lado e não são próximas? E quantas moram a milhares de quilômetros de você e é como se não estivessem a centímetros de distância? A proximidade está nos corações humanos e é algo que se escolhe, que se constrói e que se cativa.
Quem quiser pode dizer, como eu já ouvi por aí, que o autor, Richard Bach, é um best-seller metidinho a intelectual. Tô nem aí! Ele me ganhou com toda a força! Usou poucas palavras. Um assunto que chega a ser polêmico de tão perto da religião que chega. E foi delicado, sutil e doce. Esse livro vai ficar na estante para o projeto: Crie filhos leitores e faça um mundo melhor. Posição de destaque!
Para terminar, vou dar um palhinha, olha uma das conclusões do passarinho depois da viagem:
Você não tem aniversário porque sempre viveu; nunca nasceu, jamais haverá de morrer. Não é filha das pessoas a quem chama de mãe e pai, mas a companheira de aventura delas na jornada maravilhosa para compreender as coisas que são.
Voe livre e feliz além dos aniversários e através do sempre. Haveremos de nos encontrar outra vez, sempre que desejarmos, no meio da única comemoração que não pode jamais terminar.
Eu aguento uma coisa dessas? Amei demais! Até valeu a pena ficar doente para encontrar uma coisa assim.
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