Nós moramos relativamente perto da casa onde nasceu o famoso escritor cearense José de Alencar. O espaço foi adquirido pela Universidade Federal do Ceará e já chegou a abrigar por uns tempos o curso de música. Hoje, conta com pequenos museus, um restaurante de comidas típicas, parquinho e uma área verde super gostosa.
É bom de ver que as pessoas estão aproveitando esse espaço público. Nos domingos pela da manhã, às vezes tem programação voltada para o público infantil (contação de história), às vezes não tem nada de especial, mas as pessoas vão com suas crianças fazer piqueniques e, tem virado moda, fazer aniversários mais simples, com as crianças brincando de pé no chão.
A Bia, sempre que vamos, adora. Tanto pelo tipo de brincadeira já que ela fica solta indo para onde quer, quanto pelas crianças. Domingo passado, havia uma exposição de orquídeas. Acho essa florzinha em especial muito linda. Então resolvemos ver a exposição e fazer um piquenique.
Acho importante levar as crianças desde cedo para esse tipo de programa. Exposições, teatro, cinema, é nosso papel ensinar a se comportar, dizer o que pode pegar, o que pode ver. Além disso, cabe a nós, pais, formar esse público. Digo aos meus alunos que temos, muitas vezes, que quebrar um ciclo. Mesmo que não tenhamos o hábito de ir à exposições, ao levarmos nossas crianças, deixamos esse legado para elas. Cultura e educação são o melhor presente que se pode dar.
A atividade com as orquídeas foi ótima, mas rápida. Classificamos as plantas por tamanho, cor, chamamos a atenção da Bia para detalhes. Ainda assim, com uma infinidade de espaço para correr e para explorar, ela ficou interessada por pouco tempo. Normal.
Partimos para o piquenique.
Quando nos arrumamos para esse programa, levo um lençol que faz as vezes de toalha de piquenique, suco, água, uma fruta fácil de comer (banana, tangerina, No caso foi passas, a Bia ama), pedaços de bolo e bolachinhas. Não precisa levar um supermercado inteiro. Dá trabalho e nem é eficiente. Leve o que sua criança goste de comer e em pequenas quantidades. É somente um lanche. O lugar diferente já dá o clima especial.
Levo também brinquedos para atividades agitadas (bola ou bolhas de sabão para ela correr atrás) e brinquedos para atividades tranquilas (qualquer um de encaixar ou montar que deixem a criança concentrada). E levo livros. Porque todos os lugares são bons para a leitura. Deixo os brinquedos na cesta e a Bia escolhe.
Geralmente, passamos umas duas horinhas entre corridinhas, lanche, descida de escorrega e leitura. Bia chega exausta e o sono da tarde é recompensador para nós três. Nesse domingo, porém, foi diferente.
Estávamos bem sentados debaixo das árvores, Bia terminando de lanchar, eu deitada, quando os sprinklers de jardim começaram a funcionar. Fiquei toda molhada nas costas, primeiro lugar a ser atingido, levantei, mas o lençol ficou todo molhado e cheio de areia. As pessoas começaram a recolher as coisas desesperadas. Eram muitos sprinklers.
Veja bem, para tudo na vida existe mais de uma perspectiva. O piquenique acabou, mas a farra estava apenas começando. A Beatriz amou os sprinklers, é claro. Estava fascinada com essa água que vinha do nada. Girou e correu atrás do jato, tentou beber, pulou nas poças, testou a resistência da água na sua bola das princesas. Foi um espetáculo melhor do que o programado.
Minha pequena era só felicidade e sei que essa cena vai demorar a sair da sua frágil memória. Eu prefiro ver o copo meio cheio. O dia foi melhor do que eu poderia imaginar. Já algumas mães gritaram para as crianças se afastarem da água por conta da sujeira. Por conta da roupa. Por conta do carro.
Que chato! Ser criança numa terra de 'não pode' não tem a menor graça. E não vou nem me deter questionando os motivos.
Quando os sprinklers foram desligados meia hora depois, tiramos a roupa encharcada da pequena. Eu tratei de aquecê-la, papai limpou a sujeira e partimos para casa. Aí foi banhozinho quente com eucalipto para inalação. Almoço com fome de leão e soninho.
Delícia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário