Procurando dentro do blog

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Cinderela Pop

Mais um livro da Paula Pimenta, mas esse nem chegou a figurar na minha estante, foi direto para a caixa de livros a serem vendidos numa feirinha exclusiva para os meus alunos (data a considerar).
É tão ruim assim? Não. Minha estante é que é fodástica mesmo. Não tem espaço para livros mais ou menos, só posso ficar com aqueles que amo de paixão roxa. E não foi o caso.
Ah vai! A história é bonitinha. Uma releitura do renascido das cinzas conto da Cinderela que, aliás, tomou um fôlego no ano passado por conta da adaptação cinematográfica. Verdade seja dita, Paula não foi na onda simplesmente, ela declaradamente adora princesas. Sua inspiração parte muito mais da sua adorada Meg Cabot do que da tradicionalíssima borralheira da Disney.
Nesse livro, que é bem pequeno (156 páginas com um espaçamento enorme) e tem a letra grande, encontramos Cintia (não curti o nome da protagonista, nada contras as Cíntias, mas não me pareceu muito jovem. Paula gosta de nomes incomuns para suas protagonistas. Vide: Estefania de Fazendo Meu Filme) é uma menina descolada, curte ser DJ e mora com uma tia quase da sua idade. Ela ficou com raiva do pai por ter traído a mãe. Foi ela, inclusive, que pegou o pai e aquela que vem a ser sua madrasta ( a dita madrasta má) na cama. Quando o casamento acabou, o pai casou novamente e a mãe aceitou uma proposta de emprego fora do país. A garota fica com a irmã da mãe, mas conversa todos os dias e se dá bem com sua mamãezinha.
A madrasta, então, organiza a festa de quinze anos de suas filhas gêmeas (não podiam faltar, né?) e o pai de Cintia faz questão de que ela vá. Até aí tudo bem, mas acontece que a empresa contratada para animar a festa é a mesma em que a garota trabalha às vezes de DJ. O pai de Cintia não sabe que ela trabalha, pois apesar de não prejudicar seus estudos, jamais concordaria que a filha passasse as noites comandando o som. 
O contrato já está fechado e ninguém mais pode assumir o compromisso além dela. Felizmente, é uma festa à fantasia e Cintia e a tia bolam um plano. A garota passa um tempo fantasiada enquanto trabalha, depois troca de fantasia e vai para a festa que será animada também por uma banda famosa. 
Tudo funciona bem, apesar das maldades gratuitas e sem sentido da madrasta (personagem que precisava ser melhor construída), até que um garoto fantasiado surge do lado da DJ. Eles conversam, tem muita coisa em comum, surge um interesse, mas está na hora de Cintia trocar de roupa. O garoto também some. 
Perplexa, a garota descobre que o rapaz da conversa era o garoto famoso da banda. Fred Prince  (fala sério?) chama por ela no palco, mas Cintia não pode se mostrar por conta do pai. Acaba saindo sem dar mais explicações e na pressa esquece o all star (você não quer originalidade, né?). Aí vai ser aquele negócio de príncipe tentando encontrar, madrasta tentando atrapalhar.
A meu ver, livrinho despretensioso, vai fazer sucesso com as pré-adolescentes. Definitivamente, não é original, nem é para ser. Curtinho. Fofinho. Não vai muito além disso. Não me leve a mal, gostei. Paguei baratinho numa promoção. Li em umas duas horas. Foi vantagem.
Além disso, gosto também do lance das princesas, principalmente essas iniciativas em que elas estão mais proativas, são exemplos positivos para as meninas. Ao contrário do que possa parecer, não acho que as princesas mereçam a culpa de todo o machismo do mundo. Acho, inclusive, que todas merecemos ser princesas sim, do ponto de vista de que todas merecemos um conto de fadas e sermos bem-tratadas. Só não vale esperar sentada pelo príncipe encantado. Tampouco achar que o amor vem sempre do cara rico em cima do cavalo branco. Às vezes, na maioria das vezes para falar a verdade, trata-se mais do garoto da sua sala que ri das suas besteiras enquanto vocês dividem esfirras do Habbibs já que é o que dá para pagar.
O que não gosto desse livro é mais esse pai omisso, que reforça o esteriótipo de homem não-participativo na criação dos filhos, o que vem se tornando uma mentira (Graças a Deus!). A mãe, sofredora, que aparece unicamente como vítima no término de um relacionamento fracassado. Esse vitimismo feminino também precisa diminuir. Quando um relacionamento acaba, nós, mulheres, precisamos assumir nossa parcela de culpa. Isso é igualdade. E essa madrasta sem-noção e sem propósito que é má porque é. Além de ser o arquétipo mais prototípico imagem de mulher que odeia mulher. Por mim, esse tipo de personagem competitivo no meio feminino já pode deixar de existir.
Falei!

Nenhum comentário:

Postar um comentário