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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

10000 visualizações e um quebra-cabeças


E, num dia desses de carnaval, não é que o blog atingiu as 10000 visualizações?

Não dá ainda para viver disso. Nem é como se eu fosse a Kéfera ou a Flavia Calina. Mas estou muito contente. Porque um número desses significa alguma coisa. Significa gente (bastante gente) lendo o que eu escrevo. E é bem isso que eu quero.

Certa vez eu escrevi aqui que me expor era uma das tarefas mais difíceis. Ainda é. Sempre que alguém comenta alguma coisa do blog ou dos meus livros, minha reação inicial é morrer de vergonha por dentro. Vai por mim, não é nada fácil. Eu tenho consciência de que as pessoas leem o que está aqui, mas nem penso muito nisso quando estou escrevendo. Escrevo por mim, para um leitor imaginário, é mais como um bate-papo comigo mesma. Aí, quando alguém comenta, é mais ou menos como ser pega falando sozinha, sabe? 

Mas, ao mesmo tempo, é muito gratificante. Agradeço demais a cada um de vocês que (comentando comigo ou não) gastam uma parte do seu dia para ver o que andei aprontando. Esse blog é um projeto de longo prazo. Um passo para o sonho de escrever profissionalmente. O único que consigo dar sozinha. E que eu penso que vai funcionar uma hora dessas. Contanto que eu persevere...

Cruzes! Perseverar é tão difícil. Nesse carnaval, por exemplo, produzi conteúdo que foi uma beleza. Tenho uma porção de atividades registradas para passar para vocês. Mas passei a semana em brancas nuvens. Sem um tempinho para colocar no ar tudo que aconteceu por aqui nos dias de folia. E, devo admitir, nem todos os meus motivos foram nobres.

Bom, um dos motivos foi a volta às aulas. Como professora, é uma semana bem puxada para mim. Turmas novas, apresentações, regras, meninos testando as regras, sem livro, sem horário certo e conteúdo passado na cara e na coragem e sem apoio do livro didático. É preciso jogo de cintura e gogó. Cansativo pacas. Isso sem falar na rotina de acordar cedíssimo que acaba cobrando um preço no turno da noite. Preço esse que a Beatriz nem sempre está disposta a colaborar em pagar. 

Mas, além disso, preciso confessar que um dos culpados do atraso dessa semana foi um quebra-cabeças de 1000 peças. Eu simplesmente amo esse jogo. De paixão. Adoro analisar pecinha por pecinha, separar por cor, montar o entorno e depois ir traçando estratégias para montar os pedaços. Antes de engravidar, eu comprava vários. Todos de quinhentas peças, pois esse é o tamanho do quebra-cabeças que dá para montar em um dia. Eu me sentava tranquilamente em uma mesa e passava uma tarde na brincadeira. Feliz, alegre e contente. Coisa impossível de ser feita depois que se é mãe.

Em 2014, dias depois que a Bia nasceu, meu marido me deu esse quebra-cabeças de mil peças de presente de aniversário. Eu adorei, é claro. Mas nem tirei o plástico. Eu tinha total consciência do quanto ia demorar para encarar o desafio. 1000 peças era mais do que eu costumava fazer. E com um bebê então... Meu marido, na maior das boas intenções, acabou me dando também essa ferramenta que vocês estão vendo na foto (o rolinho com o pano preto). Ele serve para guardar o quebra-cabeças sem desfazê-lo durante o processo de montagem. Você enrola o quebra-cabeças no rolo e amarra. Se você ficou curioso, funciona até bem, mas não é cem por cento. Porém, sem ele a empreitada teria sido impossível de ser completada.

Só agora, no carnaval de 2016, comprei a briga com o brinquedo e mandei bala. Na minha casa cheia de artefatos de criança, até arranjar lugar para montar esse medonho foi difícil. Eu me sentei no chão da sala. Aproveitei cada cochilo que a Bia tirou (sem condições de fazer com ela acordada) e fui montando o bichão. Engraçado como velhas paixões batem forte no nosso peito. Eu me senti criança de novo. Tão eu de novo. Esse é um processo que ainda estou aprendendo aos poucos, ser a mãe da Bia, função que quero exercer enquanto eu viver, e voltar aos poucos a ser eu mesma sem mais ninguém que também é uma sensação muito boa.

Comecei a montar no sábado de carnaval e terminei no sábado seguinte. Parando todas as vezes que ela acordava. Aproveitando (literalmente) as tardes e o fim da noite. Parece uma bobeira, uma conquista vã, mas quem é mãe sabe que não é. Quando você volta a fazer uma coisa que te dava prazer antes da maternidade, mesmo que aos poucos, mesmo que em horários difíceis, você toma consciência que tudo nessa vida é fase. Que os filhos crescem rápido. Que é muito bom estar com eles. Mas que também é preciso alimentar a pessoa que você é sem as crianças. Afinal, elas não serão crianças para sempre...


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