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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Toque e Descubra - Publifolhinha

Talvez você esteja se perguntando como começar a ler para seus filhos bem pequenos e, principalmente, o quê? 

A primeira ideia que nos vem a mente são os contos de fada. Nossa primeira lembrança de contato com a leitura. Mas, perceba, nessas lembranças, você era uma criança de quantos anos? Quatro? Cinco? A vida começa bem antes disso. A leitura deve começar também.

Para começo de conversa, ler não é algo natural. É um processo adquirido que vai bem além da aquisição do código escrito. É um processo de várias etapas que precisa ser ensinado e aprendido. Quanto mais cedo a criança entra em contato com "as regras desse jogo", mas natural será para ela. Portanto, ler é um hábito adquirido. Assim como comer verduras. Você ensina a comer verduras oferecendo verduras e comendo verduras. Sim, o exemplo é tão importante quanto o ato de ler para suas crianças.

Então, não adianta mentir. Se na sua casa, na sua comida não tem verdura, seu filho, enquanto criança pequena pode até comer, mas um dia ele irá perceber que não é um hábito partilhado e questionará a validade do ato. O seja, vai recusar verduras. O mesmo acontece com a leitura. Se você não lê, se não há estante em casa, um dia, logo na saída do pré-escolar,  seu filho vai se perguntar da necessidade de ler, se o seu grande exemplo (você) não o faz. Então, mãos a obra. Vá colocar suas leituras em dia.

A leitura, como processo, exige adaptação em pequenos detalhes que nem nos damos conta. Exemplo, e português, lemos de cima para baixo e da esquerda para direita. Isso não é natural. É cultural. Os japoneses, nos mangás, leem da direita para a esquerda. De modo que precisamos treinar o cérebro e a visão dos bebês para acompanhar histórias. A voz é outro aspecto importante a ser estimulado. Seu pequeno adora a sua voz, mas ele vai reconhecer que, no ato da leitura, ela muda de entonação. Isso, certamente, é um estímulo e tanto para quem está procurando dar significado às coisas do mundo. 

O objeto livro também precisa ser entendido. Pense como criança, como pode um objeto conter uma história. conter vozes, personagens? Aquilo é real? O objeto livro é um universo a ser descoberto pela criança e você deve ensiná-la a manipular esse objeto. Eu me tremo toda com livros em caixas de brinquedo. Como se o livro fosse mais um deles. Misturados, desencontrados. prontos para serem colocados na boca e, pior, rasgados.

Livro não é brinquedo. Existem livros que o são. De tecido. De plástico. Próprios para pôr na boca. Acho ótimo. Mas mesmo assim, não devem ficar com todos os brinquedos. Merecem um cantinho especial. E precisam ser explorados como livros. Ou seja, com suas histórias, por mais simples que sejam, contadas.

Aqui em casa, temos livros no banheiro, na sala, no quarto, na estante. Minha filha (orgulho da mamãe) já aprendeu a manipulá-los e, no auge do seu 1 ano e 9 meses, é capaz de acompanhar ou "ler" sozinha um livro pop-up (aqueles em que as figurinhas de papel saltam das páginas) sem rasgar nada. Ela já entendeu que precisa das figuras ali quando for ver o livro novamente.

Então, voltemos a pergunta original: com o quê iniciar crianças bem pequenas no mundo da leitura?

Aqui em casa, uma linha que fez muito sucesso foi a Toque e descubra da Publifolhinha, editora de livros infantis da Folha de São Paulo. Esse selo é maravilhoso e tem muita coisa boa. Mas, hoje, vou me deter no Toque e Descubra.

São livrinhos de páginas grossas e resistentes (resistência é pré-requisito para qualquer objeto que se dê a um bebê). A série tem vários temas, natal, aniversário, meios de transporte, vestir, comer, bichos da fazenda, enfim, uma porção de conteúdos que fazem parte do vocabulário dos pequenos. Aqui em casa temos quatro: hora de vestir, hora de comer, primeiras palavras e bichos de estimação.

Em geral, são baratinhos, encontrei custando entre R$13,00 e R$19,00 e fazem um excelente trabalho na inserção de bebês no universo da leitura. Os livros não têm histórias. São apenas imagens. E o melhor, fotografias. Ou seja, são figuras reais. As crianças, no processo de aquisição da linguagem, têm dificuldades de entender os desenhos, principalmente os menos realísticos. é difícil até para mim aceitar que a Peppa, naquele estilo torto, meio Picasso, é um poro, avalie para um bebê. As fotos ajudam.

Além disso, em cada página, há uma textura para a criança descobrir que imite o objeto, tornando a brincadeira toda mais interessante. Quando lemos esses livrinhos para Bia, mesmo quando ela não respondia, perguntávamos o que estávamos vendo, incentivávamos ela a passar a mão na textura, a imitar o bichinho (quando ela não respondia, nós mesmos fazíamos o som).

Enquanto bebê, ela acompanhava com o olhar. Depois, aprendeu a passar as páginas. Depois, passou a ver as figuras sozinha e a imitar os sons, hoje, quase não pede mais esses (passou para uns que tem mais figuras por páginas), mas sabe quase decorado a sequência, porque criança adora repetição.

Vou parando por aqui. Meu post ficou imenso. Mas espero que tenha sido de alguma utilidade.

Beijos de luz!


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