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segunda-feira, 20 de maio de 2013

A última princesa

Na minha caminhada pelos vlogs literários da vida, acabei me deparando com este canal A Vi viu. A moça é bem simpática e temos alguns gostos parecidos. Gosto de vlogs que não falam sempre sobre os mesmos livros que estão nas paradas de sucesso. Sabe como é, todo mundo fala sobre A culpa é das estrelas do John Green, que é ótimo, mas será que não tem milhares de outras coisas ótimas por aí? Eu acho que tem. E os vlogs têm um papel importante em apresentar essas novidades para a gente.

Particularmente, fiquei muito satisfeita com esse canal, porque a Vi fala sobre outros livros também, não somente os mais carimbados e os lançamentos do mês. Foi lá que descobri A última princesa do Fábio Yabu.


Somente o nome do autor já me chamou atenção. Esse cara é bastante talentoso e vem abrindo portas num mercado incomum para brasileiros. Para vocês terem uma ideia, ele é o criador da série Princesas do mar, que além de livros, virou desenho exibido em várias partes do mundo pela Discovery Kids. Disso eu já sabia. Queria muito conhecer um pouco mais sobre o trabalho dele, mas nunca encontrei oportunidade já que é um trabalho voltado mais para o público infantil. Por isso, encantei-me com a proposta de A última princesa.

Neste livro, Yabu escreve em forma de fábula um fato específico da História do Brasil, a amizade entre a Princesa Isabel e Santos Dumont. Esse fato eu desconhecia, portanto, apesar de o enredo ser extremamente fantasioso, adorei a premissa real. Tão real que, além das ilustrações lindinhas, temos muitas fotos históricas, o que torna o livro um instrumento mágico para instigar jovens leitores a conhecer a História do Brasil. 

Temos um enredo cheio de elementos fantásticos como maldiçoes, feiticeiros e mágica, mas, ainda assim, o cheiro da História com H maiúsculo está lá. O autor deixa claro, por exemplo, o amor do povo brasileiro por Dom Pedro II, que ainda é considerado por muitos um dos melhores governantes que o Brasil já teve. Eu, leitora mais velha, mais experiente, fiquei me perguntando se já estamos prontos enquanto brasileiros para encarar o fato de que o Império não foi de todo ruim como defendiam Machado e Lima. Que fomos muito precipitados em querer uma República se não sabemos o que fazer com ela, como administrá-la. Mas esse é um outro papo...

O livro é notadamente infanto-juvenil. Talvez encante alguém na faixa dos doze, treze anos. São poucas  páginas e a história flui entre o passado da princesa vivendo no seu reino, do qual ela acaba banida, e o presente no exílio tendo como companhia o jovem Alberto, inventor que pretende construir uma máquina voadora capaz de levar a princesa de volta para casa.

O que mais gostei nesse livro é a parte gráfica. Está lindo. Da escolha das cores e texturas às ilustrações, um cuidado que um livro infantil merece. Algo feito para ficar na memória e enfeitar estantes. Fico imaginando as meninas fantasiando com princesas em seus reinos distantes e que acabam descobrindo uma princesa brasileira. Mais uma mulher para a sua coleção de exemplos positivos. 

Enfim, fiquei muito feliz com essa leitura e recomendo demais para dar de presente para jovens leitores.

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